Advogado relembra seus primeiros passos como um dos DJs mais queridos de BH

Me lembro bem da primeira vez em que sa� para dan�ar sozinho.

O ano era 2004, e cheguei cedo n'AObra – Bar Dan�ante, tradicional inferninho de BH, na ativa at� hoje. Na �poca, nem poderia imaginar que um dia eu seria um dos DJs respons�veis por fazer o pessoal dan�ar naquela pista algumas vezes.

Passados alguns anos, em abril de 2007, numa brincadeira a convite dos meus amigos Sebah Rinaldi e Eduardo Shiiti, o Shum, fiz minha estreia como DJ por uma noite na Yoyo Mercearia Oriental, inventando o nome art�stico de DJ Dr. Jeff, alus�o � minha profiss�o como advogado. As pessoas curtiam o som sentadas, e v�rios amigos compareceram, entre eles o Ed Zerlin, dono da saudosa O Confession�rio, boate que marcou a hist�ria da cidade.

Ent�o, a convite do Ed, em maio do mesmo ano, promovi e discotequei pela primeira vez numa pista de dan�a, com o Shiiti e o Ricardo Gotas de Sangue, a festa Yes sir, I can boogie, l� n'O Confession�rio, tocando hits da disco music, principalmente dos anos 70. Foi um grande sucesso, lotou a casa numa sexta-feira, com o pessoal dan�ando at� de manh�.

A sensa��o de colocar as pessoas pra dan�ar naquele dia ressoa at� hoje, foi m�gico receber a energia da pista, ver os sorrisos de felicidade dos dan�antes, as vozes cantando juntas, as m�os pro alto, os olhos fechados de quem entrava no ritmo, todo aquele calor do momento. Foi ali que descobri a atividade que me aliviaria do estresse do meu dia a dia como advogado.

No m�s seguinte, produzi a primeira edi��o da festa Ahaza Naza – A noite das vil�s, que contava com decora��o especial feita pelo artista pl�stico Rodrigo Mogiz. Eu soltava falas ic�nicas de vil�s de novela e cinema durante as m�sicas, o que fazia a pista de dan�a gritar com as surpresas. Eu me sentia muito feliz quando as pessoas vinham at� a cabine comentar sobre a festa, pedir m�sicas, etc.

O que come�ou como uma brincadeira de pura curiosidade virou hobby desestressante, e at� mesmo rent�vel, mas sempre focado na divers�o, nos elementos inesperados para surpreender a pista de dan�a, virando uma segunda profiss�o, a qual exer�o at� hoje.

Por meio das festas, das pistas de dan�a, das noites de disco music, pop, indie rock, eletro e at� mesmo de brega, tive o privil�gio e conhecer muita gente legal e formar la�os que seguem firmes at� hoje.

Hoje, j� com meus 40 anos, fa�o menos festas e discoteco menos tamb�m. A coluna j� n�o � mais a mesma, mas a alegria de colocar as pessoas pra dan�ar segue existindo. E, para atender �quele p�blico l� do come�o, nos �ltimos anos, com a DJ Cris Foxcat e outros grandes amigos, fa�o a festa Sof�, que a gente chama de festa de resgate, na qual tocamos o que j� foi hit com um pouco das atualidades. Levamos um sof� infl�vel, que deixamos na pista para o pessoal descansar, pois o tempo passa pra todo mundo.

Fato � que me tornar DJ foi essencial para meu desenvolvimento pessoal. Sinto um grande orgulho de olhar pra tr�s e ver que tive um dedinho de import�ncia na hist�ria da noite de BH.

Quando penso naquele mo�o que dan�ou sozinho “It’s my life”, abro um sorriso pequeno e espero pela pr�xima oportunidade de discotecar pra colocar essa m�sica, torcendo pra que algu�m se empolgue tanto quanto eu, e, talvez, consiga se reinventar tamb�m.