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Estado de Minas COLUNA HIT

Da Avenida dos Andradas ao Barro Preto, a noite de BH j� reinou em galp�es

O produtor Rodrigo James revisita, como testemunha ocular da hist�ria, momentos marcantes da balada na capital mineira


28/05/2022 04:00 - atualizado 28/05/2022 07:41

ilustração mostra figura humana se equilibrando em forma circular, no fundo do qual veem-se silhuetas de prédios. Acima há uma Lua

Saudades do que vivi

Rodrigo James

Produtor


Quando fui convidado pelo titular desta coluna para narrar minhas recorda��es da noite de Belo Horizonte, minha primeira rea��o foi: “Vou falar de qu�?”. Ao longo desses meus 50 anos de idade e uns 35 de h�bitos noturnos, posso dizer que j� fiz de tudo um pouco: produtor de algumas festas e shows em locais como A Obra, Velvet, A Aut�ntica, Studio Bar, Cervejaria Oficial, Mary In Hell, Matriz e Lapa Multishow, entre outras; DJ que transita entre o profissional e o amador (obrigado, Jeff Santos, por um dia ter me ensinado o of�cio); divulgador dos bons eventos da cidade e frequentador dos mais diferentes locais desta capital.

Este �ltimo, sim, talvez seja meu of�cio mais prazeroso e longevo. E � sobre ele que quero falar. N�o gosto muito do clich� “testemunha ocular”, mas n�o me ocorre outra express�o para definir o que sinto em rela��o � noite de BH.

Foram muitas fases, perfis e segmentos frequentados por mim e, de certa forma, me considero um cara ecl�tico. Em uma noite qualquer, poderia ir de uma festa em algum sal�o nobre da cidade ao inferninho sujo. E por isso mesmo escolhi uma �poca em especial que me traz boas lembran�as e, de certa forma, sempre ficou no meio do caminho entre tudo isso, que denominei de “era dos galp�es”.

No in�cio da d�cada de 1990, na Avenida dos Andradas, em frente ao Parque Municipal, existia uma casa que, apesar de n�o ter nascido ali e ter al�ado outros voos a partir de l� para S�o Paulo, marcou �poca na cidade com sua proposta �nica e por ser o porto seguro de muitos que n�o se ajustavam com outros locais da noite: Drosophyla.

Cria��o de Lili Varela, o Drosphyla vers�o “Andradas” funcionava em um galp�o e esse era um de seus muitos charmes. Com capacidade para quase 2 mil pessoas, podia abrigar de performance teatral a shows de bandas iniciantes da capital. Se hoje o Jota Quest � institui��o da m�sica mineira, no in�cio daquela d�cada a banda ainda engatinhava e muito de seu imediato sucesso via boca a boca se deu em fun��o da temporada que eles fizeram �s quintas-feiras no Drosophyla.

Se n�o me engano, foi em um desses shows, quando a banda ainda nem tinha cantor fixo, que um tal Rog�rio Flausino subiu ao palco e se apresentou pela primeira vez com o grupo. Favor me corrigir se minha mem�ria estiver falhando, Rog�rio!

O Drosophyla foi apenas o come�o de uma s�rie de casas que ocuparam a Avenida dos Andradas, �s margens do Rio Arrudas. O Esta��o 767 funcionava a uma quadra dali e, entre os muitos shows a que assisti ali, de artistas nacionais e internacionais, um deles, em especial, quase me deixou surdo, gra�as ao volume alt�ssimo da m�sica que faziam: o da banda Motorhead.

Mais � frente, no Barro Preto, outro galp�o, algum tempo depois, surgiu com proposta parecida: o Bar Nacional. Com foco em artistas brasileiros, foi l� que assisti a um dos shows mais impactantes que j� tive o prazer de presenciar: Chico Science & Na��o Zumbi. At� hoje me lembro da for�a dos tambores da Na��o ressoando dentro de mim, como se estivessem em compasso com as batidas do meu cora��o.

Ali�s, se n�o me engano, eu estava l� no Bar Nacional na mesma noite em que Chico Amaral viu a tal “garota nacional” eternizada na letra da can��o do Skank. Pelo menos eu me lembro do Chico por l� e vi uma garota que poderia ser a tal.

Depois vieram outros espa�os, como a Circus e, mais adiante, a Escape (a primeira casa eminentemente de m�sica eletr�nica da cidade), mas a era dos galp�es j� estava no fim. Uma era rom�ntica, mas com profissionalismo vis�vel, que juntou tribos, estreitou relacionamentos e mostrou que sempre existiu muita, mas muita gente mesmo disposta a se jogar na noite.

Se hoje existe o meme que diz “saudades do que n�o vivi”, s� posso parafrase�-lo e dizer: Saudades do que vivi!

. A SE��O “EMBALOS DE S�BADO � NOITE” CONTA A HIST�RIA DA VIDA NOTURNA DE BELO HORIZONTE, QUE, ANTES DA PANDEMIA, DEU O QUE FALAR



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