Para quem, como eu, voar n�o � o esporte favorito, crian�as a bordo podem ser boa companhia, capaz de aliviar as tens�es, ou deixar os cabelos em p�. Rumo a Orlando (EUA) para fazer a reportagem especial sobre o cruzeiro Disney Fantasy, com personagens da Disney e da Pixar, a coluna se jogou na brincadeira “a�rea”.
O embarque nesta aventura come�a no meio da madrugada de 6 de janeiro, uma sexta-feira. Foi daquelas noites maldormidas, acordando a cada minuto com medo de perder o t�xi, marcado para as 3h30. No check-in em Confins, algumas crian�as deixam claro que ser�o presen�as animadas ao longo das 8h15min de voo entre Viracopos e Orlando.
Foi s� o tempo de me acomodar na cadeira do meio na fila de tr�s, espremido entre dois adultos, para perceber a vizinhan�a. “� um voo para a Disney, voc� queria o qu�?”, pergunto aos meus bot�es, observando dois passageirinhos � frente, talvez de 3 e 4 anos, acompanhados pela m�e.
“Bom, pela idade, n�o v�o abrir a boca por nada”, penso, j� me acalmando. At� identificar alguns beb�s. Fofos, mas basta o olhar enviesado dos pais para dispararem o bu�.
Tio 'torto' assumido
Amo crian�as. Amigos pr�ximos sabem que tenho zelo e carinho pelos filhos deles, meus sobrinhos “tortos”. Com a m�e de um deles, ali�s, combinei de visitar os parques da Disney um dia. Crian�a � crian�a, n�o tem como n�o me derreter por elas. A vizinha do banco da frente, de 4 anos, concentrada em algum joguinho, sem perceber que uma hora depois do embarque continuamos no mesmo lugar, inocentemente pergunta: “J� voamos, mam�e?”. Diz isso com uma tranquilidade de dar inveja.
Meu sonho, neste momento, � ter a inoc�ncia dessa menina, pois a cabe�a fervilha: “Vai demorar para chegar?”, “O tempo estar� bom e sem turbul�ncia?”, “� verdade, mesmo, que turbul�ncia n�o joga avi�o no ch�o? Sei l�, seguro morreu de velho”. Miseric�rdia!, oito horas apertado nesta fila como sardinha em lata...
O comandante avisa � tripula��o para se preparar para a decolagem, enquanto continuo rezando – o que fa�o h� um bom tempo, ali�s. O avi�o decola. E ou�o uma vozinha, �s gargalhadas, gritando: “Meu est�mago flutuou!!!”. Da� em diante, entro no ritmo da inoc�ncia infantil. S� assim para este voo diurno, longo e apertado passar r�pido.
O sono some, mas o corpo cansado pede cama para dar aquela esticada. Entre os filmes a bordo, nenhuma novidade. N�o sei se o azar foi meu de ter visto todos eles, ou de todos serem t�o ruins que n�o valem repeteco a 40 mil metros de altura.
Passada mais da metade da viagem, a menina, por puro t�dio, descobre que as fivelas do cinto de seguran�a podem virar instrumentos de percuss�o. Ela bate os dois lados da fivela, com for�a, um contra o outro. Sensa��o pior do que o choro dos beb�s, que, acreditem, est�o mais tranquilos do que eu.
A turbul�ncia vem com o aviso de algu�m da tripula��o. Onde est�o as crian�as para contar piada, fazer uma gra�a, sei l�! Sumiram, ficam mudinhas da silva. �s 16h em ponto, o avi�o toca o solo de Orlando.
BIG FIVE X ESTRELAS DA DISNEY
Mesmo que voc�, assim como eu, nunca tenha feito um saf�ri, � inevit�vel a compara��o divertida entre os Big Five – le�o, leopardo, rinoceronte, b�falo e elefante – e as estrelas da Disney. Voltar para casa sem ter foto de Mickey, Minnie, Donald, Margarida, Pluto e Pateta � como retornar da �frica sem os Big Five. A diferen�a entre o cruzeiro da Disney e o saf�ri africano � que, a bordo do navio, voc� tem hora e local marcados para se encontrar com o “zoo” de Walt Disney.
