Ainda sob inspira��o da Mostra de Cinema de Tiradentes, que terminou s�bado (28/1), e na del�cia que � se deixar levar pela pesquisa na Ger�ncia de Documenta��o do Estado de Minas (Gedoc), a coluna recupera uma hist�ria curiosa. H� quase 81 anos, em sua �nica visita ao Brasil, o diretor e ator norte-americano Orson Welles fez o filme “It's all true” (“� tudo verdade”), que nunca foi lan�ado.
Em 1942, o EM anunciou, em sua edi��o de 16 de maio, a participa��o da mineira Maria Augusta Bicalho no longa. “De irradiante beleza, figura insinuante e inteligente l� (no Rio de Janeiro) poder� romper gloriosamente todos os obst�culos na dif�cil carreira que abra�ou”, dizia a reportagem. Segundo a publica��o, a atriz foi descoberta por Carmen Santos, pioneira na produ��o e dire��o de cinema no Brasil. Fotos da mo�a foram encaminhadas ao “cinematografista” (o que hoje seria cineasta) J. Silva para o teste de fotogenia, aprovado por Carmen.
Segundo revelou o EM, “o grande diretor norte-americano, � cata de valores, julgou aproveit�veis as qualidades da mineira rec�m-chegada. Contratou-a � raz�o de 100$00 di�rios pelo tempo que esteve no Rio”. A reportagem informa: “Maria Augusta est� sendo aproveitada em diversas discuss�es sobre o carnaval carioca e aspectos rom�nticos. De acordo com a t�cnica de Orson Welles, n�o h� figura central predominante no filme. H� um tema anexo entre os fatos e cenas fotografados e sincronizados”. Maria Augusta tamb�m seria escalada para o elenco de “A Inconfid�ncia Mineira”, projeto que consumiu 11 anos na vida da cineasta Carmen Santos.
A partir da�, pouco se sabe da carreira de Maria Augusta. E a coluna, que gosta de desafios, lan�a mais este: quem tem parentesco com a atriz, que se mudou de Belo Horizonte para Bras�lia, pode entrar em contato com a gente pelo e-mail [email protected].
EM BELO HORIZONTE
CIDAD�O KANE NO GRANDE HOTEL
O rep�rter do Estado de Minas entrevistou o cineasta americano em 10 de mar�o de 1942, durante sua visita de dois dias � capital mineira. A reportagem, como era costume na �poca, n�o tem assinatura. O jornalista definiu Orson Welles como “pouco solene para um produtor e demasiado dogm�tico para um ator. Fala de tudo que os olhos veem, discute e doutrina com uma facilidade e um simplicismo verdadeiramente yankee”.
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Sobre seus planos no pa�s, Welles declarou: “Nunca supus que pudesse encontrar tanto material 'film�vel' no Brasil. Estou encantado com o Nordeste e os jangadeiros”. O rep�rter quis saber se Belo Horizonte o impressionara. “Em todos (os aspectos), meu caro amigo. Acho linda esta cidade, sempre esbatida de sol, de uma alegria solene e comunicativa. Vou v�-la melhor agora”, respondeu o ator.
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Logo ap�s a conversa, o diretor e protagonista da obra-prima “Cidad�o Kane” partiu “como um furac�o”, anotou o rep�rter do EM.