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Artista italiana mostra seu olhar sobre a "A divina com�dia" em BH

As fotografias de Valentina Vannicola podem ser admiradas at� o pr�ximo m�s de abril, na Casa Fiat


03/04/2023 04:00 - atualizado 02/04/2023 19:07

Foto 'Canto III - Antinferno - Os ignavos', de Valentina Vannicol
A mostra "Inferno de Dante", que re�ne 15 fotografias da italiana Valentina Vannicola, acima, "Canto III - Antinferno - Os ignavos" (foto: Helv�cio Carlos/EM/D.A.Press)
Quinze fotografias da artista italiana Valentina Vannicola oferecem um outro olhar para o poema "A divina com�dia", de Dante. As imagens foram constru�das de acordo com a din�mica da cinematografia e s�o apresentadas como cenas reais, o chamado g�nero tableau vivant.  O desejo da artista � propor uma conex�o das novas gera��es com a obra do poeta.

O visitante poder� observar a exposi��o por tr�s tr�s eixos: t�cnico-est�tico, onde a fotografia � trabalhada como g�nero; biogr�fico, em que a trajet�ria da autora � apresentada; e hist�rico, com abordagem do per�odo medieval, destacando a “Divina com�dia” como obra fundamental e atemporal.

O que esse trabalho representa em sua trajet�ria?

“O inferno de Dante” � o resultado da tradu��o visual do primeiro c�ntico de “A divina com�dia”, de Dante Alighieri. Uma transposi��o para uma imagem da obra que consiste em 15 fotografias impressas em grande formato mais um esbo�o preparat�rio.

Este trabalho, lan�ado em 2011, faz parte da minha pesquisa fotogr�fica que se atribui ao g�nero da fotografia encenada, a tend�ncia da fotografia contempor�nea de se apresentar como cenas reais constru�das de acordo com a din�mica da cinematografia.

Quando voc� iniciou esse tipo de trabalho?

Foi em 2008, com a primeira experi�ncia do que ent�o se tornou a minha f�rmula narrativa com “In Wonderland”; em 2009, foi a vez de “Escape”, transposi��o de “Dom Quixote”, por  Miguel de Cervantes, seguindo-se a reinterpreta��o de “A princesa na ervilha”, “Bar Sport”, de Stefano Benni, e v�rias outras obras, como “Living layers” (2012),  “Riviere” (2014), “Eravamo Terraferma”, “Ulisses” (2022), “Fil�” (2022) e “Adorato paesaggio” (2022), onde a matriz liter�ria, seja ela um texto hist�rico, �pico, mitol�gico ou composto, permanece fundamental.

Meus projetos muitas vezes se concentraram na transposi��o fotogr�fica de obras liter�rias e hist�rias, que eu reencenei em meticulosos tableaux vivant. At� chegar ao resultado final, passei por uma s�rie de etapas, como an�lise do texto, escolha de epis�dios mais representativos e represent�veis, cria��o de esbo�os preparat�rios, elabora��o de um storyboard, a escolha de locais, o trabalho de colabora��o com os habitantes do territ�rio, a recupera��o de roupas e adere�os e, finalmente, a sess�o de fotos com atores n�o profissionais.

Foto 'Canto III - Antinferno - A porta do inferno', de Valentina Vannicola
"Canto III - Antinferno - A porta do inferno" (foto: Helv�cio Carlos/EM/D.A.Press )

O que “A divina com�dia” representa para voc�?

“A divina com�dia” � uma obra total e complexa, que trata de temas de natureza diferente com uma linguagem envolvente, apesar da dificuldade de algumas passagens para um leitor moderno. Uma obra imaginativa, na qual Dante orienta o leitor com uma destreza e precis�o descritiva de modo a facilitar a visualiza��o e materializa��o dos personagens e situa��es descritas.

O texto leva voc� aos lugares que lhe oferecem todas as coordenadas para se orientar: o que acontece � direita, o que acontece � esquerda, cheiros, ru�dos, cores. Nesse panorama, Dante insere a alegoria, a grande advert�ncia ou ensinamento pol�tico e �tico e se abre para um segundo imagin�rio: o da interpreta��o.
Foto 'Canto III - Antinferno - A passagem do aqueronte', de Valentina Vannicola
"Canto III - Antinferno - A passagem do aqueronte" (foto: Helv�cio Carlos/EM/D.A.Press)

Como surgiu o seu interesse pela fotografia de palco?

Minha rela��o com a fotografia vem do est�dio, de um caminho programado e, ao mesmo tempo, aleat�rio. Sempre fui muito atra�da pelo texto e menos pela t�cnica, comecei com estudos cl�ssicos, continuando na universidade com uma faculdade de humanidades com um interesse cinematogr�fico.

De repente, senti a necessidade de tentar experimentar algumas no��es e, a partir da imagem em movimento, cheguei � fotografia. Procurava um espa�o mais �ntimo e privado para elaborar algum racioc�nio. Mas isso n�o deve ser considerado como uma passagem ou o abandono de uma arte por outra, foi mais uma mistura.

Comecei quase imediatamente com a nova proposta da estrutura cinematogr�fica e da gram�tica na constru��o de uma imagem ou de uma s�rie fotogr�fica. Da� a minha rela��o com a fotografia encenada,  que comecei a praticar sem conhecer  bem o g�nero, at� porque, naquela altura, ainda n�o era uma tend�ncia fotogr�fica t�o consolidada.

O que me interessava era contar hist�rias, eu sabia que o cinema era a apoteose para faz�-lo, mas sentia a necessidade de trazer a magia cinematogr�fica para o espa�o mais silencioso de uma �nica imagem.

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