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Estado de Minas

Metamorfose ambulante: pandemia p�e capacidade de adapta��o � prova

Da alimenta��o ao trabalho, passando pelo lazer, quem se moldou mais rapidamente p�de sobreviver


06/02/2021 04:00

 Entregadores com suas roupas reluzentes ganharam mais espaço nas ruas na pandemia(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press %u2013 12/1/21)
Entregadores com suas roupas reluzentes ganharam mais espa�o nas ruas na pandemia (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press %u2013 12/1/21)


Estamos vivendo uma guerra mundial disfar�ada. Os pa�ses que j� tiveram essa experi�ncia se organizaram rapidamente para que sua popula��o seja vacinada. Basta ver o exemplo de Israel. Enquanto isso, do lado de baixo do Equador, na rep�blica do Leite Mo�a, estamos dando nossos passos de tartaruga. Uma pena ver discuss�es, quase infantis, sobre um assunto t�o s�rio. Mas como tudo que acontece neste pa�s, chegaremos l�. Temos Deus do nosso lado e uma capacidade de adapta��o incr�vel.  Pois � sobre essa caracter�stica que gostaria de falar.
 
Fazendo uma compara��o: eu sou um trabalhador itinerante. A cada dia exer�o a minha profiss�o em uma cidade diferente, dormindo em uma cama diferente, subindo em palcos distintos e para p�blicos variados. Se n�o tiver uma grande capacidade de adapta��o, n�o consigo realizar o meu trabalho. Esse � o meu cotidiano; isso n�o me afeta, pois j� estou acostumado.
 
A pandemia colocou � prova essa habilidade que todos n�s temos. O que se adaptou mais rapidamente sobreviveu. J� quem ficou preso em processos muito r�gidos sofreu ou viu o seu neg�cio fechar. J� � poss�vel ver algumas mudan�as que vieram para ficar. O e-commerce nunca mais ser� o mesmo. O ensino tradicional nas escolas foi enterrado ainda vivo e renascer� de outra maneira.
 
Agora somos viciados em s�ries. Dificilmente teremos uma novela que no �ltimo cap�tulo parar� o Brasil. Agora s�o os reality shows que cumprem esse papel. Uma novela ao vivo, com atores que mudam a cada edi��o. Por ficar tanto tempo em casa, criamos os enxames de entregadores, com suas motos voadoras e roupas reluzentes, estacionados na porta das lanchonetes � espera da pr�xima entrega. Se por um lado aumentamos os nossos cuidados para nos proteger, por outro, estamos gerando um lixo adicional – principalmente de pl�stico. N�o sei se essa � melhor op��o, mas com certeza � a mais pr�tica.
 
Agora a maior mudan�a: cancelaram o carnaval, algo impens�vel at� o ano passado. Vamos morrer por causa disso? Com certeza n�o, mas ficaremos mais tristes por n�o poder ver desfiles de escolas de samba na televis�o e tamb�m por n�o seguir alguns blocos pela rua. At� as letras das novas m�sicas est�o um pouco mais reflexivas. Isso me fez lembrar a segunda metade dos anos 1970, �poca em que o mundo se questionou bastante e boa parte das bandas gravou �lbuns mais introspectivos.
 
O come�o da vacina��o, mesmo que lento, traz uma sensa��o de al�vio e uma possibilidade de planejar o futuro, mesmo sem a certeza de quando poderemos gritar, dan�ar e nos abra�ar. O certo mesmo � que continuaremos precisando da nossa capacidade de adapta��o agu�ada. Se no mundo digital isso j� estava sendo exigido, com a pandemia s� aumentou.
 
Como disse Paulo Coelho, na can��o escrita com Raul Seixas: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opini�o formada sobre tudo.”

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