
Ainda n�o sabemos quando voltaremos a ver um show de um grande artista, seja nacional ou internacional. O Rock in Rio acabou de transferir sua pr�xima edi��o para o ano que vem. Ainda falta muito tempo para setembro, data original do festival, mas temos um prazo curto para nos organizar a ponto de termos um final de ano mais tranquilo.
Quando utilizamos a palavra “aglomera��o”, j� sentimos um certo desconforto e inseguran�a. S� de pensar em entrar nos lugares cheios, j� ficamos na d�vida. Se antes um espa�o lotado era sinal de sucesso e cobi�a, hoje se tornou alvo de cr�tica.
Al�m da vacina, precisaremos alterar esse costume social que foi implantado em nossa cultura com a chegada da pandemia. Pesquisei sobre o carnaval de 1919, que foi considerado um marco por duas coisas: primeira grande festa depois do final da primeira grande guerra e pelo final da gripe espanhola. Um carnaval apote�tico e com gritos de liberdade, com muitas m�scaras. As pessoas demoraram um pouco a expor sua felicidade e sua vontade de se divertir.
O grande bote salva-vidas desta pandemia foi a transforma��o digital. Quem soube nadar entre os bits, bytes, pix e as outras siglas se salvou. Mas j� come�o a pensar que boa parte dos trabalhadores voltar� a frequentar os escrit�rios pelo simples motivo de sair de casa e trocar de ares. Por mais que ficar em casa fa�a bem, para sa�de e para o tr�nsito das cidades, o compromisso do ambiente de trabalho come�a a fazer falta.
N�o sei quando ser� dado o sinal para a volta dos grandes eventos aqui no Brasil. Na Inglaterra, est�o programando para o fim de junho. Como sempre estamos atrasados, acredito que, se tudo der certo, poderemos pensar em setembro. Sabiamente, o Rock in Rio n�o se prontificou a ser o primeiro grande evento.
Como vivemos na cultura do cancelamento, o grande evento que der largada na retomada ser� acompanhado de perto, com lentes microsc�picas, buscando deslizes para as pr�ximas manchetes. Por�m, este � o nosso mundo atual: virtual, negativista, e com o c�u sempre cinzento. Haja est�mago para tanta not�cia ruim.
Acho que j� aprendemos muito sobre esse v�rus que mudou o mundo. Na gripe espanhola, o per�odo de confinamento foi mais curto, mas o n�mero de vitimas foi muito maior.
A luz da esperan�a come�a a ficar cada vez mais forte, mas precisamos direcion�-la melhor. O Brasil, com nossos governantes midi�ticos, precisa gastar mais tempo com planejamento do que com redes sociais. Cresci escutando a frase que cravava: “O Brasil � o pais do futuro”. Gostaria de continuar a acreditar nesse mantra que nunca chegou a se tornar realidade.
A sensa��o de um futuro mais tranquilo me chegou esta semana, quando o meu pai foi vacinado. Gostaria que todos os brasileiros tivessem essa mesma sensa��o.