
O recente fato protagonizado vergonhosamente pelo deputado Arthur do Val, em viagem para a Ucr�nia, levantou novamente o termo “turismo sexual”. Em �udios vazados, ele se refere �s mulheres ucranianas de maneira vulgar, considerando voltar l� no ano que vem para fazer o que em situa��o de guerra ele n�o teve como fazer. � preciso entender que nem tudo � turismo, como as pessoas teimam em acreditar.
Qualquer motivo, por mais bizarro ou asqueroso que seja, se transforma em turismo de alguma coisa. Por�m, � preciso ficar claro que, o termo “turismo sexual” deve ser abolido do vocabul�rio mundial, em qualquer idioma. Turismo sexual n�o existe! O que existe � explora��o sexual e nada tem a ver com a atividade tur�stica.
Utilizando a defini��o da ag�ncia da ONU, a Organiza��o Mundial do Turismo – OMT, “turismo � o conjunto de atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e perman�ncia em lugares distintos dos que vivem, por um per�odo de tempo inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, neg�cios e outros”. Esta defini��o, apesar de explicar em linhas gerais o que � o turismo, deixa por detalhar alguns pontos. Entretanto, basta um m�nimo de bom senso, para perceber que o turismo deve ser um conjunto de atividades que acontecem dentro da legalidade e da �tica. Tamb�m n�o precisamos pensar muito para concluir que que a �ltima palavra da defini��o: “outros”, n�o inclui explora��o sexual.
O turismo � sim uma atividade econ�mica, que obviamente tem por natureza movimentar as pr�ticas comerciais de servi�os, estruturas e produtos. Mas deve acontecer dentro das normas comerciais, o que n�o inclui servi�os sexuais. Infelizmente, quase todas as atividades possuem seus desvios, faz parte da natureza do ser humano (alguns deles) estragar o que possui nobreza em sua ess�ncia. Quando um m�dico comete ass�dio sexual dentro do consult�rio, ningu�m diz que ele est� praticando “medicina sexual”. Quando um chefe assedia uma funcion�ria, ningu�m chama isso de “expediente sexual”. Ent�o, porque uma atividade que gera tantos empregos, qualidade de vida, sustentabilidade e renda � tratada em seu desvio como “turismo sexual”?
N�o cabe essa terminologia para nominar o que o tal deputado pretendia fazer. O que ele pretendia fazer (ou pretende, sem ser descoberto) � explora��o sexual. � inaceit�vel tratarmos isso como turismo. Apesar da amplitude da defini��o da OMT sobre o que � turismo, n�o se pode achar que, qualquer deslocamento, qualquer hospedagem e qualquer programa pode ser tratado puramente como turismo. E ainda, quando atribu�mos o termo turismo a um crime, que � a explora��o sexual, este crime automaticamente fica menos grave. Afinal, turismo � considerada uma atividade de lazer e prazerosa.
Se adicionado a isso ainda temos mulheres em situa��o de vulnerabilidade, seja ela financeira, j� que segundo Arthur do Val elas “s�o f�ceis porque s�o pobres” ou emocional porque “s�o supersimp�ticas e super gente boa” em uma situa��o de guerra, o que gente do tipo dele faz � ainda mais grave. Ali�s, o mais grave n�o � o que ele fez (porque por sorte n�o chegou a acontecer), mas quem ele �. Acabou deixando � mostra uma parte obscura do seu car�ter que mostrou realmente quem s�o tipos de pessoa como ele, que t�m a cara de pau de se autodenominar turistas.
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