Artesanato e turismo: a experi�ncia de consumir arte popular

Sabe quando voc� viaja, vai naquela feirinha de artesanato local e compra um chaveirinho todo bonitinho com uma fotinho do principal atrativo da cidade impressa?! Eu sei que ele � bem fofinho e uma lembrancinha bem baratinha daquela viagem, mas hoje vamos falar de artesanato de cria��o e de tradi��o. Aquele artesanato que quando voc� olha, sabe que foi trabalhado com as m�os desde a sua mat�ria prima. Aquele artesanato que voc� pode at� sentir o cheiro da hist�ria e que por dentro voc� se pergunta: qual a diferen�a entre arte e artesanato?! Aquele artesanato que voc� v� tanta min�cia, tanta hist�ria e que de repente voc� olha direito e ainda pensa: nossa, al�m de lindo ainda tem uma utilidade espec�fica! Voc� olha bem e percebe que � uma garrafa, uma travessa, um bule ou at� mesmo a renda de uma roupa. � esse o of�cio de tantos artes�os que temos por esse Brasil, que fazem nossa casa, nosso local de trabalho, nossa vida e, claro, nossa viagem mais bonita e mais po�tica, com pe�as feitas � m�o, onde, em cada uma, eles colocam n�o s� a t�cnica, mas tamb�m a alma. 

Para entender melhor o artesanato de cria��o e de tradi��o, � importante saber que a criatividade de cada artes�o permeia cada pe�a produzida, e que cada pe�a carrega consigo heran�as emocionais ou f�sicas, que transformam em algo concreto o que antes era apenas uma lembran�a da inf�ncia ou uma hist�ria de fam�lia. E apenas nesta pe�a (e em cada pe�a de artesanato criada no mundo) � poss�vel eternizar uma cultura. Por isso a import�ncia dos resgates culturais e do turismo como ferramenta indispens�vel para guarda da mem�ria de artes e of�cios. Afinal, como j� sabemos, o viajante atual consome experi�ncias. N�o basta apenas assistir. Ele quer entender como foi criado, porque foi criado, quem estava por tr�s da cria��o, e, se poss�vel, quer tamb�m colocar a m�o na massa para ter seus 15 minutos de artes�o. E assim, o turismo pode sustentar o acervo cultural do pa�s, valorizando cada vez mais o que muitos, penso que por ignor�ncia, teimam em esquecer.

 

Para celebrar o of�cio que provavelmente mais mexe com o nosso imagin�rio, no pr�ximo dia 19 de mar�o, que � tamb�m o dia de S�o Jos�, comemoramos o Dia do Artes�o. O santo carpinteiro, pai de Jesus Cristo e que ensinou o of�cio ao filho, � padroeiro dos artes�os e dos trabalhadores. Para esta comemora��o, o Centro de Arte Popular - CAP, em Belo Horizonte, preparou uma exposi��o especial: Labuta. Dentre as v�rias tem�ticas que percorrem o acervo do CAP, � inevit�vel perceber que o “trabalho” e o “fazer” s�o assuntos que o perpassam como um todo.

Foi a partir dessa constata��o que o grupo de educadores do museu definiu o tema desta exposi��o. “Trabalho” pode ser entendido como uma atividade que requer disposi��o de tempo, de for�a e de certa destreza daquele que o desempenha. Pensando nisso, � poss�vel dizer que o fazer art�stico n�o se diferencia dos trabalhos “tradicionais” como atividade funcional, mas � o �nico of�cio que pode refletir sobre si mesmo e sobre os demais. A mostra apresenta a lida e os labores presentes nas obras do acervo da Reserva T�cnica do Centro de Arte Popular.

No ano em que o Centro de Arte Popular completa 10 anos, celebra-se tamb�m o centen�rio da Semana de Arte Moderna e o bicenten�rio da Independ�ncia do Brasil, datas que marcaram e mudaram a hist�ria do pa�s. Celebra-se, ainda, o ano da Mineiridade, t�o presente na l�ngua, na culin�ria, na arte popular e nas tradi��es de cada regi�o do Estado de Minas Gerais. Angelina Gon�alves, coordenadora do Centro de Arte Popular lembra que: “nesses 10 anos, a institui��o sempre assumiu o papel de centro de irradia��o de cultura e manifesta��es art�sticas diversificadas, n�o somente se concentrando na difus�o de suas cole��es, mas tamb�m disponibilizando ao p�blico visitante uma gama diversificada de atividades culturais, como exposi��es, oficinas de arte, palestras, apresenta��es de m�sica, teatro e dan�a”.

Por isso, o espa�o vai muito al�m de uma estrutura expositiva, e apresenta aos moradores de Belo Horizonte e aos turistas, a possibilidade de viver experi�ncias art�sticas. O museu fica no Circuito Liberdade, bem pr�ximo � Pra�a da Liberdade, na rua Gon�alves Dias, 1608. Como dizem os mineiros: “� logo ali” e vale muito a visita, principalmente com a programa��o especial preparada a ocasi�o. 


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