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Estado de Minas TURISMO E NEG�CIOS

Turismo regenerativo: um novo modelo para turistas exigentes

Alian�a para turismo sustent�vel no sul da Bahia, aplica pr�ticas ESG na gest�o e consumo de viagens


21/03/2023 07:30

Farol de Abrolhos (BA)
Farol de Abrolhos (BA) (foto: Futuri/Divulga��o)

Eu cresci profissionalmente escutando que o turismo � a ind�stria sem fuma�a. Claro, existem muitas controv�rsias sobre esta afirma��o, o grupo que concorda e o grupo que discorda. Entretanto, � unanimidade que o turismo � uma atividade econ�mica capaz de crescer de maneira sustent�vel, levando-se em considera��o seus aspectos ambientais, sociais e econ�micos.

N�o � tarefa f�cil. � preciso um pensamento, e planejamento de longo prazo. � preciso tamb�m envolver as pessoas, considerando toda a complexidade de unir seres humanos, que muitas vezes n�o conseguem pensar e agir juntos em prol de um bem comum. Sem falar de todas as quest�es t�cnicas de entendimento do tema sustentabilidade, ou na sigla mais contempor�nea: ESG.

A boa not�cia � que existem diversas iniciativas inovadoras sobre o tema. E cada vez mais podemos perceber que o movimento de poucos transforma a realidade de muitos. Uma alian�a criada no sul da Bahia, para ajudar as pessoas e empresas que trabalham com turismo, e tamb�m comunidades de destinos tur�sticos, a reduzir os impactos negativos e aumentar os benef�cios que o turismo pode gerar, tem levado bons resultados a destinos que cresceram com o turismo de massa e que agora se reinventam, atrav�s do turismo regenerativo.

A alian�a Futuri Brasil foi idealizada pela ONG Conserva��o Internacional, e atua inicialmente nos munic�pios de Una, Canavieiras, Belmonte, Santa Cruz Cabr�lia, Porto Seguro, Prado, Alcoba�a, Caravelas e Nova Vi�osa, na regi�o do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no Sul da Bahia, casa da maior diversidade marinha do oceano Atl�ntico Sul. Nessa regi�o com caracter�sticas naturais singulares e de grande import�ncia biol�gica, com um trade tur�stico muito experiente e uma enorme diversidade cultural e hist�rica, a alian�a prop�e uma s�rie de prioridades. Entre elas est�o fortalecer as �reas protegidas, formar uma governan�a para integrar os atores do turismo no territ�rio, apoiar a implementa��o de melhores pr�ticas no turismo e na cria��o de novos roteiros mais sustent�veis, gerando melhor distribui��o de renda, valoriza��o e protagonismo da comunidade local e conserva��o e restaura��o do meio ambiente.

A iniciativa � parte do projeto Turismo+Sustent�vel da CI-Brasil, financiado pelo Fundo Abrolhos T&M, Instituto humanize, Uxua Casa Hotel & Spa, e WWF e que tamb�m conta com o apoio do setor p�blico (SETUR – Secretaria de Estado de Turismo, Secretarias municipais e estadual do Meio Ambiente, ICMBio), C�maras T�cnicas de Turismo, setor privado, terceiro setor e comunidade local. Setores que, juntos, buscam incentivar e promover a intera��o entre os aliados da alian�a e a troca de experi�ncias bem-sucedidas na ado��o de pr�ticas sustent�veis, propondo tamb�m a parceiros e fornecedores crit�rios m�nimos de sustentabilidade e a oferta de servi�os de impacto positivo para a natureza, os turistas e os pr�prios moradores.

“A Futuri promove maior integra��o entre o trade e a comunidade, possibilitando trocas de experi�ncias e elabora��o de novos produtos que diversifiquem e aprimorem a visita do turista, dispersando assim a press�o humana no territ�rio, criando oportunidades de neg�cios e distribui��o de renda, regenerando a natureza e proporcionando a melhoria na qualidade de vida dos seus moradores” explica Thais Guimar�es, coordenadora do projeto na CI-Brasil.

O consultor t�cnico Martin Frankenberg, ex-presidente da Associa��o Brasileira de Viagens de Luxo e cofundador da ag�ncia de viagens Matuete, comenta: "Futuri � uma iniciativa de classe mundial, do tipo que aplica metodologias que vemos nos destinos mais progressistas e bem administrados do mundo".

Um grupo t�o heterog�neo que consegue unir desde meios de hospedagem de luxo �s comunidades locais s�o um grande salto para o pensamento na gest�o do turismo no Brasil. Afinal, empreendimentos de luxo sempre estiveram distantes das popula��es locais, quase inating�veis. Essa dist�ncia, al�m de gerar resist�ncia com o setor o turismo (com raz�o), acabava por favorecer apenas os empreendimentos, sem considerar o local onde eles estavam estabelecidos. A tend�ncia � que, ao longo do tempo, os visitantes e turistas, especialmente os mais conscientes, sintam-se incomodados com esse cen�rio, criando assim um ambiente inverso ao discurso da sustentabilidade.

Neste sentido, a iniciativa da alian�a Futuri Brasil j� consegue apresentar resultados reais. Como � o caso da APA Estadual de Santo Ant�nio, em Santo Andr� (Cabr�lia). A Associa��o Barracas do Pontal, atrav�s de mentoria, participou de aulas e liderou a implanta��o de diversas a��es, como a implanta��o de lixeiras para coleta seletiva do lixo na praia, a compra do triturador de coco para destina��o e uso do material que antes era descartado , a inser��o de placas para conscientiza��o sobre os ninhos de tartaruga da praia  e a substitui��o de pl�stico de uso �nico em algumas barracas, como o uso do coco para servir drinks, por exemplo. 

Em Caraiva, a Pousada Casa de Paix�o, que est� dentro do Parque Nacional e Hist�rico do Monte Pascoal e sua orla na Reserva Marinha de Corumbau, implantou diversas pr�ticas mais sustent�veis como curso de governan�a/camareiras para a comunidade, capacitando dezenas de pessoas para hot�is locais, separa��o e destina��o correta de res�duos, lavanderia e processos de governan�a que reduzem o uso de material de limpeza, a��es de comunica��o e conscientiza��o do h�spede, entre outras. E como essas, s�o diversas as iniciativas, aplic�veis no dia a dia do pequeno empreendedor que ajudam a sustentar o turismo nas comunidades. 

As a��es podem ser vistas agora, mas os resultados mais substanciais somente poder�o ser percebidos no futuro. Por isso, trade, comunidades e turistas precisam ter mais claro do que nunca que estamos em fase de constru��o. O que nos parece invis�vel agora, saltar� aos olhos no futuro e nos trar� mais bem-estar. Afinal, al�m de desfrutar de experi�ncias de qualidade e estarmos integrados �s comunidades locais em nossas viagens, vamos saber que inciativas como essa nos educam para termos a tranquilidade de saber que nosso consumo de turismo n�o gerou dano, e pelo contr�rio, ajudou a desenvolver o destino que visitamos.

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