O Atl�tico ser� campe�o brasileiro nos pr�ximos anos. Todo mundo sabe disso. Que contesta��o idiota para fazer m�dia com a torcida. Com est�dio e um investidor que n�o poupa esfor�os para soltar a grana e contratar, a tend�ncia � mesmo que o Galo se transforme num ganhador de trof�us. � a expectativa da torcida, que, ali�s, provou no epis�dio Thiago Neves que quem manda no clube � mesmo ela, e o que � pior: os dirigentes assumiram ter medo de apanhar ou sofrer qualquer tipo de san��o e, por isso, voltaram atr�s na contrata��o.
Isso representa um grande perigo para as institui��es de futebol. Se um dirigente, amea�ado por organiza��es e por medo, cancela uma contrata��o, torna-se ref�m para o resto da vida. Por isso, h� algum tempo, eu disse que o Atl�tico n�o deveria ter nas suas fronteiras um dirigente que � cruzeirense, e que percorria o Brasil em caravanas para torcer para o time azul, e que n�o tem identifica��o com o clube alvinegro. Qualquer crian�a de 5 anos sabe que Thiago Neves � inimigo e persona non grata no Atl�tico, e que mesmo sendo um pedido de Sampaoli – eu n�o acredito nisso –, n�o tinha a menor condi��o de ser nem sequer cogitado, quanto mais contratado. Pedidos de desculpas idiotas n�o t�m valor. O Atl�tico � muito maior que qualquer atleticano, ainda mais de quem n�o � alvinegro.
Que saudades de Themer Maur�cio, Valmir Pereira, Elias Kalil, Marum Patrus, Ivo Melo, Hermenegildo Gomes e tantos outros atleticanos ilustres, que fizeram a hist�ria desse clube. Conheci e convivi com todos eles, na �poca em que trabalhava na TV Globo. Homens que dedicavam a vida ao clube, que faziam tudo por ele e que jamais o usaram. Gente comprometida com a institui��o, com suas cores, com sua gente. Naquela �poca, a Charanga do Boror� animava os jogos no Mineir�o, mas n�o ia � porta da sede protestar. Os torcedores, do bem, at� se queixavam quando o time ia mal, mas no Mineir�o, virando faixas de cabe�a para baixo, entoando c�nticos que faziam os jogadores sentir na pele a frustra��o do torcedor. Hoje, os caras invadem sedes e CTs, fazem protestos um dia inteiro, diante de uma diretoria acuada e com medo. Tem gente que n�o conhece a hist�ria e a grandeza do clube. Ca�ram de paraquedas, pulando de clube em clube, querendo fazer m�dia com o torcedor. Mas o atleticano n�o � bobo. Sabe muito bem quem torce pelo time, quem realmente trabalha por amor. Esses que num ano est�o em um clube e no outro vestem outra camisa pensam apenas no dinheiro.
Acho estranho alguns clubes n�o adotarem a postura do Flamengo e de outras institui��es esportivas que n�o t�m a figura do diretor de futebol. Quem negocia compra e venda de jogadores s�o os vice-presidentes eleitos. N�o tem rachadinhas com empres�rios, nem falcatruas. Por que um presidente ou um vice-presidente n�o ligam para seus pares, diretamente, e fazem a negocia��o, sem que haja intermedi�rios? O agente at� pode participar, est� no seu papel, mas h� casos em que o diretor de futebol d� privil�gios, dando cartas de apresenta��o ao empres�rio X para que ele fa�a o neg�cio. Ao inv�s de o empres�rio procurar o clube, � o clube quem procura o empres�rio e lhe concede exclusividade em determinadas negocia��es. Isso est� errado. Clube n�o tem que ter “amor” a empres�rio X ou Y. Fa�am uma pesquisa no pa�s e vejam quantos empres�rios est�o ligados aos clubes e seus diretores. Lembro-me do epis�dio envolvendo Mano Menezes e Carlos Leite. O ex-t�cnico da Sele��o foi acusado de privilegiar jogadores do seu empres�rio, e esse foi um dos motivos de sua demiss�o. � sabido que os treinadores s�o postos nos clubes pelos agentes, e, por gratid�o ou coisa parecida, acabam contratando v�rios jogadores do tal empres�rio. �, no m�nimo, estranho!
Por isso eu bato na tecla da moderniza��o. Clube tem que ser empresa para dar ta�as e lucro. Tem que trabalhar em cima de um or�amento, ter uma reserva e n�o depender de empr�stimo ou doa��o de ningu�m. Enquanto houver um processo de gest�o amadora, a corrup��o vai continuar imperando, pois, sem responsabilidade fiscal, os dirigentes brasileiros fazem o que querem dos clubes. Alguns se apossam deles. Outros, usam at� n�o poder mais. E o sofrido torcedor, que paga para ver o time jogar e que entra no plano de s�cio para ajudar o clube, v� seu dinheiro indo para o ralo. Chega de amadorismo no futebol brasileiro. Os clubes n�o pertencem aos dirigentes e, sim, aos torcedores do bem, que s�o os maiores patrim�nios de uma institui��o.
ATL�TICO-GO
Se fora de campo as coisas v�o muito mal para o Galo, com atrasos de sal�rios e trapalhadas da diretoria, dentro o time vai bem, obrigado. Vice-l�der, com um jogo a menos, o Galo ter� uma parada torta, em Goi�nia, neste s�bado, contra o Drag�o. O time goiano venceu o Flamengo por 3 a 0 e empatou com o Gr�mio. Nessa metade de turno, pelo que vem fazendo, mesmo sem ter um grande time, o Galo � o mais regular da competi��o, jogando sempre para vencer. Isso me agrada muito em Sampaoli, embora eu veja mil defeitos nele. Tanto assim que, aos 60 anos, tem apenas o t�tulo da Copa Am�rica, em 2015, como relevante. Por�m, nunca � tarde para se tornar ganhador, e o Galo est� � espera de um t�cnico que consiga fazer aquilo que Tel� Santana fez em 1971, dando o primeiro Campeonato Brasileiro ao alvinegro. Sampaoli tem mostrado a versatilidade do time, mas inventa muito. As constantes mudan�as na escala��o deixam jogadores e torcedores inseguros. � preciso ter um norte, um equil�brio, para que o objetivo seja atingido. Fato � que o Atl�tico de hoje se imp�e e amedronta seus advers�rios. Muitos me perguntam se ele pode ser campe�o. Claro que sim! Numa competi��o onde os chamados favoritos est�o mal e ele est� bem, � poss�vel sim. O campeonato est� bem embolado alia na cabe�a, mas, de todos os concorrentes, o Galo tem sido o mais regular, contrariando todos os progn�sticos. N�o pode e n�o deve perder pontos para times pequenos. S�bado, � entrar para voltar a BH com os tr�s pontos.