
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, e seus pares querem realizar Copa do Mundo a cada dois anos, a partir de 2028. Teremos a Copa do Catar, ano que vem, e em 2026, j� decidido, aqui nos Estados Unidos, M�xico e Canad�, em conjunto. Ele acredita que reduzindo o per�odo entre um Mundial e outro, tornar� o torneio ainda mais atraente e poder� beneficiar a China e a �frica, por exemplo, que dificilmente receberiam um Mundial. Somente a �frica do Sul, em 2010, foi sede de uma Copa do Mundo, naquele continente.
� claro que Infantino s� pensa nos milh�es de d�lares que entrar�o nos cofres da entidade, nos patrocinadores e em agradar os dirigentes de v�rias confedera��es. Com isso, banalizar� a competi��o mais importante do planeta bola, e a descredenciar�. J� teremos um aumento substancial no n�mero de participantes em 2026, e se sua ideia for aprovada, com certeza vai inchar a competi��o com jogos sofr�veis e ruins. Sim, na Copa do Mundo h� partidas sem a menor express�o, que n�o despertam o interesse de ningu�m.
O charme da Copa do Mundo, criada em 1930, tendo o Uruguai do meu amigo Francisco Tom�s, leia-se Parrilla Del Mercado, como o primeiro campe�o. Por causa da Segunda Guerra Mundial, n�o tivemos a competi��o em 1942 e 1946. Ela retornou no Brasil, em 1950, e o Uruguai, mais uma vez, faturou o caneco, diante de 200 mil incr�dulos brasileiros, em pleno Maracan�. Final que ficou conhecida como “Maracanazo”.
O problema da Fifa � ter dirigentes que n�o se importam com a qualidade do futebol. Querem quantidade, querem dinheiro a todo custo, como se fosse a Fifa uma empresa que precisa ter lucros e dividendos. Por isso, j� tivemos duas Copas do Mundo, 1994 e 2006, decididas nas penalidades. E na �frica do Sul, 1 a 0, para a Espanha, na prorroga��o, j� no finalzinho, e a de 2014, no Brasil, do mesmo jeito. Eu discordo veementemente e sugiro at� mais qualidade do que quantidade. Quando o Mundial era disputado por 16 sele��es, t�nhamos grandes jogos, e, � bem verdade, muitos craques. Subiram para 24 sele��es e a qualidade come�ou a cair. Com 32, n�mero atual, repito: temos jogos de qualidade duvidosa e sele��es sem o m�nimo de consist�ncia t�cnica.
TORCIDA NOS EST�DIOS
Belo Horizonte liberou p�blico nos est�dios, com 30% da capacidade do Mineir�o, por exemplo. No jogo entre Galo e R�ver Plate foi terr�vel, com um desrespeito total �s determina��es das autoridades sanit�rias. Era um evento teste e evento teste � feito para que corre��es aconte�am. E o Galo deu um “baile no R�ver Plate, � bem verdade, com a maioria da torcida n�o usando m�scara”. O Cruzeiro jogou na sexta-feira, com um p�blico bem menor que o do Galo. Vi algumas aglomera��es, pela TV, mas j� houve uma melhora, talvez pelo n�mero menor de torcedores.
A verdade � uma s�. Quando vemos na Europa os est�dios lotados, � porque l� eles est�o em condi��es mais avan�adas que o Brasil. E outra coisa: n�o ouvimos falar em testes falsificados. Os bilheteiros t�m condi��es de conferir um a um, cada exame, e tudo funciona. No Brasil, ouvimos casos de falsifica��es de testes, de vacina e tudo o mais. Se os “bandidos travestidos de torcedores” n�o respeitam nem a pol�cia, como v�o respeitar o fiscal, na roleta, mostrando testes e cart�o de vacina��o? Utopia. N�o brinquem com o melhor prefeito do Brasil, Alexandre Kalil. Para ele virar a chave e voltar a proibir p�blico nos est�dios, pouco custa. Para ele, a vida estar� sempre em primeiro lugar. O que nos entristece � saber que h� pessoas que n�o ligam para suas vidas, e muito menos para a dos outros. Estamos vivendo uma pandemia, que est� longe do fim. Se n�o respeitarmos o que as autoridades m�dicas e sanit�rias determinam, estaremos ainda mais perdidos.