
O saudoso e genial l�der da banda Legi�o Urbana, Renato Russo, fez essa pergunta ne d�cada de 1980, em uma das suas maravilhosas m�sicas. Hoje, temos uma resposta que n�o gostar�amos de dar, mas que � a mais verdadeira: o pa�s da impunidade, da viol�ncia, de pol�ticos corruptos, com exce��es, � claro, onde n�o se respeita o cidad�o de bem.
Fiz essa introdu��o para falar da viol�ncia e amea�as que assolam os jogadores, dirigentes e jornalistas. O atacante Willian, do Corinthians, deixou o clube e o Brasil, voltando a morar na Europa. Pela sua p�ssima performance no Corinthians, foi amea�ado junto com sua fam�lia.
O lateral-direito F�gner, que falhou no gol do Palmeiras, semana passada, tamb�m sofreu amea�as, assim como sua mulher e filhos.
O goleiro C�ssio foi amea�ado por cinco bandidos, nas redes sociais, h� dois meses. Ele tamb�m quase foi agredido, na Vila Belmiro, quando um “torcedor” invadiu o campo, mas, por sorte, o bandido foi contido.
Agora foi a vez do zagueiro do Cruzeiro, Eduardo Brock, ser amea�ado junto com sua fam�lia. A pol�cia j� teria identificado o bandido, que n�o � de Minas Gerais e n�o torce para o Cruzeiro.
Jogadores, dirigentes e jornalistas s�o amea�ados, constantemente. Quando a fase de uma equipe n�o � boa, os bandidos, travestidos de torcedores, se sentem no direito de invadir CTs, depredar carros de atletas e at� agredi-los.
Tamb�m se sentem � vontade para ficar cara a cara com treinadores e cobrarem deles um comportamento melhor da equipe. Sabe o motivo de isso acontecer? A impunidade no pa�s da mentira e da falcatrua. Os dirigentes s�o culpados, pois � sabido que alguns deles d�o ingressos, pagam �nibus, salas e telefones celulares para as chamadas “torcidas organizadas”.
Na verdade, h� v�rias quadrilhas infiltradas em todas elas, que se digladiam, que v�o para “matar ou para morrer”, e ainda dizem que “ningu�m vai me segurar, nem a PM”, como nos c�nticos provocativos que fazem nos est�dios. As cenas de barb�rie, viol�ncia e morte s�o registradas a cada semana, numa capital ou est�dio diferente. Acontecem de norte a sul do Brasil, e parece longe de ter um fim.
Hoje h� uma gama muito grande de pseudos-jornalistas, torcedores dos clubes, que d�o not�cias que agradam a torcida. Por�m, ainda h� a imprensa s�ria, isenta, que p�e o dedo na ferida e divulga o que tem que ser divulgado, a verdadeira informa��o.
A�, os dirigentes, para fazer m�dia com os torcedores, os incita contra os profissionais s�rios. Outro dia, ouvindo a entrevista de Dorival J�nior, ap�s o jogo do Flamengo, pela R�dio Tupi, a �nica r�dio que ou�o em minha vida, desde garoto, e na qual tenho o prazer de trabalhar, percebi que as perguntas eram somente de “influencers” torcedores do clube.
N�o havia uma pergunta do O Globo, O Dia, R�dio Globo, da pr�pria R�dio Tupi. Parece que s� os torcedores, que se sentem jornalistas, podem perguntar. E, � claro, eles n�o fazem as perguntas pertinentes. “Passam pano”, como dizem os jovens, e segue o baile. Isso � uma piada. Deveriam separar o joio do trigo. Perguntas, s� de profissionais formados, com hist�ria no jornalismo s�rio, comprometido com a verdade.
Torcedores, influencers, ou l� o que seja, n�o deveriam participar de coletivas. Isso dep�es contra a imagem dos profissionais s�rios.
A Justi�a do Rio Grande do Sul puniu as fac��es do Gr�mio que brigaram no domingo, na Arena do clube. Tr�s meses sem frequentar o est�dio. Como se isso fosse valer alguma coisa. Por que o juiz n�o determinou a extin��o dessas fac��es?
Quando as torcidas organizadas surgiram, faziam espet�culos maravilhosos de coreografia. Hoje as mais conhecidas s�o rivais, e a cada encontro de equipes diferentes, se digladiam, matam e morrem. E quando n�o h� uma torcida rival para afrontarem, brigam entre elas mesmas, como vimos nas vergonhosas imagens na Arena Gr�mio. Cenas recorrentes, a cada semana, em um est�dio diferente.
As puni��es, quando existem, s�o fracas e incentivam os bandidos a praticar mais atos de barb�rie. Deve haver uma autoridade no pa�s que acabe de vez com essas fac��es. N�o � poss�vel um pai levar um filho ao est�dio com essas cenas de viol�ncia. Ele vai, mas n�o sabe se voltar� para casa.
Outro dia, nosso companheiro Bira Marinho foi assaltado na sa�da do Mineir�o, com seu filho Matheus. O jovem deve estar horrorizado at� hoje. Eu condeno todos os pais que levam filhos aos est�dios nos dias atuais.
Lugar de torcedor protestar contra jogadores, t�cnicos e dirigentes � na arquibancada, com faixas de cabe�a para baixo e vaias. Qualquer coisa al�m disso extrapola o bom senso e o direito de ir e vir. Se os chamados chefes de torcidas invadem os CTs, s�o identificados pelas imagens, e n�o se preocupam nem em esconder o rosto, qual o motivo de a pol�cia n�o os prenderem?
Na invas�o ao CT do Botafogo havia dois policiais militares acompanhando as cenas, sem nada fazer. Por que n�o pediram refor�os e prenderam os agressores. Est� tudo errado.
A viol�ncia est� instalada em todos os setores e o futebol, que s� � um mundo � parte na quest�o salarial, est� inserido nesse contexto. Uma pena que um povo apaixonado pelo esporte bret�o esteja sendo t�o maltratado.
Que jogadores e t�cnicos estejam sendo amea�ados a cada rodada. Prefiro ficar com a fase do poeta e escritor italiano, o saudoso Umberto Eco: “As redes sociais deram voz a uma legi�o de imbecis”. E eu completo: “Imbecis, canalhas e covardes”, pois se escondem atr�s de tais redes para amea�ar fam�lias.
� preciso que a pol�cia e a Justi�a deem um basta nesses bandidos. Lugar de bandido � na cadeia. “Que pa�s � esse?”. N�o pune, como deveria punir, n�o protege os cidad�os de bem, n�o define penas severas, tipo 10 anos de cadeia, sem progress�o de pena, sem liberdade condicional, sem visita �ntima, sem nenhum tipo de regalia.
Garanto que o primeiro que for punido servir� de exemplo para que outros jamais cometam esse tipo de amea�a ou crime. S� depende de o Congresso Nacional querer e votar leis mais duras. N�o h� outro caminho. Cadeia nos bandidos que sujam o futebol brasileiro!