
A not�cia venturosa � que SP, CE, PR, MA e AC iniciaram as aulas em fevereiro. A maioria dos estados exibiu-nos o espet�culo de uma descoordena��o institucional nunca vista em educa��o. Ao inv�s de coordenar, o MEC de tr�s ministros em menos de um ano reduziu-se � inutilidade. Em nossa rep�blica federativa, os estados e os munic�pios disp�em de ampla autonomia decis�ria.
N�o obstante, o que vimos foi paralisia quase geral e descoordena��o entre as pr�prias secretarias estaduais e seu efeito demonstra��o nos munic�pios. Aqui, ficamos 40 semanas seguidas sem aulas semipresenciais nas escolas; no mundo, em geral, 22 semanas; na Europa, 10 semanas, em m�dia.
N�o obstante, o que vimos foi paralisia quase geral e descoordena��o entre as pr�prias secretarias estaduais e seu efeito demonstra��o nos munic�pios. Aqui, ficamos 40 semanas seguidas sem aulas semipresenciais nas escolas; no mundo, em geral, 22 semanas; na Europa, 10 semanas, em m�dia.
A Constitui��o de 1988 fixa, como um padr�o institucional, o regime de colabora��o em educa��o entre a Uni�o, os estados e os munic�pios. No entanto, apenas cinco estados decidiram iniciar o ano letivo de 2021 e outros cinco, prosseguir o de 2020 na modalidade presencial, em fevereiro.
Onde houve boa lideran�a e coordena��o, como no Cear�, escolas e professores dispuseram de orienta��es precisas, planejamentos semanais de aulas padronizados com a descri��o detalhada das atividades ou sequ�ncias did�ticas, por aula e assunto e habilidade, al�m do acesso, via tecnologias digitais, a aulas exemplares gravadas.
Onde houve boa lideran�a e coordena��o, como no Cear�, escolas e professores dispuseram de orienta��es precisas, planejamentos semanais de aulas padronizados com a descri��o detalhada das atividades ou sequ�ncias did�ticas, por aula e assunto e habilidade, al�m do acesso, via tecnologias digitais, a aulas exemplares gravadas.
Em situa��o de crise, verdadeiros l�deres comunicam ideias e objetivos claros, d�o voz � racionalidade pol�tica, resolvem desafios e coordenam equipes, agem movidos por coragem moral e vontade f�rrea, compatibilizam raz�o, paix�o e valores.
Como na �rea da Sa�de, na esfera da Educa��o a Federa��o n�o funcionou. Na aus�ncia da “voz” da lideran�a, a “sa�da” foi o caos de um ano perdido: “sa�da” sem “voz” levou a esse beco quase sem sa�da.
Como na �rea da Sa�de, na esfera da Educa��o a Federa��o n�o funcionou. Na aus�ncia da “voz” da lideran�a, a “sa�da” foi o caos de um ano perdido: “sa�da” sem “voz” levou a esse beco quase sem sa�da.
Considerada a cadeia de responsabilidades, n�o � aceit�vel um diretor de escola reduzir-se ao imobilismo porque a secretaria se anulou na in�rcia: se a montanha n�o vem � escola, a escola se agiganta e faz o que precisa ser feito.
Precisa ser assim. De modo semelhante, se na escola a dire��o falha, em situa��o de crise, professores n�o precisam aguardar a montanha se mover para fazerem o que precisa ser feito. Florescem e auto-organizam-se na crise como protagonistas.
Precisa ser assim. De modo semelhante, se na escola a dire��o falha, em situa��o de crise, professores n�o precisam aguardar a montanha se mover para fazerem o que precisa ser feito. Florescem e auto-organizam-se na crise como protagonistas.
� preciso esclarecer que no Brasil de 67 milh�es necessitados do aux�lio emergencial, os professores disp�em do piso nacional de sal�rio corrigido anualmente acima da infla��o, algum tipo de progress�o funcional, estabilidade, e, n�o raro, do segundo v�nculo de trabalho.
Em situa��o de crise, convenhamos, trata-se de uma situa��o de rara normalidade de renda. Natural, portanto, deles esperar atitudes de exemplaridade em meio a essa vasta e aterradora situa��o de crises sobrepostas que afetam a na��o inteira.
Incutir-lhes, como fazem certos sindicatos, a s�ndrome da “vitimiza��o”, como se v�timas fossem, � tentar infantiliz�-los emocional e psiquicamente, quando mais � urgente e necess�ria uma atitude moral e profissional edificante.
Em situa��o de crise, convenhamos, trata-se de uma situa��o de rara normalidade de renda. Natural, portanto, deles esperar atitudes de exemplaridade em meio a essa vasta e aterradora situa��o de crises sobrepostas que afetam a na��o inteira.
Incutir-lhes, como fazem certos sindicatos, a s�ndrome da “vitimiza��o”, como se v�timas fossem, � tentar infantiliz�-los emocional e psiquicamente, quando mais � urgente e necess�ria uma atitude moral e profissional edificante.
Faltou-nos, amplamente, um padr�o de refer�ncia geral. Um padr�o re�ne a resposta a uma primeira pergunta: “O que precisa ser feito?” A resposta � o objetivo. Segue-se a segunda pergunta: “Qu�o bem precisa ser feito?” Estabelecido que as categorias de desempenho “Muito Cr�tico” e “Cr�tico” s�o, por defini��o, inaceit�veis, o aprendizado “B�sico” significa que o aluno deixou de ser um “desigual” para se estabelecer razoavelmente como um “diferente”, a caminho da profici�ncia.
A educa��o requer altas expectativas e altas exig�ncias, � razo�vel ambicionar que todos os alunos alcancem os desempenhos “proficiente” ou “avan�ado”.
A educa��o requer altas expectativas e altas exig�ncias, � razo�vel ambicionar que todos os alunos alcancem os desempenhos “proficiente” ou “avan�ado”.
Em meio ao tr�gico da pandemia, dispusemos de ocasi�o para formar no pa�s uma gera��o de professores autores e protagonistas. Perdemos tempo demais. J� n�o h� resgate poss�vel no horizonte do m�dio prazo.
As desigualdades socioecon�mica e educacional tendem a produzir, em raz�o das crises (a pandemia e o desgoverno), um efeito multiplicativo de desigualdades turbinadas. � urgente que, em coopera��o, cada rede de ensino retome as aulas presenciais, ocupe-se na produ��o de aulas exemplares e cuide do aprendizado dos alunos que, em grande maioria, ficaram para tr�s.
As desigualdades socioecon�mica e educacional tendem a produzir, em raz�o das crises (a pandemia e o desgoverno), um efeito multiplicativo de desigualdades turbinadas. � urgente que, em coopera��o, cada rede de ensino retome as aulas presenciais, ocupe-se na produ��o de aulas exemplares e cuide do aprendizado dos alunos que, em grande maioria, ficaram para tr�s.