
Ao fazermos 60 anos, alguns planos de sa�de reajustam nossos planos em at� 100%. As operadoras dos planos de sa�de parecem n�o levar em considera��o a diminui��o da taxa de mortalidade ocasionada pelos avan�os da medicina e das condi��es sanit�rias. Etarismo � o nome desta atitude preconceituosa.
Cada reajuste despropositado alija uma grande leva de brasileiros da cobertura desses planos. Muitos aposentados e desempregados desistem dos planos de sa�de individuais e familiares, abandonando as consultas preventivas e recorrendo ao SUS na ocorr�ncia de enfermidades mais graves. Mais uma boa raz�o para reconhecermos a import�ncia do SUS (Sistema �nico de Sa�de) que atende a todos indistintamente.
O SUS n�o financia campanhas pol�ticas, mas os planos de sa�de privada financiam, e assim asseguram uma regulamenta��o mais favor�vel � lucratividade dos servi�os que prestam. O SUS, por sua vez, est� estruturado sobre tr�s pilares: universabilidade, integridade e equidade. Bom para o povo brasileiro!
Prover sa�de para todos significa garantir e respeitar a dignidade de cada cidad�o e produzir um m�nimo de igualdade num pa�s t�o desigual. Al�m da vacina��o, o SUS garante a realiza��o de procedimentos m�dicos, doa��o de sangue e leite humano, quimioterapia, transplantes de �rg�os, entre outros.
Uma outra alternativa �s altas mensalidades dos planos de sa�de e ao SUS, cujos postos de atendimento est�o sempre lotados, s�o as healthtechs. As healthtechs – jun��o de duas palavras inglesas “healh” (sa�de) e ”tech” (tecnologia) - s�o startups de base tecnol�gica voltadas para o setor da sa�de, com foco na medicina preventiva, preditiva, proativa e personalizada.
Segundo o relat�rio do Distrito Healthtech Report, s�o 747 healthtechs atuando no Brasil, destacando-se pela efici�ncia na gest�o dos prontu�rios (25%), no acesso da informa��o (16,7 %) e no marketplace (12,6%).
No segmento de plano de sa�de h� pelo menos 34 healthtechs dispon�veis no mercado, com pre�os mais baixos do que os oferecidos pelas operadoras tradicionais. As principais empresas s�o QSa�de, Sami, Alice e Kipp Sa�de. As healthtechs t�m como conceito a preven��o, promovendo o acompanhando dos clientes de modo a prevenir e a evitar o agravamento das doen�as. Grande parte do atendimento � feito por via digital. Contam com uma rede reduzida de prestadores conveniados, evitando o excesso de pedidos de exame.
Muitos idosos ainda n�o est�o familiarizados com o mundo digital, incluindo o acesso �s m�dias sociais, aos aplicativos de bancos e �s v�deos chamadas. Por�m, a procura por healthtechs de planos de sa�de tem aumentado, assim como a familiaridade e a satisfa��o em rela��o aos seus servi�os, conforme estat�sticas apresentadas pelas pr�prias empresas.
H� uma preocupa��o com a sa�de financeira dessas importantes e promissoras startups, pois temos assistido as dificuldades que atingem o setor em tempos de crise global. Demiss�es em massa t�m ocorrido com alguma frequ�ncia. O risco individual de se contratar um plano de sa�de de startup pode ser alto.
Embora o acesso a bons hospitais seja oferecido, � preciso avaliar se a startup apresenta condi��es vi�veis par garantir os tratamentos a longo prazo. Os sinais mais evidentes de sa�de financeira desses entes podem ser verificados pela quantidade de usu�rios e pela variedade das especialidades cobertas. Quanto mais ades�es a um plano de healhtech, mais os riscos s�o dilu�dos. Assim como as operadoras tradicionais, as healhtechs lucram com os clientes saud�veis e os usam para pagar a conta dos enfermos.
Vale a pena correr o risco de contratar uma healhtech? Penso que sim. Al�m da viabilidade financeira, uma vez que os valores das mensalidades s�o 50% mais baixos que os cobrados pelos planos tradicionais, temos que marcar posi��o contra os excessos cometidos pelas grandes corpora��es. � preciso buscar alternativas para n�o ficarmos ref�ns de um sistema que muitas vezes pode ser cruel ao buscar o lucro acima de tudo.