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Torcida e conselheiros do Cruzeiro precisam agir

As �ltimas entrevistas concedidas por Wagner Pires de S� passam a sensa��o de que ele vive um estado de nega��o da realidade, quase uma indiferen�a perante o caos


postado em 13/12/2019 04:00 / atualizado em 12/12/2019 23:29

Wagner Pires de Sá, presidente do Cruzeiro, e Zezé Perrella, ex-presidente do Conselho Deliberativo e ex-gestor de futebol celeste(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Wagner Pires de S�, presidente do Cruzeiro, e Zez� Perrella, ex-presidente do Conselho Deliberativo e ex-gestor de futebol celeste (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)


O naufr�gio do Titanic serve de analogia para muitas intemp�ries da vida – e essa que o Cruzeiro vem atravessando � uma delas. O barco celeste j� bateu no iceberg, est� com o casco todo rachado, submergindo, e os m�sicos, imp�vidos, continuam tocando, alheios a toda e qualquer desgra�a. Os m�sicos, no caso, simbolizam a postura do presidente Wagner Pires de S�. Passados cinco dias daquela que � considerada a maior trag�dia dos quase 99 anos da hist�ria cruzeirense, a impress�o � de que a ficha do cartola n�o caiu. � como se ele ainda n�o tivesse se dado conta do tamanho do estrago que foi feito para os lados da Toca da Raposa e o que de muito pior ainda pode vir a ocorrer.

As �ltimas entrevistas concedidas por Wagner passam a sensa��o de que ele vive um estado de nega��o da realidade, quase uma indiferen�a perante o caos. E aqui valem par�nteses. Essa costuma ser uma das rea��es poss�veis p�s-epis�dios traum�ticos, como explica a psicologia. A pessoa ignora o fato como numa estrat�gia, por vezes inconsciente, de autodefesa, para n�o ter de lidar com ele.

Pois em meio a um furac�o de problemas, o dirigente minimiza a revolta de torcedores do Cruzeiro com sua gest�o, ironiza movimentos (dentro e fora do clube) que defendem sua ren�ncia, atribui � imprensa a press�o sobre a c�pula cruzeirense, normaliza absurdos que ocorreram no clube neste ano e menospreza as den�ncias de lavagem de dinheiro e falsidade ideol�gica, entre outras, que est�o sob investiga��o do Minist�rio P�blico e da Pol�cia Civil.

No caso do Titanic original, uma das vers�es diz que logo depois de a embarca��o brit�nica atingir um iceberg e come�ar a afundar, a banda passou a tocar para tentar manter os passageiros mais calmos, enquanto a tripula��o preparava os botes. Alguns sobreviventes relataram que os m�sicos se mantiveram assim at� quase o mergulho final do navio. Por essa postura, para muitos altru�sta, eles acabaram saindo como her�is.

Transportando essa vers�o para o naufr�gio celeste, a postura do presidente, agora, em nada serve para tranquilizar os “passageiros”. Ele n�o sair� como her�i de nada. Pelo contr�rio. Wagner Pires de S� n�o pode ignorar que sua gest�o tem problemas, e os fatos est�o a� para provar. Tudo o que ocorreu, dentro e fora de campo em 2019, �, por princ�pio, responsabilidade dele, como o cabe�a da organiza��o. O afastamento dos homens de confian�a do presidente e, principalmente, os motivos pelos quais eles sa�ram, exp�e o qu�o nociva essa diretoria foi � Raposa. N�o h� como negar as apar�ncias nem disfar�ar as evid�ncias.

S�o mais do que leg�timos os clamores de ren�ncia entre torcedores e conselheiros da oposi��o. Estranho � haver algu�m ligado ao Cruzeiro que n�o esteja indignado neste momento. Que n�o enxergue o quanto � necess�rio haver uma mudan�a muito profunda, inclusive de mentalidade, para que o trem volte para os trilhos.

O disse-me-disse entre Wagner Pires de S� e o ex-presidente do conselho/ex-gestor de futebol Zez� Perrella deixa claro que ainda n�o h� essa conscientiza��o dentro do Cruzeiro. � o tipo de queda de bra�o que s� serve para retardar ainda mais o processo de recupera��o do clube. O rel�gio est� girando. O tempo n�o � aliado da Raposa, pelo contr�rio. � preciso implodir para recome�ar praticamente do zero.

Torcedores e conselheiros precisam se posicionar de maneira firme agora, para n�o lamentar mais ainda depois. Sair do discurso vazio, das discuss�es em grupos de WhatsApp e partir para a pr�tica. Mostrar que realmente querem reeguer o Cruzeiro. � isso ou aceitar tudo o que vier por a�, da forma que vier. E pagar um pre�o muito mais alto.

Embora seja sabido que a vaidade � um dos elementos mais presentes no futebol, em qualquer inst�ncia, � hora de todos pensarem apenas na institui��o, deixar o ego de lado. Apego a cargo, continuidade e passividade s� servir�o para afundar ainda mais o barco. O Cruzeiro j� caiu para a Segunda Divis�o do Brasileiro, o mal est� feito, fato consumado. � inoc�ncia, a esta altura, achar que a reconstru��o vir� pelas mesmas m�os que ajudaram a destruir. Especialmente com o contexto pol�tico atual.


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