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Se o futebol achou que ficaria � margem da COVID, errou

O que clubes e federa��es decidiram foi lidar, na pr�tica, com o desconhecido. Caminhar na incerteza, e assim ir construindo esta nova realidade do futebol


05/06/2020 04:00 - atualizado 05/06/2020 14:22

O zagueiro Leo foi o terceiro jogador do Cruzeiro diagnosticado com o novo coronavírus em menos de uma semana(foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS - 9/2/20)
O zagueiro Leo foi o terceiro jogador do Cruzeiro diagnosticado com o novo coronav�rus em menos de uma semana (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS - 9/2/20)
O zagueiro Leo foi o terceiro jogador do Cruzeiro a testar positivo para o novo coronav�rus em menos de uma semana. Antes dele, o atacante Vin�cius Pop� e o volante Jean foram diagnosticados com a COVID-19. Todos estavam assintom�ticos quando a doen�a foi detectada pelo exame que � feito na Toca da Raposa II e, segundo o clube, nenhum deles teve contato com os companheiros de trabalho.

O problema � que a� est� a grande armadilha desse v�rus: da mesma forma com que se instala silenciosamente no organismo da pessoa, ele � passado pra frente. Sorrateiramente trai�oeiro.
 
S�o muitos os relatos de pacientes que n�o t�m a menor ideia de como ou onde se deu cont�gio – muito menos de quantas pessoas ajudaram a entrar para a lista de infectados.

Muita gente que acreditava estar tomando todos os cuidados, mas que talvez tenha se contaminado no elevador do pr�dio, ou naquela ida r�pida ao supermercado, ainda que paramentado de m�scara e luvas.

Por isso, esse controle que os clubes de futebol se prop�em a fazer para retomar as atividades n�o � infal�vel, n�o tem como ser. � imposs�vel, hoje, conter a dissemina��o da doen�a. Enquanto n�o houver uma vacina, treinos e jogos de futebol ser�o como uma roleta russa.

O que clubes e federa��es decidiram foi lidar, na pr�tica, com o desconhecido. Caminhar na incerteza, e assim ir construindo esta nova realidade do futebol. O ciclo, numa �tica bem otimista, seria: um funcion�rio do clube se contamina, � afastado, se cura e retorna ao trabalho. Sucessivamente. Para eles, um risco calculado.

S� que n�o h� garantias de que tudo sempre vai funcionar assim. As estat�sticas mostram que pessoas sem comorbidades t�m maiores chances de passar pela COVID-19 assintom�ticas ou com sintomas leves, sim.

O problema � o por�m que vem na esteira dessas mesmas estat�sticas: o risco de entrar para o outro lado da probabilidade, aquele que tem mostrado, diariamente, os casos de pessoas sem condi��es preexistentes que s�o acometidas de forma mais agressiva pelo v�rus.

N�o � pessimismo, alarmismo ou terrorismo. � realismo. � tomar a decis�o de se expor e pagar o pre�o por ela. Pode ser baixo ou alto.

O Atl�tico tornou p�blico, at� agora, o caso Cazares. No Am�rica, o jovem Matheuzinho revelou ter pegado a COVID-19. Por enquanto, em Minas, a situa��o est�, aparentemente, mais controlada.

O Vasco, por exemplo, iniciou os treinos presenciais nesta semana em S�o Janu�rio sem 16 jogadores. Isso mesmo: 16 atletas est�o afastados porque est�o com o novo coronav�rus. Foi not�cia at� no The New York Times.

O jornal norte-americano alertou, em seu artigo, a respeito da “naturalidade” com que o futebol est� lidando com os infectados: “As ligas esperam ver alguns testes positivos e acreditam que o isolamento dos jogadores afetados ser� uma solu��o vi�vel. Mas quando uma boa parte da equipe tem o v�rus, o problema se torna mais grave”.

� aquela certeza abstrata que os clubes querem passar, de que est� sob controle. As palavras do pr�prio m�dico do Vasco, Marcos Teixeira, denotam essa tranquilidade: “� normal este tipo de repercuss�o na m�dia, porque se olhar no calor do momento: ‘Nossa, 16 jogadores tiveram contato’. Na verdade, isso reflete o estado do contato das pessoas frente ao coronav�rus. O v�rus est� aqui, no estado, no Brasil e no mundo. Vai permanecer desta maneira at� que haja um rem�dio ou vacina que leve a cura”. Simples assim.

Outro caso que chamou aten��o nessa quinta-feira vem do Cear�, um dos estados que mais sofrem com o surto, at� mesmo vendo o sistema de sa�de colapsar, sem condi��o de atender todos os que precisam de tratamento mais apurado da doen�a.

O time do Cear� revelou estar com 17 exames positivos, sendo nove de atletas. Ao todo, 13 jogadores foram afastados das atividades, pois, al�m desses nove contaminados, quatro t�m suspeita de contato com o v�rus.

O Goi�s foi outro a mostrar que a esta altura n�o tem como passar imune � pandemia: dos 60 funcion�rios testados, foram constatados oito positivos para a doen�a, entre eles tr�s jogadores.

O clube esmeraldino informou ter gastado mais de R$ 30 mil na aquisi��o dos testes – e aqui vale uma reflex�o e uma constata��o deste abismo financeiro e social que a COVID-19 evidencia, dentro e fora das quatro linhas: quantos times ter�o condi��o de fazer esse “controle” sistem�tico por meio de testes no Brasil? Ou em Minas Gerais mesmo? E quando (ou se) come�arem os jogos? S�o muitas as perguntas e poucas as respostas.

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