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Estado de Minas ENTRE LINHAS

A tuitada infeliz dos Bolsonaro sobre le�o e hienas

Jair Bolsonaro diz que foi surpreendido pelo v�deo em que � comparado a um le�o cercado por hienas e pede desculpa


postado em 30/10/2019 06:00 / atualizado em 30/10/2019 08:56

Vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) seria o responsável pelo vídeo, mas o pai, Jair Bolsonaro, desconversa (foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO)
Vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ) seria o respons�vel pelo v�deo, mas o pai, Jair Bolsonaro, desconversa (foto: DIDA SAMPAIO/ESTAD�O CONTE�DO)

Palpite infeliz, de Noel Rosa, � um marco da nossa m�sica popular. O samba composto por Noel Rosa em 1935 praticamente p�s um ponto final na sua pol�mica com outro grande sambista, Wilson Batista, que havia glamorizado a malandragem no samba composto Len�o no pesco�o, que fazia a apologia do sujeito desocupado e bom de briga; Noel respondeu com o samba Rapaz folgado, uma cr�tica �quele estilo de vida.

Wilson n�o deixou por menos e tentou ridicularizar Noel, no samba O mocinho da Vila”, ao qual o poeta respondeu com o antol�gico Feiti�o da Vila. Nessa altura da pol�mica, os dois monopolizavam a audi�ncia nas r�dios e as conversas de botequim.

Wilson responde novamente, com Conversa fiada, mas Noel retruca com outra obra-prima: Palpite infeliz, cuja letra, em certo trecho, diz: “Pra que ligar a quem n�o sabe/ Aonde tem o seu nariz?/ Quem � voc� que n�o sabe o que diz?/ Quem � voc� que n�o sabe o que diz?/ Meu Deus do C�u, que palpite infeliz!”. Wilson ainda comp�s Frankenstein, uma alus�o ao defeito facial de Noel, grosseria que o compositor da Vila Isabel ignorou, e Terra de cego, aos quais Noel respondeu com Deixa de ser convencido. A hom�rica disputa musical, por�m, j� estava decidida: os sambas Feiti�o da Vila e Palpite infeliz s�o cantados at� hoje.

Ideia infeliz foi o v�deo postado no Twitter do presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira, no qual um le�o, representando Bolsonaro, � cercado e atacado por v�rias hienas ao redor, numa alus�o aos supostos inimigos do presidente da Rep�blica, entre os quais estaria o Supremo Tribunal Federal (STF). O v�deo permaneceu no ar por duas horas e causou perplexidade, porque disparava em todas as dire��es: imprensa, partidos pol�ticos, como o PCdoB, PT e o pr�prio PSL, no qual Bolsonaro � filiado, a Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras institui��es foram identificadas como as hienas.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro pediu desculpas ao Supremo Tribunal Federal (STF). Participava de encontros bilaterais na Ar�bia Saudita e comentou o caso em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo: “Me desculpo publicamente ao STF, a quem por ventura ficou ofendido. Foi uma injusti�a, sim. Corrigimos e vamos publicar uma mat�ria que vai para esse lado das desculpas". A rea��o do presidente da Rep�blica foi provocada por duras cr�ticas do decano do STF, ministro Celso de Mello, que costuma ser o porta-voz da Corte nessas situa��es. 

Surpresa

A nota de Celso de Mello foi dura, por�m, com uma porta aberta para a retrata��o de Bolsonaro: “A ser verdadeira a postagem feita pelo senhor presidente da Rep�blica em sua conta pessoal no “Twitter”, torna-se evidente que o atrevimento presidencial parece n�o encontrar limites". O ministro defendeu a separa��o dos poderes e fez uma alus�o rei das selvas: “� imperioso que o senhor presidente da Rep�blica – que n�o � um “monarca presidencial”, como se o nosso o pa�s absurdamente fosse uma selva na qual o le�o imperasse com poderes absolutos e ilimitados – saiba que, em uma sociedade civilizada e de perfil democr�tico, jamais haver� cidad�os livres sem um Poder Judici�rio independente, como o � a magistratura do Brasil."

No exterior, o presidente Bolsonaro foi pego de surpresa pelo v�deo, cuja origem disse desconhecer, mas todos suspeitam que tenha sido uma iniciativa do vereador carioca Carlos Bolsonaro, que gerencia as m�dias sociais do pai e costuma aprontar no Twitter. O v�deo est� em linha com a estrat�gia de vitimiza��o do pai em rela��o �s dificuldades do governo e sintonizado com a insatisfa��o das bases de Bolsonaro com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Ocorre que a posi��o de Carluxo, como � chamados no Pal�cio do Planalto, n�o est� afinada com os interesses do pai e do irm�o, senador Fl�vio Bolsonaro (PSL-RJ), beneficiado por uma liminar do presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, que suspendeu todas as investiga��es com base em dados fiscais sigilosos obtidos sem autoriza��o judicial. A liminar paralisou as investiga��es do caso Fabr�cio Queiroz, ex-assessor do parlamentar na Assembl�ia Legislativa fluminense.

A prop�sito do Supremo, Dias Toffoli encaminhou aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ), e da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-AP), uma proposta para impedir a prescri��o de processos at� o fim do julgamento de recursos nos tribunais superiores. A prescri��o se d� quando decorre o tempo m�ximo que o Judici�rio tem para aplicar puni��o pelo crime. A proposta foi bem recebida por Maia e tem objetivo de mitigar o impacto da mudan�a de jurisprud�ncia quanto � execu��o da pena ap�s condena��o em segunda inst�ncia, que est� em julgamento no Supremo e deve ser alterada, restabelecendo o princ�pio do "tr�nsito em julgado".
 

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