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Estado de Minas LUIZ CARLOS AZEDO

Bolsonaro convoca reuni�o em dia de nervosismo no Pal�cio do Planalto

Presidente se reuniu com Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre para defender o teto dos gastos p�blicos


13/08/2020 04:00 - atualizado 13/08/2020 08:01

Bolsonaro reuniu os comandantes do Legislativo para afinar o discurso sobre austeridade (foto: gabriela biló/estadão conteúdo)
Bolsonaro reuniu os comandantes do Legislativo para afinar o discurso sobre austeridade (foto: gabriela bil�/estad�o conte�do)
Foi um dia de muito nervosismo no mercado e no Pal�cio do Planalto, a ponto de o presidente Jair Bolsonaro ter que chamar uma reuni�o de ministros e parlamentares de sua base com o ministro da Economia, Paulo Guedes, em raz�o da p�ssima repercuss�o da sa�da de dois integrantes da equipe econ�mica, que jogaram a toalha devido � falta de compromisso do governo com a reforma administrativa e as privatiza��es. Os secret�rios especiais de Desestatiza��o e Privatiza��o, Salim Mattar, e de Desburocratiza��o, Gest�o e Governo Digital, Paulo Uebel, pediram demiss�o na ter�a-feira, o que pegou Guedes de surpresa. O ministro abriu o jogo para opini�o p�blica: h� uma “debandada” na equipe, por causa dos rumos do governo.

Guedes n�o escondeu seu desconforto e revelou a crise interna do governo na ter�a-feira, ap�s uma reuni�o com o presidente da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), hoje o seu principal aliado na defesa do chamado “teto de gastos”, que vincula as despesas do Or�amento da Uni�o � infla��o passada, como uma maneira de conter e reduzir, ao longo do tempo, o d�ficit fiscal. O que era um d�ficit previsto de R$ 134 bilh�es neste ano, com os gastos decorrentes das medidas emergenciais para enfrentar a pandemia, deve chegar � casa dos R$ 800 bilh�es, fazendo a d�vida p�blica se aproximar dos 100% do PIB no final do ano. Esse � o tamanho do problema. O mercado v� com desconfian�a a capacidade de Guedes administrar essa d�vida.

Colabora para isso o fato de que outros cinco integrantes da equipe econ�mica j� haviam deixado o governo desde o ano passado: Marcos Cintra (ex-secret�rio da Receita Federal), Caio Megale (ex-diretor de programas da Secretaria Especial de Fazenda), Mansueto Almeida (ex-secret�rio do Tesouro Nacional), Rubem Novaes (ex-presidente do Banco do Brasil) e Joaquim Levy (ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social, BNDES). Mas nenhum deles tinha a mesma proximidade de Mattar e Uebel com Guedes, com o agravante de que o primeiro � um l�der empresarial carism�tico, cuja sa�da teve muito mais repercuss�o no mercado.

Nos bastidores do Minist�rio da Economia, a avalia��o � de que o grupo de executivos e empres�rios liberais que cercava Guedes n�o aguentou o giro da moenda da administra��o p�blica federal e o jogo bruto de poder na Esplanada dos Minist�rios, principalmente com os militares. A sa�da dos dois auxiliares e amigos deixou Guedes muito abalado, mas o ministro amanheceu o dia de ontem disposto a partir para a briga pela manuten��o do teto de gastos com seus colegas de Esplanada, aparentemente com a solidariedade do presidente Jair Bolsonaro. A reuni�o de ontem � tarde, no Pal�cio do Planalto, com Guedes e seus desafetos na Esplanada, os ministros Rog�rio Marinho, do Desenvolvimento Regional, que foi seu secret�rio de Previd�ncia, e o ministro Tarc�sio Freitas, da Infraestrutura, foi para Bolsonaro p�r ordem na tropa e come�ar a negocia��o da manuten��o do teto com o Congresso.

Novo l�der

Tamb�m participaram do encontro os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP); da C�mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); os deputados Arthur Lira (PP-AL) e Ricardo Barros (PP-PR), e os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO) e Fernando Bezerra (MDB-CE). A novidade foi a presen�a de Barros, ex-ministro da Sa�de no governo Michel Temer, que ser� o novo l�der do governo na C�mara. Bolsonaro trocou o deputado Major V�tor Hugo (PSL-GO), seu fiel escudeiro, por um dos quadros mais importantes do Centr�o na C�mara, unificando o grupo, cuja lideran�a Barros divide com Arthur Lira, o l�der da bancada do PP.

Embora a crise tenha sido desanuviada, permanece, porque o cobertor est� curto para fazer o que Bolsonaro deseja: aumentar os investimentos com recursos do Tesouro. Na equipe econ�mica, a avalia��o � de que a antecipa��o da estrat�gia de reelei��o de Bolsonaro est� sendo um fator perturbador da pol�tica econ�mica. De certa forma, Guedes tamb�m tem culpa nesse cart�rio: na pol�mica reuni�o ministerial de 22 de abril, foi um dos que p�s pilha em Bolsonaro, ao vincular o abono emergencial ao projeto eleitoral de 2022. Todo o problema agora � o fato de que Bolsonaro j� est� em campanha.
H� uma conta que n�o fecha. Guedes n�o consegue fazer as privatiza��es, seja porque os militares que comandam as estatais fazem obstru��o, seja por falta de investidores, ou as duas coisas. N�o faz a reforma administrativa, porque Bolsonaro n�o quer confus�o com os servidores p�blicos. N�o consegue aprovar a nova CPMF, porque essa sigla � palavr�o para a opini�o p�blica e para a maioria do Congresso. Sem reforma administrativa nem aumento de impostos, n�o tem teto de gastos que resista.

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