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Estado de Minas ENTRE LINHAS

General brasileiro virou alvo de goza��o no apoio a Hitler e Mussolini

G�is Monteiro, ministro da Guerra de Get�lio Vargas, era simpatizante do nazifascismo


12/11/2020 04:00 - atualizado 12/11/2020 07:35

Getúlio Vargas chegou a apoio o regime nazista de Adolf Hitler(foto: FLAVIO DAMM/O CRUZEIRO/ARQUIVO ESTADO DE MINAS - 26-4-1952)
Get�lio Vargas chegou a apoio o regime nazista de Adolf Hitler (foto: FLAVIO DAMM/O CRUZEIRO/ARQUIVO ESTADO DE MINAS - 26-4-1952)
Desculpem-me a analogia. Tem certas coisas no Brasil que n�o escapam da goza��o, mesmo quando s�o muito s�rias e preocupantes. Por exemplo, o namoro de Get�lio Vargas com o fascismo de Benito Mussolini, o ditador da It�lia, e o nazismo de Adolf Hitler, da Alemanha, cujo ponto alto foi a entrega da judia alem� Olga Ben�rio, a esposa do l�der comunista Lu�s Carlos Prestes,  gr�vida de sua filha Anita Prestes, � Gestapo.

Olga foi morta na c�mera de g�s do campo de exterm�nio de Bernburg, mas sua filha foi resgatada antes disso, depois de uma grande campanha internacional. Hoje, � professora de hist�ria da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Nessa �poca, em plena ditadura Vargas, havia uma luta surda entre o ministro da Guerra, G�is Monteiro, e o chefe de Pol�cia do Distrito Federal, Filinto Muller, que defendiam uma alian�a com o Eixo, de um lado, e o chanceler Oswaldo Aranha e o almirante Amaral Peixoto, genro de Vargas, que articulavam a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Estados Unidos e seus aliados da Europa, de outro.

O rep�rter David Nasser, no livro Falta algu�m em Nuremberg, tra�a o perfil da equipe de Filinto Muller, “recrutados entre a esc�ria do Ex�rcito”: capit�o Felisberto Batista Teixeira, delegado especial de Seguran�a Pol�tica e Social: capit�o Afonso de Miranda Correia, delegado auxiliar; tenentes Em�lio Romano, chefe da Seguran�a Pol�tica, e Serafim Braga, chefe da Seguran�a Social, e ainda o tenente Amaury Kruel e seu irm�o, capit�o Riograndino Kruel, ambos da inspetoria da Guarda Civil, “indiv�duos cujo servilismo ao governo e brutalidade com os presos” contribu�ram, segundo Nasser, para as viola��es dos direitos humanos ocorrida na �poca. No Estado Novo,  segundo o historiador Cl�udio de Lacerda Paiva, “quem censurava era Lourival Fontes, quem torturava era Filinto Muller, quem instituiu o fascismo foi Francisco Campos, quem deu o golpe foi Dutra e quem apoiava Hitler era G�is Monteiro”.

� justamente nessa �poca que come�a a goza��o com G�is Monteiro, dentro do pr�prio governo. Alagoano de S�o Lu�s do Quitunde, fora o comandante militar da Revolu��o de 1930 e chefiou as tropas federais que combateram a Revolu��o Constitucionalista de 1932, em S�o Paulo.

Na �poca em que foi ministro da Guerra (1934 e 1935), elaborou a Doutrina de Seguran�a Nacional que inspirou v�rias leis da ditadura de Vargas e do regime militar. Em 1937, articulou o golpe do Estado Novo, sendo um dos respons�veis pelo famoso Plano Cohen, que serviu de pretexto, planejamento de uma revolu��o comunista forjado pelo ent�o capit�o Ol�mpio Mour�o Filho.

G�is Monteiro deu de presente ao temido deputado fluminense Ten�rio Cavalcanti a sua famosa “Lurdinha”, uma metralhadora alem� MP-40.

Apesar de todo o seu poder, G�is Monteiro n�o escapou da goza��o at� mesmo entre os colegas de farda. No auge da luta para o Brasil entrar na guerra contra o nazi-fascismo, seus advers�rios pol�ticos se divertiam com a seguinte piada contada nos corredores do Pal�cio do Catete e nos bares do Rio de Janeiro: G�is Monteiro resolvera conhecer de perto o treinamento das tropas do Eixo.

Na Alemanha, um oficial nazista formou um pelot�o das SS e mandou que um oficial demonstrasse sua disciplina e amor a Hitler: “Tenente Fritz, tiro na cabe�a!”. O jovem oficial disparou a Luger e caiu morto sem dizer um ai, enquanto a tropa fazia a tradicional sauda��o nazista: “Heil, Hitler!”.  Gois Monteiro ficou impressionad�ssimo.

No Jap�o, visitou o porta-avi�es do almirante Yamamoto, que formou o esquadr�o de pilotos e mandou que um deles dedicasse sua vida ao imperador: “Capit�o Tanaka, seppuku!”. O camicase, como aut�ntico samurai, sacou seu espadim e rasgou o abd�men; imediatamente, seguindo o ritual de honra, o l�der da esquadrilha, num golpe certeiro, cortou sua cabe�a com a espada, para evitar maior sofrimento. “Banzai!”. Foi demais para G�is Monteiro: mareado, vomitou.

De volta ao  Pal�cio do Catete, o ministro da Guerra passou a noite em claro e mandou tocar a alvorada �s 5h da manh�, uma hora mais cedo.

Aguardou os Drag�es da Independ�ncia nos jardins,  cantarolando: “A voz do despertar/ Chega a n�s/ Que a miss�o a se cumprir/ � fun��o do que sentir/ Sentir/ Que ela vem dizer/ Com seu repercutir/ / O que � o dever/Quem entender/ Clarim tocar/ Antes do amanhecer/ Tem que se inflamar (...)”.

Assustada e sonolenta, a tropa formou desengon�ada, �s pressas, com a farda mal-abotoada, rabos de cavalo dos capacetes embara�ados, sem saber o porqu� da antecipa��o da alvorada. G�is Monteiro deu a voz de comando: “Primeiro pelot�o, sentido!”. O sargento Ti�o,  homem-base na formatura, soldado casca-grossa, j� havia percebido a voz pastosa do general quando ele cantava, desconfiou  que havia algo errado. Quando o general enrolou a l�ngua no “Apresentar-armas”, Ti�o se deu conta de que a situa��o era cr�tica: “Vixe, est� b�bado!”. Levou o general para a cama, antes que ele fizesse mais besteira, sem saber de suas sinistras inten��es.

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