
O primeiro impacto das elei��es municipais na pol�tica nacional se dar� nas disputas pelas Mesas do Congresso, principalmente a da C�mara. Do ponto de vista da composi��o das duas Casas, n�o houve grande mudan�a na correla��o de for�as, apesar dos suplentes que dever�o assumir.
Por�m, o desempenho dos partidos na elei��o de prefeitos e vereadores que est�o na base da reprodu��o e renova��o dos mandatos dos deputados, influenciam — e muito — os humores dos congressistas. As articula��es para o comando do Senado e da C�mara ganharam nova din�mica j� a partir desta semana.
Por�m, o desempenho dos partidos na elei��o de prefeitos e vereadores que est�o na base da reprodu��o e renova��o dos mandatos dos deputados, influenciam — e muito — os humores dos congressistas. As articula��es para o comando do Senado e da C�mara ganharam nova din�mica j� a partir desta semana.
A primeira premissa a resolver � a quest�o da reelei��o na mesma legislatura, o que a Constitui��o pro�be. Um parecer da consultoria jur�dica do Senado diz que o assunto � regimental e que, portanto, dependeria apenas de decis�o dos senadores.
Essa quest�o, por�m, ser� dirimida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As articula��es para que os ministros do Supremo lavem as m�os como Pilatos seguem o percurso que todos conhecem: as rela��es entre senadores e ministros, tecidas ao longo do tempo. Entretanto, n�o d� para apostar que o Supremo aceitar� a mudan�a das regras do jogo, pelo precedente que abre.
Essa quest�o, por�m, ser� dirimida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As articula��es para que os ministros do Supremo lavem as m�os como Pilatos seguem o percurso que todos conhecem: as rela��es entre senadores e ministros, tecidas ao longo do tempo. Entretanto, n�o d� para apostar que o Supremo aceitar� a mudan�a das regras do jogo, pelo precedente que abre.
Na hip�tese de que a reelei��o seja permitida, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), est� com quase tudo dominado. J� se acertou com as bancadas do MDB e do PT. O seu problema � o grupo Muda Senado, que originalmente foi um esteio de sua vit�ria contra o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Na C�mara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que � contra a reelei��o, caso isso seja permitido, n�o ter� advers�rios capazes de derrot�-lo. Essa possibilidade lhe cairia no colo, pois quem trabalha abertamente pela possibilidade de reelei��o � Alcolumbre.
Na C�mara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que � contra a reelei��o, caso isso seja permitido, n�o ter� advers�rios capazes de derrot�-lo. Essa possibilidade lhe cairia no colo, pois quem trabalha abertamente pela possibilidade de reelei��o � Alcolumbre.
No per�odo republicano, foram poucos os presidentes da C�mara que se reelegeram na mesma legislatura: Sabino Barroso (1909-1914), Arnolfo Rodrigues de Azevedo (1921-1926) e Ranielli Mazzini (1958-1965), que por duas vezes assumiu a Presid�ncia da Rep�blica em situa��o de crise institucional.
A primeira, na ren�ncia de J�nio, em 1961; a segunda, na deposi��o do presidente Jo�o Goulart, mas acabou tendo que entregar o cargo para o marechal Castelo Branco. No Senado, nunca houve esse precedente. Embora Humberto Lucena (duas vezes), Antonio Carlos Magalh�es (duas), Jos� Sarney (quatro) e Renan Calheiros (quatro) tenham presidido a Casa mais de uma vez, nunca foram re- eleitos na mesma legislatura.
A primeira, na ren�ncia de J�nio, em 1961; a segunda, na deposi��o do presidente Jo�o Goulart, mas acabou tendo que entregar o cargo para o marechal Castelo Branco. No Senado, nunca houve esse precedente. Embora Humberto Lucena (duas vezes), Antonio Carlos Magalh�es (duas), Jos� Sarney (quatro) e Renan Calheiros (quatro) tenham presidido a Casa mais de uma vez, nunca foram re- eleitos na mesma legislatura.
Bolsonaro
Caso n�o seja mesmo permitida a re- elei��o na mesma legislatura, no Senado, o candidato mais forte � sucess�o de Alcolumbre � o senador Eduardo Braga (MDB-AM), l�der do governo na Casa. O circo pega fogo, por�m, na C�mara, onde est� instalada a disputa entre o l�der do PP, deputado Arthur Lira (AL), e o l�der do MDB, deputado Baleia Rossi (SP).
O primeiro � o candidato apoiado pelo Pal�cio do Planalto, com objetivo de domar a C�mara, controlando a sua pauta. O fortalecimento do PP nas elei��es municipais, nas quais saltou de 495 para 682 prefeituras, foi resultado da estrat�gia de aproxima��o com Bolsonaro desenvolvida pelo senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, e Arthur Lira, que, por isso mesmo, aumentou o seu cacife na disputa da C�mara junto ao Pal�cio do Planalto.
O primeiro � o candidato apoiado pelo Pal�cio do Planalto, com objetivo de domar a C�mara, controlando a sua pauta. O fortalecimento do PP nas elei��es municipais, nas quais saltou de 495 para 682 prefeituras, foi resultado da estrat�gia de aproxima��o com Bolsonaro desenvolvida pelo senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP, e Arthur Lira, que, por isso mesmo, aumentou o seu cacife na disputa da C�mara junto ao Pal�cio do Planalto.
Do outro lado do balc�o, Baleia Rossi (MDB-SP), que tamb�m � presidente do MDB, candidato apoiado por Rodrigo Maia, amarga a perda de 261 prefeituras (caiu de 1.035 para 774). Entretanto, o MDB continua sendo o partido mais forte do pa�s em termos de prefeitos, vereadores e n�mero de votos.
Al�m disso, para Baleia, o apoio do DEM foi robustecido pelo desempenho eleitoral dessa legenda, que aumentou o n�mero de prefeituras de 266 para 459 (193 a mais).
� �bvio que essa matem�tica n�o se reflete automaticamente na elei��o da C�mara, mas mexe com os �nimos dos deputados, que se envolvem diretamente nas elei��es municipais e captam os humores do eleitorado.
Al�m disso, para Baleia, o apoio do DEM foi robustecido pelo desempenho eleitoral dessa legenda, que aumentou o n�mero de prefeituras de 266 para 459 (193 a mais).
� �bvio que essa matem�tica n�o se reflete automaticamente na elei��o da C�mara, mas mexe com os �nimos dos deputados, que se envolvem diretamente nas elei��es municipais e captam os humores do eleitorado.
� a� que a derrota dos candidatos apoiados por Bolsonaro no primeiro turno pesa na balan�a. Fragiliza sua rela��o com os partidos do Centr�o, entre os quais o PSD de Gilberto Kassab. Se tivesse mais senso estrat�gico, Bolsonaro n�o teria se envolvido como se envolveu no primeiro turno.
Nada garante que n�o repita o mesmo erro no segundo turno, correndo risco de ter o apoio rejeitado pelos candidatos com quem tem afinidade. Mesmo no caso de Crivella, no Rio, seu apoio pode ser desastroso, pois as primeiras pesquisas mostram que o eleitorado de esquerda e centro-esquerda j� desembarcou na candidatura de Eduardo Paes (DEM) e a elei��o est� praticamente perdida.
Al�m disso, envolver-se diretamente na disputa pelo comando da C�mara � um jogo perigoso. Por exemplo, custou muito caro para a ex-presidente Dilma Rousseff, que foi derrotada por Eduardo Cunha (MDB-RJ), de quem era inimiga figadal. Ele abriu o processo de impeachment da ent�o presidente da Rep�blica antes de ser afastado do cargo e preso por causa do petrol�o.
Nada garante que n�o repita o mesmo erro no segundo turno, correndo risco de ter o apoio rejeitado pelos candidatos com quem tem afinidade. Mesmo no caso de Crivella, no Rio, seu apoio pode ser desastroso, pois as primeiras pesquisas mostram que o eleitorado de esquerda e centro-esquerda j� desembarcou na candidatura de Eduardo Paes (DEM) e a elei��o est� praticamente perdida.
Al�m disso, envolver-se diretamente na disputa pelo comando da C�mara � um jogo perigoso. Por exemplo, custou muito caro para a ex-presidente Dilma Rousseff, que foi derrotada por Eduardo Cunha (MDB-RJ), de quem era inimiga figadal. Ele abriu o processo de impeachment da ent�o presidente da Rep�blica antes de ser afastado do cargo e preso por causa do petrol�o.