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Estado de Minas entre linhas

A vacina do Natal: que venham os imunizantes contra a COVID-19

F� e confian�a na ci�ncia s�o o melhor rem�dio contra a desesperan�a


25/12/2020 04:00 - atualizado 25/12/2020 08:18

asdasdasdasd(foto: fasdasdas)
asdasdasdasd (foto: fasdasdas)

Talvez esse seja o pior Natal de nossas vidas, em termos sociais, � claro, porque a experi�ncia de vida de cada um � que determina a avalia��o. Festa que congrega a fam�lia, confraterniza os amigos, dissemina amor e solidariedade, neste ano, a data magna do cristianismo, que � comemorada por todas as religi�es ecum�nicas, est� sendo marcada pela maior trag�dia humanit�ria j� vista por nossas gera��es, desde a Segunda Guerra Mundial. Aqui no Brasil, s� n�o � maior por causa do nosso Sistema �nico de Sa�de (SUS), p�blico e universal, apesar de um presidente da Rep�blica que, com seu negativismo, no combate � crise sanit�ria, sabota seu povo, seu governo e, em �ltima inst�ncia, a si pr�prio. 

Entretanto, � Natal. Os miser�veis, os enfermos, os condenados, todos sem exce��o, de alguma forma, s�o acarinhados com votos de esperan�a e compaix�o. Os poetas, os cantores, os cronistas, todos que podem espalhar amor e esperan�a se encarregam de fazer chegar sua mensagem �queles que est�o na pior. De igual maneira, os trabalhadores dos servi�os essenciais, de plant�o, mesmo privados da conviv�ncia com suas respectivas fam�lias, com sua labuta, principalmente os cientistas e o pessoal da sa�de, mandam o recado: confiem, estamos cuidando de voc�s. A magia do Natal � uma enorme for�a transformadora da sociedade, no sentido civilizat�rio, mesmo agn�sticos e ateus devem reconhec�-lo.

A prop�sito, o bi�logo evolucionista Richard Dawkins, no livro O gene ego�sta, publicado em 1976, sua obra-prima, tenta explicar a evolu��o biol�gica ao mostrar como certas mol�culas replicadoras (ancestrais dos genes) poderiam ter evolu�do de modo a formar as primeiras c�lulas e, a partir da�, todos os seres vivos existentes. O microsc�pico encontro de um v�rus com uma bact�ria, por exemplo, � um grande evento hist�rico da cria��o, que se reproduz na natureza a todo instante e provoca muta��es gen�ticas. A COVID-19 � fruto desse fen�meno. 

Dawkins tentar explicar o problema profundo de nossa exist�ncia ao sugerir que os organismos vivos s�o sofisticadas m�quinas de sobreviv�ncia, eficientemente moldadas pelo processo de evolu��o para promover a replica��o sexuada dos genes nelas contidos. Entretanto, essa abordagem levanta s�rios questionamentos filos�ficos.

Seremos meros replicadores de genes, controlados por eles. Onde entra a consci�ncia? Dawkins afirma que genes n�o t�m vontades pr�prias ou valores morais. Aqueles genes que apresentam um comportamento que seria visto como ego�sta pelos seres humanos s�o os que se mant�m representados dentro dos genomas das esp�cies, ao longo do processo evolutivo, com o passar dos anos e mil�nios. O altru�smo seria uma estrat�gia de sobreviv�ncia, principalmente nos seres humanos.

Eugenia


Gene s�o pol�meros qu�micos de f�sforo e carbono, associado a uma mol�cula de a��car e bases nitrogenadas, encapsulados em duas fitas reversas e complementares; ou seja, genes s�o codificados em mol�culas de DNA. Dawkins sugere uma forma de sele��o natural darwiniana onde as mol�culas quimicamente mais est�veis perduravam, enquanto aquelas mais inst�veis eram destru�das. A evolu��o sempre dependeu da adapta��o, uma mol�cula mais est�vel � mais adaptada ao universo em que vivemos. Assim como existe luta pela sobreviv�ncia na sociedade humana, existe tamb�m num ambiente molecular. 

Hoje, sabemos que os replicadores que sobreviveram foram aqueles que constru�ram as m�quinas de sobreviv�ncia mais eficazes para morarem; aqueles que foram menos aptos e n�o deixaram descendentes. Hoje, cerca de 4 bilh�es de anos depois, Dawkins explica: “Com certeza eles n�o morreram pois s�o antigos mestres na arte da sobreviv�ncia. (...) Eles est�o em mim e em voc�. Eles nos criaram, corpo e mente. E sua preserva��o � a raz�o �ltima de nossa exist�ncia. Transformaram-se, esses replicadores. Agora eles recebem o nome de genes e n�s (todos os organismos vivos) somos suas m�quinas de sobreviv�ncia.” 

O gene passa de corpo em corpo atrav�s das gera��es, manipulando as m�quinas de sobreviv�ncia atrav�s de instru��es escritas em linguagem digital (A, C, T e G), abandonando tais corpos mortais na medida que eles v�o ficando senis e duplicando-se em sua prole. As instru��es dizem basicamente: copie-me, ou seja, viva e reproduza. A reprodu��o � o processo de c�pia dos genes, � o processo que os mant�m vivos ao longo dos tempos. Socialmente falando, por�m, essa eugenia (sele��o de certos gen�tipos para a reprodu��o em lugar de outros) � totalmente inaceit�vel. Lembra as teorias de superioridade ariana e o Holocausto. 

Sim, os mais fortes sobreviver�o. E por que n�o os mais fracos? � para isso que serve a Medicina. A postura do presidente Jair Bolsonaro  em rela��o � pandemia do novo coronav�rus – “a melhor vacina � pegar o v�rus” – � um inaceit�vel darwinismo social. F� e confian�a na ci�ncia s�o o melhor rem�dio contra a desesperan�a. Que venham as vacinas contra a COVID-19. Feliz Natal!

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