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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Bolsonaro promete armar um barraco pol�tico no Dia da Independ�ncia

Num pa�s com rumo, o presidente anunciaria uma proposta de desenvolvimento e a convoca��o de um debate nacional sobre os pr�ximos cem anos, envolvendo a todos


31/08/2021 04:00 - atualizado 31/08/2021 07:18

EVARISTO SÁ/AFP(foto: Bolsonaro está preocupado em criar crises, sem um projeto de desenvolvimento para o Brasil)
EVARISTO S�/AFP (foto: Bolsonaro est� preocupado em criar crises, sem um projeto de desenvolvimento para o Brasil)


Ao resenhar a obra do historiador Jos� Hon�rio Rodrigues, “Concilia��o e reforma no Brasil” (Senac), de 1965, o embaixador Alberto Costa e Silva destacou que a chave para entender a hist�ria do Brasil � a concilia��o: "Entre os que se foram tornando o povo brasileiro –  os �ndios convertidos e os selvagens; os negros escravos, libertos, africanos e crioulos, os brancos rein�is e os mazombos; os mamelucos, os mulatos e os cafuzos, t�o diversos entre si, tantas vezes conflitantes e, na apar�ncia, irredut�veis –, venceram os conciliadores sobre a viol�ncia dos intransigentes.”

Pelourinhos, quilombos, motins, revoltas, repress�es sangrentas, fuzilamentos, enforcamentos, esquartejamentos, guerras e mais guerras, desde a Independ�ncia, foram 200 anos sangrentos, mas prevaleceu a unidade nacional e a concilia��o no seio do povo, � qual devemos “o fato de ter Brasil, desde cedo, deixado de ser uma caricatura de Portugal nos tr�picos”, e possuir um substrato novo, “apesar do europe�smo e lusitanismo vitorioso e dominante na apar�ncia das formas sociais”, como destacou Hon�rio Rodrigues.

N�o haveria futuro com recusa ao di�logo, desrespeito aos opositores, intoler�ncia mutu a e intransig�ncia. Muito mais do que �s elites, ao povo se deve a integridade territorial, a unidade lingu�stica, a mesti�agem, a toler�ncia racial, cultural e religiosa, e as acomoda��es que acentuaram e dissolveram muitos dos antagonismos grupais e fizeram dos brasileiros um s� povo, que como se reconhece e autoestima, delas tamb�m recebeu as melhores li��es de rebeldia contra uma ordem social injusta e estagnada.

Hoje, o Brasil vive um cen�rio de incertezas, tendo como falso deadline o pr�ximo Sete de Setembro, no qual o presidente Jair Bolsonaro promete armar um grande barraco pol�tico, em manifesta��es convocadas para a Avenida Paulista, em S�o Paulo, e a Esplanada dos Minist�rios, em Bras�lia, enquanto as For�as Armadas se recolher�o �s cerim�nias de quartel, � margem da pol�tica, sem os populares desfiles militares. A contagem regressiva para o bicenten�rio da Independ�ncia come�a numa encruzilha do seu destino: n�o temos um projeto de futuro nem consensos sobre o presente.

N�o ser� um ano f�cil. Num pa�s com rumo, o presidente da Rep�blica anunciaria grandes comemora��es, uma proposta de desenvolvimento e a convoca��o de um debate nacional sobre os pr�ximos cem anos, envolvendo toda a sociedade. O objetivo seria nos tornarmos um pa�s desenvolvido (ou quase) pelo esfor�o continuado de quatro gera��es. Entretanto, o que estamos vendo � a desesperan�a na sociedade e o desejo de volta ao passado, de uma minoria reacion�ria e extremista, saudosista do sesquicenten�rio, comemorado durante o governo do general Em�lio Garrastazu M�dici.

Naquela �poca, em plena ditadura, o ponto alto das comemora��es foi o seu encerramento, na colina do Ipiranga, em S�o Paulo, local onde foi proclamada a Independ�ncia em 1822 e onde ocorreria a inuma��o dos despojos mortais de D. Pedro I, ao lado da Imperatriz Leopoldina, ap�s peregrina��o por todo o pa�s. Um tour de necropol�tica, � sombra da censura pr�via e da suspens�o do habeas corpus. Os �rg�os de seguran�a do regime sequestravam, torturavam e desapareciam com oposicionistas.

Nova agenda

Com certeza, haver� muita discuss�o sobre o que aconteceu nestes 200s anos e o que devemos projetar para o futuro, na academia e nos partidos, como o MDB, o PSDB, o DEM e o Cidadania, cujas funda��es anunciam a realiza��o de uma s�rie de debates program�ticos, com objetivo de repensar a realidade brasileira no contexto da globaliza��o, a partir da segunda semana de setembro. O primeiro ser� no dia 15 de setembro, sobre a atual crise institucional e a democracia, tendo como conferencista o ex-presidente do Supremo Nelson Jobim e os ex-presidentes Jos� Sarney, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer como debatedores, com a participa��o dos presidentes dos respectivos partidos: deputados Baleia Rossi (MDB-SP) e Bruno Araujo (PSDB-PE), o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (DEM) e o ex-deputado Roberto Freire (Cidadania).

Segundo o ex-governador Moreira Franco, mediador do debate e um dos curadores do evento, o objetivo � debater um novo rumo para o pa�s, em bases democr�ticas, modernas e inclusivas, antes de pensar em candidatura, debater a nova agenda do pa�s. O evento reunir� gente que pensa com P� mai�sculo: Roberto Brant, Zeina Latif, Jos� Roberto Afonso, Bernard Appy, Ricardo Paes de Barros, Ricardo Henriques e Cristovam Buarque, Raul Jungman, Murilo Ca valcanti, S�rgio Bessermnan Vianna, Rubens Ricupero e Jos� Carlos Carvalho, Milton Seligman,m Gabriela Cruz Lima, Ivanir dos Santos, Luiz Ant�nio Santini, Andr� M�dice e Janu�rio Montoni, Marta Suplicy e Luiz Roberto Mott, entre outros.


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