
O texto cria artificialmente um espa�o fiscal de R$ 83 bilh�es em 2022, o que permitiria o pagamento do Aux�lio Brasil no valor de R$ 400 at� o fim do mandato do presidente Jair Bolsonaro. A gota d’�gua foi a manobra fiscal do c�lculo da infla��o, ao mudar o per�odo de c�lculo do IPCA (o �ndice oficial de infla��o).
O problema � que a mudan�a, digamos, n�o altera a realidade da cria��o de riqueza no Brasil, ou seja, as taxas de crescimento, nem a desvaloriza��o do real frente ao d�lar, isto �, a alta do custo de vida. A economia � como os p�ssaros, que podem nadar, mergulhar, cantar, lutar e at� falar, mas n�o podem dar leite.
A secret�ria especial adjunta do Tesouro e Or�amento, Gildenora Dantas, e o secret�rio-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Ara�jo, tamb�m pediram exonera��o de seus cargos. Doutor em Economia pela Funda��o Get�lio Vargas, Funchal � especialista em Economia, com �nfase em Finan�as, Direito e Macroeconomia Aplicada.
Ex-secret�rio de Fazenda do Esp�rito Santo, de 2017 a 2018, no governo Paulo Hartung, o economista notabilizou-se quando conseguiu fazer o estado tirar nota m�xima em capacidade de pagamento, cortando comissionados, suspendendo concursos e n�o concedendo reposi��o salarial. Hartung trocou a reelei��o pelo ajuste fiscal.
CRESCIMENTO
Acontece que o estouro nos gastos p�blicos tem impacto imediato na infla��o, que vem subindo h� 28 semanas. Cont�-la n�o � a prioridade do governo Bolsonaro nem da oposi��o.
Em julho e agosto do terceiro trimestre, a varia��o da m�dia foi de apenas 0,1%. Ou seja, o PIB estagnou-se. At� agosto, a ind�stria, o com�rcio e os servi�os n�o mostravam for�a capaz de fazer crescer o PIB mais do que isso, at� o fim do ano. Por essa raz�o, a previs�o de crescimento para 2022, o ano da elei��o, varia de 1,5% a 0,5%. Nesse cen�rio, Bolsonaro n�o teria a menor condi��o de se reeleger.
A crise de suprimentos da ind�stria e a redu��o da taxa de crescimento da China colaboram para as previs�es de que uma tempestade perfeita estaria no horizonte. Vem da� o desespero que preside as decis�es econ�micas do Pal�cio do Planalto e as press�es do Centr�o para que Bolsonaro conceda o aux�lio emergencial acima do que estava proposto pela equipe econ�mica, que eram R$ 300, mesmo que isso signifique furar o teto de gastos.