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Estado de Minas Entre linhas

Filia��o de Bolsonaro ao Partido Liberal p�s a �tica em segundo plano

Cria��o do Aux�lio Brasil, que substitui o Bolsa-Fam�lia, � tratada como eixo da campanha de reelei��o


01/12/2021 04:00 - atualizado 01/12/2021 07:07

Bolsonaro assinou a filiação ao PL
Bolsonaro assinou a filia��o ao PL ao lado de Valdemar Costa Neto e Rog�rio Marinho (foto: YOUTUBE/REPRODU��O)

Ao lado do ex-deputado Valdemar Costa Neto, dono da legenda, o presidente Jair Bolsonaro formalizou ontem sua filia��o ao PL, em ato que reuniu todas as lideran�as do Centr�o e consolidou sua base parlamentar, al�m de fortalecer sua campanha nos estados do Norte e do Nordeste, principalmente. O grande constrangimento na festa, por�m, foi causado pelo senador Fl�vio Bolsonaro (RJ), que tamb�m se filiou � legenda. Ao discursar, o filho 01 chamou de ex-presidi�rio o ex-presidente Luiz In�cio Lula de Silva, principal concorrente do pai, segundo as pesquisas. Acontece que Costa Neto tamb�m � um ex-presidi�rio, com a diferen�a de que suas condena��es n�o foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O pr�prio Fl�vio Bolsonaro � um pol�tico enrolado, porque responde a processo no caso das “rachadinhas” do Rio de Janeiro, uma novela que n�o acaba. Ontem mesmo, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter seu foro privilegiado neste caso, ou seja, seu destino continua nas m�os da Corte, que anulou quatro relat�rios com provas do inqu�rito, mas manteve um. O discurso causou mal-estar entre os pol�ticos do Centr�o, principalmente os que ainda est�o respondendo a processos no Supremo.

Ao falar de corda em casa de enforcado, Fl�vio Bolsonaro desnudou a grande contradi��o da estrat�gia de reelei��o de Bolsonaro: p�r em segundo plano a bandeira da �tica na pol�tica, o que vem abrindo o flanco para o crescimento nas pesquisas do ex-ministro da Justi�a Sergio Moro. Enfraquecido eleitoralmente – a avalia��o positiva do governo est� em apenas 19% –, Bolsonaro aposta todas as suas fichas na aprova��o do aux�lio emergencial de R$ 400, em tramita��o no Congresso, que deve beneficiar 17 milh�es de fam�lias de baixa renda, o que representa quase 85 milh�es de pessoas abaixo da linha de pobreza.

Na pr�pria solenidade de filia��o de Bolsonaro ao PL, a cria��o do Aux�lio Brasil foi tratada como eixo de sua campanha e bandeira da legenda. O novo programa transfer�ncia de renda do governo entra no lugar do Bolsa-Fam�lia, que foi extinto, porque era considerado uma marca do governo Lula. Representar� uma inje��o de R$ 51,1 bilh�es nas periferias, favelas e grot�es do pa�s, ou seja, al�m de garantir uma renda m�nima aos beneficiados, impactar� toda a economia local.

O risco dessa estrat�gia, por�m, � a infla��o, principalmente a carestia dos alimentos, porque ser� inevit�vel a compara��o entre o poder de compra do Bolsa-Fam�lia, cujo valor m�ximo era de R$ 205, e o Aux�lio Brasil. Essa compara��o ser� feita na �poca da elei��o, no carrinho do supermercado, principalmente por causa do valor da cesta b�sica, que hoje varia de R$ 39,99, o modelo B (13 itens), a R$ 139,00, o modelo H (29 itens).

Natal dos pobres


Al�m do Aux�lio Brasil, Bolsonaro aposta no chamado or�amento secreto, a libera��o de emendas parlamentares para os aliados do Centr�o, que est� sofrendo uma maquiagem para burlar o controle da opini�o p�blica e dos �rg�os de fiscaliza��o. Pela regulamenta��o aprovada pelo Congresso na segunda-feira, al�m de n�o revelar os autores e destina��o das emendas que j� foram executadas, o relator do Or�amento poder� aceitar propostas de emendas feitas diretamente por institui��es e prefeituras, ocultando a intermedia��o do parlamentar que articulou a aprova��o da emenda. Estima-se que essas emendas somam quase R$ 30 bilh�es na base dos parlamentares que aprovaram o novo regulamento.

A batalha decisiva para Bolsonaro consolidar essa estrat�gia eleitoral, focada na popula��o de baixa renda, � a aprova��o da PEC dos Precat�rios. A proposta ter� um impacto estimado de R$ 106 bilh�es no d�ficit fiscal, furando o teto de gastos nesse montante, o que est� sendo muito criticado pelos analistas de mercado e agentes econ�micos, entre outras coisas, porque gera mais infla��o, alta dos juros e grande desvaloriza��o da moeda.

O texto adia o pagamento de parte dos R$ 89 bilh�es previstos para serem quitados no ano que vem, na forma de precat�rios, as d�vidas da Uni�o reconhecidas pela Justi�a. O governo trabalha para que a PEC seja promulgada pelo Congresso a tempo de o benef�cio de R$ 400 ser pago em dezembro, antes do Natal. Com isso, Bolsonaro espera se apresentar aos eleitores como uma esp�cie de Papai Noel dos pobres, melhorar os �ndices de aprova��o do governo e alavancar seu nome nas pesquisas eleitorais, aproveitando o clima de “ano-novo, vida nova” que costuma beneficiar os governantes.
 


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