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Estado de Minas Entre linhas

Guedes perdeu o rumo e candidatos ao Planalto desconhecem a economia

Ningu�m tem proposta clara e as narrativas predominantes, tanto no governo quanto na oposi��o, s�o de vi�s populista


03/12/2021 04:00 - atualizado 03/12/2021 07:07

Sem apresentar solução para a crise econômica, ministro Paulo Guedes vê previsões de analistas se deteriorarem
Com hist�rico de afirma��es pol�micas, ministro da Economia, Paulo Guedes, tem perdido credibilidade no mercado financeiro (foto: Evaristo S�/AFP - 4/11/21)
A desacelera��o global da ind�stria e a redu��o do pre�o das commodities pode provocar uma tempestade perfeita no Brasil, se a economia brasileira continuar fora de controle e desacelerando. Na pr�tica, o �nico instrumento dispon�vel para evitar uma explos�o dos pre�os � a alta dos juros. O ministro da Economia, Paulo Guedes, perdeu a credibilidade e a economia est� ancorada apenas na pol�tica monet�ria, ou seja, na ortodoxia do Banco Central (BC).

Os n�meros divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) revelam que o Brasil est� vivendo uma “recess�o t�cnica”, puxada pelo agroneg�cio – pasmem! –, que teve queda de atividade de 8% no terceiro trimestre de 2021. O PIB variou -0,1% em rela��o ao trimestre imediatamente anterior. A ind�stria ficou est�vel (0,0%) e os servi�os subiram(1,1%). No setor externo, tanto as exporta��es de bens e servi�os (-9,8%) quanto as importa��es de bens e servi�os (-8,3%) tiveram quedas em rela��o ao segundo trimestre de 2021. Mesmo assim, o PIB cresceu 4% frente ao mesmo per�odo do ano passado.

� a� que mora o perigo, por causa da falta de compromisso com o equil�brio fiscal e o auto-engano do governo em rela��o ao desempenho da economia, haja vista o baluartismo do presidente Jair Bolsonaro nas viagens que fez a Londres e Emiratos �rabes. O PIB deste ano deve crescer 5%, mas esse crescimento � relativo ao desempenho da economia no ano passado, quando a recess�o foi de -4,1%, a pior retra��o em 24 anos. Ou seja, estamos diante de um “voo de galinha”, que pode virar um mergulho no mar de incertezas de 2022.

Enquanto a pol�tica segue seu curso intang�vel, sem previsibilidade do que vai ocorrer nas elei��es presidenciais do pr�ximo ano, o debate eleitoral que se avizinha, pelas manifesta��es dos pr�-candidatos at� agora, n�o � nada animador. Ningu�m tem uma proposta clara para a economia e as narrativas predominantes, tanto no governo quanto na oposi��o, s�o de vi�s populista, sem nenhum compromisso com o problema fiscal nem uma chave realista para retomada do crescimento.

A principal causa de revis�o das expectativas para o PIB em 2022 � a infla��o, que deve obrigar o Banco Central a subir ainda mais os juros, com efeito negativo sobre o consumo das fam�lias e o investimento das empresas. O mercado financeiro est� prevendo uma infla��o de 8,4% em 2021.O PIB do pr�ximo ano foi revisado de 1,7% para 1,3%.

Incertezas eleitorais


Mesmo com o novo Aux�lio Brasil, viabilizado ontem pela aprova��o da PEC dos Precat�rios no Senado, a renda das fam�lias deve crescer 1,5%. A taxa de desemprego para o pr�ximo ano deve chegar aos n�veis pr�-pandemia somente em 2023. Al�m disso, haver� uma acomoda��o de pre�os das commodities, principalmente de min�rios, al�m de redu��o das exporta��es para a China. O espetacular crescimento do super�vit da balan�a comercial, que foi de US$ 76,6 bilh�es em 2021, deve desacelerar em 2022, ficando em US$ 74,1 bilh�es.

� a� que a quest�o eleitoral ganha contornos dram�ticos. O processo eleitoral � um fator de incertezas para o mercado financeiro; ao mesmo tempo, � a travessia a ser feita, porque um novo governo ter� credibilidade para adotar medidas econ�micas e tirar a economia da estagna��o. O problema � que todos os candidatos est�o fugindo do debate econ�mico, apenas emitem sinais de fuma�a, quando indicam um porta-voz econ�mico, como fez o ex-ministro Sergio Moro ao indicar Celso Pastore para comandar seu programa econ�mico, ou lan�am propostas que miram muito mais os interesses corporativos do que, propriamente, uma sa�da da crise, como fez o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, ao falar dos pre�os dos combust�veis e da Petrobras.

O �nico candidato que tem propostas claras e conhecidas para a economia � Ciro Gomes (PDT). Mas o ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco nas elei��es de 1994 n�o tem a simpatia do mercado financeiro. Com pref�cio de Roberto Mangabeira Unger, seu livro Projeto Nacional, o Dever da Esperan�a prop�e a retomada do percurso inaugurado pela Era Vargas e interrompido no in�cio da d�cada de 1980. “O neoliberalismo nos trouxe at� aqui. Mas n�o nos tirar� daqui”, avalia. Acontece que o nacional-desenvolvimentismo � considerado um modelo esgotado pela globaliza��o.
 

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