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Estado de Minas Entre linhas

Projeto do ex-presidente Lula � vencer as elei��es no primeiro turno

Ex-presidente tem atuado para evitar fric��es comuns �s pr�-campanhas eleitorais fugir do confronto com advers�rios


12/01/2022 04:00 - atualizado 12/01/2022 07:14

Lula é favorito em todas as pesquisas
Lula � favorito em todas as pesquisas desde que deixou a pris�o em Curitiba (foto: NELSON ALMEIDA/AFP)
Ningu�m tem o direito de dizer que se enganou com o presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que participou de todas as disputas presidenciais de 1989, quando concorreu pela primeira vez, at� a sua reelei��o, em 2006. Em 2018, foi afastado do pleito por uma condena��o em segunda inst�ncia, que resultou tamb�m na sua pris�o por 580 dias, para cumprir a pena de 8 anos, 10 meses e 20 dias � qual fora condenado, pela Opera��o Lava-Jato, no caso do triplex de Guaruj�.

Lula foi solto logo ap�s o Supremo Tribunal Federal (STF) revogar o dispositivo que determina a execu��o de pena ap�s condena��o em segunda inst�ncia, em 8 de mar�o do ano passado, decis�o seguida da anula��o de sua condena��o, por n�o respeitar o princ�pio do juiz natural, que seria o foro do Distrito Federal, e n�o o de Curitiba (PR), como sempre afirmou sua defesa.

No dia seguinte, Lula j� era o candidato favorito nas pesquisas de opini�o, a mesma situa��o em que se encontrava quando foi preso, em 7 de abril de 2018. Desde ent�o, vem se mantendo como l�der absoluto na disputa, com possibilidade estat�stica de vencer as elei��es no primeiro turno, se a vota��o fosse hoje, o que somente ocorreu nas elei��es de 1994 e 1998, com Fernando Henrique Cardoso, na onda do Plano Real

Esse favoritismo decorre em parte do fracasso do governo do presidente Jair Bolsonaro, cada vez mais de dif�cil revers�o, devido � postura do presidente da Rep�blica durante a pandemia, ao fracasso da pol�tica econ�mica do ministro da Economia, Paulo Guedes, e � amea�a � democracia, que, para muitos, a sua reelei��o representaria.

O ex-presidente Lula tem atuado no sentido de evitar as fric��es comuns �s pr�-campanhas eleitorais, resgatar suas velhas alian�as regionais e fugir ao confronto com eventuais advers�rios, tanto o presidente Bolsonaro quanto seus concorrentes de oposi��o, principalmente Ciro Gomes (PDT) e o pr�prio S�rgio Moro (Podemos). O petista fatura o recall de ex-presidente da Rep�blica que deixou o governo com uma taxa de crescimento da ordem de 8% do PIB, altos �ndices de popularidade e ainda conseguiu eleger sua sucessora, a ex-presidente Dilma Rousseff, que na campanha eleitoral era comparada a um “poste de saias”.

A vida de Lula somente se complicou ap�s deixar o poder, com o esc�ndalo do Petrol�o, investigado pela Opera��o Lava-Jato , em cujo inqu�rito foi arrolado, e devido ao fracasso econ�mico e ao isolamento pol�tico do governo Dilma Rousseff, ap�s a reelei��o, em 2014.

De certa forma, a pr�-candidatura de Lula � marcada por esses acontecimentos, ou seja, isso explica muita coisa, da busca aos velhos aliados do MDB e do Centr�o ao distanciamento em rela��o � ex-presidente Dilma Rousseff, que est� quieta no seu canto, em Porto Alegre (RS).

Em torno de Lula formou-se uma frente de esquerda, nucleada pelo PT, PSB e PCdoB, os partidos da antiga Frente Popular. Com as mudan�as ocorridas na legisla��o partid�ria, o PT tenta viabilizar uma federa��o de esquerda nos moldes da Frente Ampla Uruguaia, que � o mais bem-sucedido e perene bloco de alian�as pol�ticas de esquerda do Cone Sul, integrado � �poca por comunistas, socialistas, democratas-crist�os e dissidentes dos partidos Colorado e Nacional.

Evitar pol�micas


Fundada em 1971, em torno da candidatura de L�ber Seregni � Presid�ncia uruguaia, a frente foi posta na ilegalidade com o golpe de Estado de junho de 1973, inclusive com a pris�o de seu candidato. Com seus principais l�deres no ex�lio, a frente foi mantida, mesmo na clandestinidade, emergindo como for�a hegem�nica no Uruguai em 2004, com a elei��o do presidente Tabar� V�zquez; Jos� Mujica, em 2009; e, novamente, Tabar� V�zquez, em 2014. Ap�s 15 anos no poder, a esquerda foi derrotada por Lu�s Lacalle Pou, do tradicional Partido Nacional, que governa o Uruguai desde 2020.

Para entender a l�gica da pr�-candidatura de Lula � preciso levar em conta as lideran�as e militantes petistas que n�o se envolveram com os esc�ndalos dos governos Lula e Dilma, ou seja, a ala esquerda da legenda, que depois da Lava-Jato passou a ter hegemonia nas suas decis�es. Esses setores s�o contr�rios � amplia��o das alian�as ao centro, querem reverter a reforma trabalhista e defendem um programa econ�mico desenvolvimentista. Vem da� a resist�ncia p�blica � presen�a do ex-governador tucano Geraldo Alckmin na chapa de Lula, como seu candidato a vice, bem como a defesa intransigente da candidatura do ex-prefeito de S�o Paulo Fernando Haddad ao Pal�cio dos Bandeirantes.

Esses setores acreditam que uma vit�ria de Lula no primeiro turno abriria caminho para um programa de governo mais progressista e uma mudan�a de correla��o de for�as no Congresso que lhe fosse favor�vel, at� a convoca��o de uma Constituinte. Como essa postura afasta poss�veis aliados, Lula vem evitando debater temas econ�micos. Sua declara��o a favor da revoga��o da reforma trabalhista, por exemplo, gerou forte rea��o dos setores empresariais e sofreu duros ataques dos demais candidatos de oposi��o. Entretanto, o que importa, no primeiro turno, � o engajamento entusiasmado dos militantes de esquerda e dos sindicatos de trabalhadores na sua campanha. Se houver segundo turno, a conversa muda.
 

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