
Agora, parece que o governo quer fazer a roda da hist�ria voltar para tr�s e inviabilizar teatros, cinemas, a m�sica, o audiovisual e, principalmente, a vida profissional de artistas, diretores e produtores culturais.
Entre 13 e 17 de fevereiro, no Teatro Municipal de S�o Paulo, houve a exposi��o aberta ao p�blico de 100 obras de arte que rompiam aqueles padr�es, no sagu�o do teatro, algumas das quais est�o em grandes museus, e tr�s sess�es liter�rias e musicais noturnas.
Inspirados nas vanguardas europeias e dispostos a promover a renova��o da cultura brasileira, a for�a liter�ria e artes pl�sticas conferiram � Semana de Arte Moderna de 1922 o car�ter ic�nico que tem hoje, que se somou � mudan�a pol�tica que estava em curso, que iria desaguar na Revolu��o de 1930.
Por ironia, neste ano do bicenten�rio da independ�ncia, estamos assistindo a uma grande onda regressista no plano cultural, patrocinada pelo governo Bolsonaro, cujo objetivo � desarticular a nossa cultura e levar ao ostracismo seus mais importantes representantes.
Desfinanciamento
Assinada pelo secret�rio especial de Cultura do governo federal, Mario Frias, a instru��o normativa define valores que podem ser captados por projeto e por empresas, bem como cach�s pagos aos artistas.
Como se sabe, a Lei Rouanet autoriza produtores a buscarem investimento privado para financiar iniciativas culturais. Em troca, as empresas podem abater parcela do valor investido no Imposto de Renda.
No caso de artista ou modelo solo, o limite dos caches caiu de at� R$ 45 mil para at� R$ 3 mil por apresenta��o. No caso das orquestras, o limite que pode ser pago ao m�sico por apresenta��o passou de R$ 2,25 mil para R$ 3,5 mil, por�m, para o maestro, caiu de R$ 45 mil para R$ 15 mil.
No audiovisual, os valores foram mantidos, pois j� haviam sido reduzidos: m�dias metragens, R$ 600 mil; festivais, R$ 400 mil; jogos eletr�nicos e aplicativos educativos e culturais R$ 350 mil; programa��o semestral de r�dio, R$ 100 mil; epis�dios de programas de tev�, R$ 50 mil; infraestrutura de sites, R$ 50 mi; produ��o e conte�do de internet, R$ 150 mil; e epis�dio de web s�rie, R$ 15 mil.
O termo foi adotado pela extrema-direita dos estados durante a Guerra Fria, para atribuir aos “judeus da Escola de Frankfurt” a busca pelo controle da sociedade pelo comunismo. Adaptado por Olavo de Carvalho, o termo vem sendo usado no Brasil para caracterizar uma suposta amea�a de ditadura gayzista, feminista, abortista, globalista, libertina etc.
Na cabe�a de Bolsonaro, a mudan�a mira a esquerda; na realidade, aprofunda a crise de financiamento da ind�stria cultural, duramente atingida pela pandemia.