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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Doria derrete nas pesquisas eleitorais e j� admite disputar reelei��o

Desist�ncia do governador � corrida presidencial deixa mico na m�o do Cidadania, que aprovou a federa��o com o PSDB, sabendo que Doria se inviabilizava


23/02/2022 04:00 - atualizado 23/02/2022 07:51

O governador de São Paulo, João Doria (C), participou de evento do banco de investimentos BTG Pactual
Doria reconheceu ontem que pode vir a apoiar uma terceira via nas elei��es para presidente (foto: Carlos Vieira/CB/D.A Press - 27/11/21)

Num encontro promovido pelo banco BTG Pactual para operadores do mercado financeiro, ontem, o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria, pela primeira vez, admitiu que pode desistir de concorrer � Presid�ncia da Rep�blica em raz�o da alta rejei��o e do fraco desempenho nas pesquisas. “N�o vou colocar o meu projeto pessoal � frente daquilo que sempre foi a �ndole. Se chegar l� adiante e, l� adiante, eu tiver de oferecer o meu apoio para que o Brasil n�o tenha mais essa triste dicotomia do pesadelo de ter Lula e Bolsonaro, eu estarei ao lado daquele ou de quantos forem os que ser�o capacitados para oferecer uma condi��o melhor para o Brasil”, disse.

A declara��o de Doria foi comemorada por gregos e baianos, uma vez que seus aliados est�o aflitos com o mau desempenho do governador paulista na pr�-campanha e os desafetos tucanos ainda sonham com a candidatura do governador ga�cho Eduardo Leite, que perdeu as pr�vias para Doria. A declara��o de Doria abriu a possibilidade de um acordo com os demais candidatos da chamada “terceira via”, entre os quais Simone Tebet (MDB) e Alessandro Vieira (Cidadania), que j� vinham debatendo a possibilidade de uma candidatura unificada desse campo.

As pesquisas est�o mostrando que Doria corre o risco de repetir a trajet�ria do ex-governador Orestes Qu�rcia em 1994, quando concorreu � Presid�ncia pelo ent�o PMDB. Campe�o de votos da legenda desde as elei��es de 1974, Qu�rcia tinha um grande acervo de realiza��es como governador paulista, principalmente obras de infraestrutura, e acreditava que sua administra��o poderia projet�-lo nacionalmente. N�o foi o que aconteceu. Qu�rcia acabou cristianizado pelos caciques do seu partido.

Doria tamb�m faz uma administra��o considerada eficiente por seus apoiadores, conclui a gest�o com grande capacidade de investimentos e concedendo aumento salarial para o funcionalismo, mas nada disso alavanca sua candidatura em S�o Paulo. Seu vice-governador, Rodrigo Garcia, principal respons�vel pela articula��o pol�tica do governo, tamb�m n�o tem um bom desempenho nas pesquisas. Por essa raz�o, seus aliados pressionam Doria para que antecipe a sa�da do Pal�cio dos Bandeirantes, abrindo espa�o para maior proje��o do vice-governador, o candidato que escolheu.

Esse movimento, por�m, tem cheiro de cristianiza��o e pode virar um tiro pela culatra. A declara��o de ontem � um sinal de que Doria pode concorrer � reelei��o. Uma das raz�es de Doria para desistir da candidatura � a resili�ncia de Bolsonaro numa fatia expressiva do eleitorado paulista, que est� alavancando o nome do ministro da Infraestrutura, Tarc�sio de Freitas, ao governo de S�o Paulo.

Doria se elegeu cristianizando Geraldo Alckmin, quando o tucano foi candidato � Presid�ncia da Rep�blica, seu padrinho pol�tico, num caso t�pico de criatura que rompe com o criador. Agora, o ex-governador paulista d� o troco, ao fazer uma alian�a com o ex-presidente Luiz In�cio lula da Silva, do PT, para ser seu vice. Al�m de Alckmin, outras lideran�as do PSDB romperam com Doria, entre as quais Aloysio Nunes Ferreira e Jos� An�bal. A desist�ncia, em tese, abriria espa�o para uma recomposi��o.

A declara��o de Doria, por�m, pode ser apenas uma manobra t�tica para conter as dissid�ncias da legenda, principalmente a sa�da de Eduardo Leite do PSDB, para ser candidato a presidente da Rep�blica pelo PSD, de Gilberto Kassab. As negocia��es entre ambos est�o muito avan�adas e a consuma��o da mudan�a de legenda pode ser um golpe mortal na candidatura de Doria.

Terceira via

Quem est� com o mico na m�o � o Cidadania, que aprovou a federa��o com o PSDB por apenas um voto, mesmo sabendo que Doria estava se inviabilizando. O l�der da bancada na C�mara, Alex Manente (SP), articula o nome da senadora Eliziane Gama (MA) para vice de Doria, mas a dire��o nacional da legenda manteve a candidatura do senador Alessandro Vieira (SE) � Presid�ncia. Importantes lideran�as do Cidadania consideram a federa��o com o PSDB um abra�o de afogados e j� admitem abandonar o partido na janela partid�ria, como fez o governador da Para�ba, Jo�o Azevedo, que voltou para o PSDB.

A disposi��o de Doria em colaborar para unificar o campo da chamada “terceira via”, por�m, renovou as esperan�as de que se chegue a um nome de consenso entre essas for�as. Al�m de Leite, Simone e Alessandro, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) e o ex-governador Ciro Gomes (PDT), que est�o em melhor situa��o nas pesquisas, tamb�m pleiteiam essa condi��o, mas esbarram em dificuldades por causa de suas rela��es pregressas com Bolsonaro e Lula, respectivamente. Um � considerado muito � direita; o outro, muito � esquerda. Isso dificulta a uni�o do chamado centro pol�tico. O projeto de Doria era esse, a partir de seu posicionamento estrat�gico mais ao centro, mas falta combinar com os eleitores.
 

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