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Estado de Minas ENTRE LINHAS

O tempo urge para o tucano Eduardo Leite e sua "sombra do futuro"

"A conspira��o para remover o governador Jo�o Doria da disputa presidencial no PSDB, por�m, vai de vento em popa"


24/03/2022 04:00 - atualizado 24/03/2022 07:30

Governador Eduardo Leite
Governador Eduardo Leite (PSDB/RS) foi convidado para se filiar ao PSD (foto: Flickr)
O tempo ruge para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que precisa se decidir entre permanecer no PSDB ou migrar para o PSD, a convite do ex-prefeito Gilberto Kassab. Em ambos os casos, para ser candidato a presidente da Rep�blica, Eduardo Leite precisaria se desincompatibilizar do cargo at� a 2 de abril. Na primeira op��o, essa seria a �nica decis�o sobre seu controle, pois sua candidatura depender� da desist�ncia do governador paulista Jo�o Doria. Na segunda, teria legenda garantida para disputar a Presid�ncia, mas isso n�o significaria o apoio efetivo dos deputados e senadores do PSD.

Vamos por partes. No PSDB, Doria garante que n�o pretende desistir para outro tucano; se isso vier a ocorrer, ser� em favor de outro candidato da chamada “terceira via” que esteja em melhores condi��es eleitorais, ou seja, Sergio Moro (Podemos) ou Simone Tebet (MDB). O governador paulista se prepara para deixar o cargo, faz entregas e badala suas realiza��es, como as tr�s mil escolas em hor�rio integral que considera seu grande legado na Educa��o. N�o considera a hip�tese de disputar a reelei��o ao Pal�cio dos Bandeirantes, garante aos aliados.

A conspira��o para remover Doria da disputa presidencial no PSDB, por�m, vai de vento em popa. Parte das fichas est�o no tabuleiro eleitoral de S�o Paulo, at� agora muito adverso para o vice Rodrigo Garcia. Os desafetos de Doria imaginam que, que t�o logo deixe o Pal�cio dos Bandeirantes, os tucanos paulistas se aliar�o aos parlamentares de outros estados que defendem sua substitui��o por Eduardo Leite na conven��o eleitoral do PSDB, em agosto.

Essa expectativa parte de uma avalia��o do cen�rio eleitoral paulista, em que Rodrigo Garcia aparece bem atr�s de Fernando Haddad (PT), M�rcio Fran�a (PSB) e Tarc�sio de Freitas (sem partido). Se os tr�s forem candidatos, Garcia ser� ensanduichado por Fran�a e Freitas no interior paulista e engolido por Haddad na Grande S�o Paulo. Essas dificuldades de Garcia est�o sendo atribu�das � rejei��o de Doria em S�o Paulo, mas pau que d� em Chico d� em Francisco. Ou seja, a disputa local est� sendo muito balizada pela polariza��o entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Tarc�sio e Garcia est�o disputando o campo pol�tico antipetista, enquanto que Haddad e Fran�a trafegam na esteira de Lula.

Apesar de se digladiarem, os tucanos n�o querem a sa�da de Eduardo Leite. Para Doria, que venceu as pr�vias e acredita controlar a conven��o eleitoral, seria um concorrente a menos. Seus dissidentes, por�m, fazem um racioc�nio mais complexo e trabalham com dois cen�rios. No primeiro, Doria seria pressionado a desistir pelos aliados da Uni�o Brasil e do MDB, que manifestariam apoio a Leite. No segundo, mesmo n�o sendo o candidato do PSDB, Leite seria a lideran�a em condi��es de liderar a federa��o do PSDB com o PPS na reconstru��o de uma alternativa social-democrata para o Brasil. Simplesmente porque a sua “sombra de futuro”, em raz�o da idade, � muito maior do que a de qualquer outra lideran�a tucana.

A deriva de Alckmin

De certa forma, a deriva do Geraldo Alckmin em dire��o ao ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva refor�a esse v�cuo de lideran�a. Herdeiro pol�tico de Mario Covas e uma das principais lideran�a hist�rica do PSDB em S�o Paulo, ao lado de Fernando Henrique Cardoso, Jos� Serra e Jos� An�bal, a filia��o de Alckmin ao PSB, consumada ontem, n�o pode ser subestimada: o ex-governador tem corpo, cara, cora��o e cabe�a de tucano, mesmo trocando de legenda. Seu discurso de ontem n�o deixou nenhuma d�vida de que pretende agregar ao velho partido do cl� Arraes e � candidatura de Lula a velha narrativa do PSDB hist�rico.

Apesar dos questionamentos, a alian�a de Alckmin e Lula j� foi digerida pelo PT e por toda a esquerda que apoia Lula. O fato de ter o vice indicado pelo PSB, o maior partido da coaliz�o de esquerda liderada por Lula, � um ponto final no assunto. Ao sair da solenidade, os deputados Jos� Guimar�es (CE) e Carlos Zarattini (SP), por exemplo, n�o escondiam o entusiasmo com o discurso do ex-governador paulista, que deixou muito claro seu apoio ao ex-presidente Lula. Alckmin falou de esperan�a e da necessidade de n�o deixar o passado tolher o futuro. De certa forma, antecipou o discurso que inevitavelmente todos os tucanos de sua gera��o far�o num eventual segundo turno entre o petista e Bolsonaro.

Voltando a Eduardo Leite, essa deriva de Alckmin atrapalha muito os planos de Doria e n�o pode ser contida por outras lideran�as hist�ricas da legenda, que t�m apenas uma estrat�gia de sobreviv�ncia, a maioria em busca de uma vaga na C�mara, como o senador Jos� Serra (SP), por exemplo. Quem poderia resgatar a trajet�ria do PSDB e conter uma deriva eleitoral, segundo essas lideran�as? O governador ga�cho, mesmo que n�o seja candidato. Por �bvio, esses tucanos d�o como certa a cristianiza��o de Doria.

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