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Estado de Minas ENTRE LINHAS

A terceira via devora seus candidatos, como o dem�nio da mitologia eg�pcia

A senadora Simone Tebet (MS), candidata do MDB, � a noiva desejada por todos, mas quer cabe�a de chapa


06/04/2022 04:00 - atualizado 06/04/2022 07:15

Sergio Moro
Ex-juiz federal Sergio Moro n�o consegue decolar nas pesquisas eleitorais (foto: EVARISTO S�/AFP)
Ammut ou Amem-me era um dem�nio eg�pcio, conhecida como o “A Devoradora" e a "Grande Morte", com cabe�a de crocodilo, corpo metade le�o, metade leopardo e traseiro de hipop�tamo, todos animais ferozes da �frica. Na mitologia eg�pcia, segundo o Livro dos Mortos, era um dem�nio de puni��o, devoradora de homens, dos mortos indignos. Mais ou menos como a “terceira via”, que est� deglutindo seus candidatos como o ser mitol�gico que habitava a margem oeste do Nilo, o lugar dos funerais e dos cemit�rios. Sen�o, vejamos.

O ex-juiz Sergio Moro (SP) entrou na cena eleitoral como caudat�rio da bandeira da �tica, na franja dos eleitores que votaram no presidente Jair Bolsonaro e estavam descontentes com seu desempenho. Na medida em que a pandemia foi sendo controlada pela vacina��o em massa da popula��o, perdeu subst�ncia. N�o conseguiu avan�ar em dire��o �s bases conservadoras de Bolsonaro, que se mostrou mais resiliente, porque se beneficia do fato de estar no poder. Moro nunca foi levado a s�rio pelos principais partidos da chamada “terceira via”.

N�o conseguiu ampliar suas alian�as pol�ticas. � um ne�fito no jogo eleitoral, mas o que pesa mesmo � o estigma de algoz dos pol�ticos investigados pela Opera��o Lava-Jato. Com a perda de densidade eleitoral, chegou perto dos 9% de inten��es de voto, viu minguar o apoio da bancada de senadores do Podemos, ao qual estava filiado, e o risco de ficar sem legenda, mesmo no Paran�, onde o senador �lvaro Dias, seu padrinho pol�tico, concorrer� � reelei��o. Correu para o Uni�o Brasil, pelas m�os do seu presidente, deputado Luciano Bivar, mas enfrentou resist�ncia para ser candidato � Presid�ncia, liderada pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto, o secret�rio-geral do partido, que resultou da fus�o entre o PSL e o DEM. Por ora, Moro s� tem garantida a vaga de candidato a deputado federal por S�o Paulo.

Ciro Gomes (CE) est� em terceiro lugar nas pesquisas de inten��o de votos, com um percentual que oscila em torno dos 8%. Apesar dos ataques de piranha, manteve o apoio do PDT e mostra resili�ncia sertaneja, mas n�o consegue sair do isolamento. Carlos Lupi, o presidente da legenda, n�o � chamado para os encontros da “terceira via”. H� raz�es pol�ticas: a legenda tem uma tradi��o de esquerda, nacional-desenvolvimentista; o trabalhismo e Brizola s�o nomes feios para os l�deres dos partidos que tentam articular a “terceira via”.

Mesmo sendo o candidato mais competitivo, Ciro tamb�m n�o ajuda: rejeita concess�es program�ticas e tem a l�ngua solta. Sua candidatura � vista por alguns l�deres da “terceira via” como � esquerda do pr�prio ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que lidera as pesquisas. Aparentemente, Ciro aposta no “voto �til” dos que n�o querem manter Bolsonaro nem a volta do PT ao poder. Com essa estrat�gia, bastaria manter sua candidatura e esperar os eleitores migrarem dos demais candidatos da “terceira via”. O risco � que isso ocorra muito mais em dire��o a Bolsonaro, o que acabaria funcionando como um fator de suc��o dos seus pr�prios votos por Lula.

Presid�ncia � destino

O ex-governador Jo�o Doria (SP) venceu as pr�vias do PSDB, mas sua candidatura n�o decola. �s v�speras de renunciar ao cargo de governador, amea�ou permanecer no Pal�cio dos Bandeirantes e desistir da candidatura, o que agastou sua rela��o com o vice que assumiu o cargo, Rodrigo Garcia. A conspira��o para que Doria desista existe e at� entre os tucanos paulistas. Os seis deputados federais que abandonaram a legenda haviam apoiado Doria nas pr�vias, o que complica sua situa��o nos demais estados. A federa��o com o Cidadania, que deveria fortalecer sua candidatura, aumentou a instabilidade, porque a legenda prioriza uma candidatura que unifique a “terceira via” e n�o, necessariamente, do PSDB.

O estatuto tucano diz que as previas s�o soberanas, as regras do jogo da federa��o garantem primazia para o candidato do PSDB. Mesmo assim, a situa��o de Doria � muito vulner�vel internamente. O ex-governador ga�cho Eduardo Leite (RS) faz campanha aberta contra Doria. Permaneceu na legenda para ser candidato, mesmo correndo risco de n�o conseguir. Poderia ter migrado para o PSD, onde tinha legenda garantida por Gilberto Kassab (SP), mas optou pela luta interna fratricida na “terceira via”. Caso tenha �xito, ter� vencido uma batalha sangrenta, na qual gastar� energias, recursos financeiros e tempo.

� o destino, n�o existe caminho f�cil para quem quer ser presidente da Rep�blica. A senadora Simone Tebet (MS), candidata do MDB, � a noiva desejada por todos, mas quer ser cabe�a de chapa. Conversa com todo mundo e, de certa forma, se beneficia da disputa no PSDB, porque tanto Doria quanto Leite prefeririam apoi�-la e ter que fazer um acerto entre si. O problema de Tebet � que o MDB n�o � um partido homog�neo, as suas principais lideran�as do Norte e Nordeste j� est�o embarcadas na candidatura do ex-presidente Lula. A tradi��o do MDB � cristianizar seus candidatos, como fez com Ulysses Guimar�es, Orestes Qu�rcia e Paes de Andrade.

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