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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Segundo turno entre Lula e Bolsonaro n�o � nova elei��o presidencial

O que ocorreu na reta final do segundo turno gera uma for�a de in�rcia que pode resultar numa troca de posi��es. Lula perdeu posi��es e Bolsonaro avan�ou


05/10/2022 04:00 - atualizado 05/10/2022 09:39

Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva se enfrentam no segundo turno das eleições presidenciais
Jair Bolsonaro e Luiz In�cio Lula da Silva se enfrentam no segundo turno das elei��es presidenciais (foto: Evaristo S�/AFP)

� um lugar-comum nas campanhas eleitorais, principalmente de parte de quem est� perdendo, a tese de que o segundo turno � uma nova elei��o. H� controv�rsias. As for�as em movimento s�o as mesmas, por�m, os dois primeiros colocados operam forte atra��o sobre as demais, por expectativa de poder, motiva��o ideol�gica e/ou emocional. Isso provoca o realinhamento eleitoral, cuja resultante ser� a forma��o de uma maioria de votos v�lidos, que garante a consagra��o inequ�voca do presidente eleito.

A eventual mudan�a de posi��o entre os dois candidatos � resultado da in�rcia da primeira vota��o e da eventualidade de o l�der n�o se dar conta de que a sua estrat�gia est� sendo superada pelo segundo colocado. Estamos falando do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e do presidente Jair Bolsonaro, obviamente. O que ocorreu na reta final do segundo turno, por isso, gera uma for�a de in�rcia que pode resultar numa troca de posi��es.

Na �ltima semana da elei��o, Lula perdeu posi��es e Bolsonaro avan�ou. Mais do que frustrar a expectativa petista de vit�ria no primeiro turno, o resultado da vota��o de domingo embalou a campanha de Bolsonaro e gerou perplexidade na campanha de Lula, ainda que ningu�m queira passar recibo do que aconteceu. Com 96,93% das urnas apuradas, Bolsonaro recebeu 43,70% dos votos v�lidos, enquanto Lula teve 47,85% dos sufr�gios. Os candidatos Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) obtiveram, respectivamente, 4,22% e 3,06% dos votos v�lidos.

Um bom exemplo dessa expectativa � a fotografia da manifesta��o petista na Avenida Paulista, no dia da elei��o, com Lula ao lado da esposa, Janja, da ex-presidente Dilma Rousseff, da presidente do PT, Gleisi Hoffman, do ex-senador Aloizio Mercadante e do seu vice, Geraldo Alckmin, quase um estranho no ninho. Era uma esp�cie de “Lula � meu e ningu�m tasca”, armado na expectativa de que a elei��o estava decidida. Entretanto, o resultado do primeiro turno exigia que o palanque fosse muito mais amplo.

Lembrei-me de certa passagem do romance “Vida e destino” (Alfaguara), do escritor judeu ucraniano Vassili Grosman, que foi correspondente de guerra na Batalha de Stalingrado, na Segunda Guerra Mundial. A publica��o do livro esteve proibida durante muito tempo e seu autor chegou a ser preso por causa dele. Grossman relata a experi�ncia de guerra, os absurdos de seus efeitos sobre a vida das pessoas, com toda a invers�o de valores que acarretou. Realista, mostra os bastidores da batalha nos partidos e na antiga sociedade sovi�tica. � uma descri��o impressionante de como a resist�ncia ao invasor alem�o se transformou numa guerra patri�tica, na qual o protagonismo popular foi decisivo na frente de batalha. Mas tamb�m desnuda o comportamento do aparelho partid�rio, que se recolhe � retaguarda e, no momento de virada da guerra, opera para colher os louros da vit�ria.

O palanque de Lula no domingo refletiu uma falsa expectativa, na qual n�o se levou em conta que a onda do voto �til havia se esgotado e fora protagonizada por formadores de opini�o que j� estavam no campo da esquerda; o alarido e a agressividade da campanha, por�m, provocaram o voto �til reverso dos eleitores antipetistas, que n�o desejavam votar em Bolsonaro, mas o preferem em rela��o a Lula. � a� que mora o perigo de virada eleitoral logo no come�o do segundo turno, porque a in�rcia desse movimento silencioso pode n�o ter se esgotado no dia da vota��o.

Alian�as


O PT se movimenta em dire��o ao centro com dificuldades. Lula recebeu o apoio do PDT, com a aquiesc�ncia de Ciro Gomes, e do Cidadania, liderado por Roberto Freire, ambos duros desafetos, que ontem anunciaram formalmente o apoio ao ex-presidente da Rep�blica no segundo turno. Esses posicionamentos decorrem de um claro posicionamento contra o presidente Jair Bolsonaro, e n�o de uma negocia��o de ambos com o petista. Lula espera obter o apoio de Simone Tebet, a candidata do MDB, com quem deve se encontrar para tratar dos termos do apoio. No dia da elei��o, a candidata do MDB anunciou que n�o iria se omitir e aguardava um posicionamento firme do partido.

O deputado Baleia Rossi, presidente da legenda, que bancou sua candidatura, por�m, deve anunciar a neutralidade do MDB. Houve uma forte mudan�a na composi��o da bancada, que passou a contar com maior participa��o de parlamentares bolsonaristas eleitos no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, em contraponto aos representantes do Norte e Nordeste, aliados de primeira hora de Lula.

O governador do Rio de Janeiro, Cl�udio Castro (PL), no domingo anunciou seu apoio a Bolsonaro, que ontem recebeu a ades�o do governador de Minas, Romeu Zema (Novo), que o visitou no Alvorada. Zema ficou neutro no primeiro turno, apesar de Lula apoiar o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD). O governador de S�o Paulo, Rodrigo Garcia, que ficou fora do segundo turno, fechou o cerco ao anunciar ontem o apoio a Bolsonaro. O PSDB paulista apoiar� Tarc�sio de Freitas (Republicanos), candidato de Bolsonaro em S�o Paulo, mesmo tendo ele declarado que n�o deseja o apoio de Garcia.
 

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