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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Adesismo no 2� turno presidencial e derrota na federa��o PSDB-Cidadania

Com todos os seus defeitos, Doria tinha uma proposta program�tica social-liberal; j� o grupo de Garcia n�o tem


06/10/2022 04:00 - atualizado 06/10/2022 08:00

João Doria era o candidato do PSDB, mas foi defenestrado pelo próprio partido
Jo�o Doria era o candidato do PSDB, mas foi defenestrado pelo pr�prio partido (foto: REDES SOCIAIS/REPRODU��O)


A coliga��o PSDB-Cidadania elegeu 18 deputados, de uma bancada de 29 parlamentares. Os tucanos eram 22, agora s�o 13; os “cidad�nios”, digamos assim, eram 7 e agora s�o 5. A coliga��o fora feita para consolidar a hegemonia interna dos deputados paulistas de ambas as legendas, em torno da candidatura � reelei��o do governador Rodrigo Garcia, que n�o chegou ao segundo turno. � �poca, o candidato do PSDB era o governador Jo�o Doria, candidato � Presid�ncia, mas havia uma conspira��o armada para defenestr�-lo t�o logo se desincompatibilizasse do cargo para disputar a elei��o.

No come�o, Doria n�o acreditou que isso poderia ocorrer, mas levou um xeque-mate t�o logo Garcia assumiu controle pleno do Pal�cio dos Bandeirantes. O vice que assumira o governo fazia a pol�tica municipalista, enquanto Doria se digladiava com Bolsonaro durante a pandemia, diga-se de passagem, em defesa da causa mais justa naquele momento: a pol�tica de distanciamento social e a corrida para produ��o de vacinas. O governador foi vitorioso do ponto de vista da pol�tica sanit�ria, mas a superexposi��o aumentou sua taxa de rejei��o no plano eleitoral. Garcia era um articulador suave, que conquistara o apoio da maioria dos prefeitos e da bancada tucana; conduziu com compet�ncia a opera��o de cerco e aniquilamento de seu padrinho pol�tico no PSDB.

O PSDB n�o queria Doria como candidato, ou melhor, n�o queria ter candidato algum � Presid�ncia. Isso seria um estorvo para a maioria da sua bancada federal, que estava grudada como bigode no Centr�o, ou seja, na boca do Or�amento Secreto, mas do lado de fora do governo Bolsonaro. A federa��o com o Cidadania facilitava a montagem das chapas proporcionais e trazia um aliado para disputa contra Doria. A prefer�ncia do Cidadania era o governador ga�cho Eduardo Leite, que jogou a toalha na disputa com Doria, ao perceber que os paulistas tamb�m n�o queriam que fosse candidato. Para o Cidadania, a federa��o resolveria suas dificuldades para ultrapassar a cl�usula de barreira e poderia garantir a sobreviv�ncia do partido, que sucedeu o antigo PPS (ex-PCB).

A salva��o da lavoura foi a candidatura de Simone Tebet (MDB), um dos raros produtos da alta pol�tica dessas elei��es, que sobreviveu a todos os ass�dios para que retirasse seu nome da disputa. O presidente do Cidadania, Roberto Freire, obsessivo articulador de uma alternativa de centro democr�tico � polariza��o Lula versus Bolsonaro, e o deputado Baleia Rossi, presidente do MDB, que bancou a candidatura, foram os art�fices dessa empreitada. Simone fez uma bela campanha, apesar de “cristianizada” pelo MDB e pelo PSDB. O Cidadania investiu em sua candidatura, mesmo sem possibilidade de ir ao segundo turno, vislumbrando que seria uma aposta para o futuro, ou seja, para 2026.

O que foi que deu errado? O maquiavelismo provinciano de Rodrigo Garcia e seus aliados, que n�o contavam com a for�a do presidente Jair Bolsonaro na alavancagem da candidatura de Tarc�sio de Freitas (Republicanos), que virou o primeiro turno como franco favorito. Garcia ainda tentou desbanc�-lo, fazendo pilh�rias com o fato de o advers�rio n�o ser paulista e sequer saber onde ficava a se��o eleitoral na qual votou. Mas n�o contava com o desgaste da longa perman�ncia do PSDB no poder e das defec��es que legenda sofreu desde quando Doria passara a controlar seu diret�rio regional. A mais importante foi a do ex-governador Geraldo Alckmin, que virou vice de Lula, mas ouve outras, como a do ex-senador Aloysio Nunes Ferreira.

Troca-troca


O fato de o PT tratar Garcia como inimigo principal foi um equ�voco grave, porque deixou Tarc�sio solto e acabou empurrando toda a base do governador paulista para o colo do candidato que encarnava a polariza��o nacional. Isso criou as condi��es para que Garcia anunciasse apoio a Bolsonaro no segundo turno, para horror dos tucanos hist�ricos, que est�o vendo a legenda se transformar num partido meramente fisiol�gico. Com todos os seus defeitos, Doria tinha uma proposta program�tica social-liberal; j� o grupo liderado por Garcia n�o tem proposta alguma.

Liderado pelo deputado Roberto Freire, o Cidadania tenta resistir ao arrast�o bolsonarista em S�o Paulo, mas o l�der da bancada na C�mara, Alex Manente, que se elegeu com grande vota��o, fez quest�o de marcar posi��o e anunciou que a bancada ficaria neutra na disputa nacional. A maioria apoiar� a reelei��o do presidente da Rep�blica nos estados. Entretanto, a legisla��o permite a troca de legendas dentro da federa��o, sem perda de mandato. Os dois partidos teriam mais nitidez se fizessem um troca-troca: quem apoia Lula no segundo turno fica ou vai para o Cidadania; quem apoia Bolsonaro, permanece ou muda para o PSDB. Ou vice-versa. Seria mais coerente.
 

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