(none) || (none)

Continue lendo os seus conte�dos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e seguran�a do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/m�s. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas ENTRE LINHAS

Zema, Leite e Tarc�sio j� disputam a lideran�a da direita para 2026

''As pe�as est�o se movendo, no lusco fusco do isolamento da extrema direita, por�m, num ambiente de polariza��o''


18/01/2023 04:00 - atualizado 18/01/2023 07:28

De olho na eleição presidencial de 2026, Zema já parte para ataque ao governo Lula
De olho na elei��o presidencial de 2026, Zema j� parte para ataque ao governo Lula (foto: JAIR AMARAL/EM.DA. PRESS)

O ex-presidente Jair Bolsonaro n�o morreu, mas a possibilidade de que venha a se tornar ineleg�vel, em raz�o de seu envolvimento na tentativa de golpe contra a elei��o do presidente Luiz In�cio Lula da Silva, precipitou uma corrida entre os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e de S�o Paulo, Tarc�sio de Freitas (Republicanos). Cada um ao seu estilo, buscam lideran�a das for�as conservadoras do pa�s, para a forma��o de uma nova direita, mais moderada e comprometida com a democracia.

Essas s�o as pe�as que est�o se movendo no tabuleiro, no lusco fusco do isolamento da extrema direita, num ambiente pol�tico em que a polariza��o Bolsonaro versus Lula se mant�m na base do “hay gobierno, soy contra”. A express�o criada pelos anarquistas espanh�is � a tradu��o popular de uma filosofia que v� todas as formas de autoridade governamental como desnecess�rias e indesej�veis. Uma utopia irrealiz�vel, o anarquismo defende uma sociedade baseada em coopera��o volunt�ria e livre associa��o de indiv�duos e grupos. No Brasil, o bolsonarismo incorporou a viol�ncia an�rquica como forma de luta.

O bolsonarismo cresceu no bojo do sentimento antigovernista das manifesta��es de junho de 2013, contra o governo Dilma Rousseff, que desaguaram no impeachment da presidente da Rep�blica e, depois, em 2018, na elei��o de Jair Bolsonaro. Existe na classe m�dia, principalmente entre profissionais liberais e empreendedores, um sentimento do tipo “hay gobierno, soy contra”, por causa dos impostos, da m� qualidade dos servi�os p�blicos e da ojeriza � pol�tica e aos pol�ticos por causa da corrup��o. De certa forma, Bolsonaro conseguiu capturar esse sentimento, somando esses setores a uma base eleitoral reacion�ria, at� ent�o formada por corpora��es que integram o “partido da ordem”, e conservadora, alicer�ada nos evang�licos e na defesa da fam�lia unicelular patriarcal.

Como Jair Bolsonaro, Romeu Zuma, foi catapultado ao governo de Minas pelo tsunami eleitoral de 2018. Reeleito no primeiro turno, apoiou Bolsonaro no segundo turno e, agora, est� assumindo o protagonismo na oposi��o ao governo Lula e ao Supremo Tribunal Federal (STF), com ataques ao ministro da Justi�a, Fl�vio Dino, que responsabiliza pelo vandalismo na Pra�a dos Tr�s Poderes acusando-o de omiss�o, e ao ministro Alexandre de Moraes, pelo afastamento do governador de Bras�lia, Ibaneis Rocha, que considera arbitr�rio e inconstitucional. Minas Gerais � um estado decisivo nas elei��es presidenciais; no segundo mandato, � natural que Zema tenha pretens�es de se tornar presidente da Rep�blica. Saiu na frente na disputa pela lideran�a da oposi��o conservadora.

Polariza��o e terceira via


De certa forma, Lula aceitou a polariza��o com Zema. O ministro da Justi�a, Fl�vio Dino, que senador eleito e ex-governador do Maranh�o, n�o rebateria o governador mineiro com a dureza que os fez sem autoriza��o do presidente da Rep�blica. “Me espanta que o governador Zema tente vestir a roupa do Bolsonaro. N�o cabe nele... � preciso que ele tenha algum amigo sincero que diga a ele... Primeiro porque Minas Gerais � a terra de Tiradentes, de Tancredo Neves, � a terra da democracia... Ent�o n�o � poss�vel que um governador de modo vil se alinha � extrema direita para proteger terrorista. Fica feio...”

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, tamb�m reeleito, � outro que j� est� se lan�ando �s elei��es de 2026. � uma novidade na pol�tica brasileira. Defende uma agenda econ�mica neoliberal, mas esse conservadorismo n�o se traduz pauta dos costumes, quando nada porque Leite � gay assumido, num estado de grande tradi��o machista. A estrat�gia de Leite � a forma��o de um grande partido de direita moderada, a partir da amplia��o da federa��o do PSDB com o Cidadania, somando-se ao Podemos, que acaba de incorporar o PSC, na esperan�a de viabilizar uma nova “terceira via”.

Supostamente, isso possibilitaria tomar a bandeira da �tica de Bolsonaro, para disputar a lideran�a moral da sociedade. Leite tem dois problemas: somente venceu as elei��es com apoio do PT, que negociou sua neutralidade; e n�o ter� amplo apoio dos bolsonaristas. Al�m disso, s� h� um precedente de presidente ga�cho eleito pelo voto direto, Get�lio Vargas, em 1950, mesmo assim depois de ter governado o Brasil por 15 anos como ditador. Entretanto, precisa de apoio federal para fazer um bom segundo mandato.

A maior vit�ria de Bolsonaro em 2022 foi a elei��o do governador de S�o Paulo, Tarc�sio de Freitas, seu ex-ministro da Infraestrutura, quebrando a longeva hegemonia tucana. O Pal�cio dos Bandeirantes tradicionalmente � o ponto de decolagem de candidatos a presidente da Rep�blica, por ser o estado mais rico e mais populoso, com quase um ter�o do eleitorado. Sua candidatura atropelou o ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB), que contava com amplo apoio pol�tico e operou fortemente para remover a candidatura presidencial de seu antecessor, Jo�o Doria (PSDB), para n�o confrontar o eleitorado bolsonarista.

Tarc�sio � um player das elei��es de 2018, mas somente ser� candidato � Presid�ncia se Bolsonaro ficar ineleg�vel e lhe apoiar, o que n�o � o mais prov�vel. De todos os pretendentes, � o que mais representa os interesses do empresariado paulista, mas isso tamb�m n�o garante a elei��o de ningu�m, haja vista o fracasso eleitoral dos governadores Orestes Qu�rcia (MDB), Jos� Serra (PSDB) e Geraldo Alckmin (ent�o no PSDB) em disputas presidenciais. Dos tr�s, Tarc�sio � o que tem a maior sombra de futuro: pode concorrer � reelei��o e somente disputar a Presid�ncia em 2030.



*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)