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Estado de Minas Entre Linhas

O velho Churchill inspira Alexandre de Moraes

Segundo o ministro, todos os envolvidos no 8 de janeiro ser�o investigados e, se responsabilizados, punidos por vandalismo


07/04/2023 08:45 - atualizado 07/04/2023 08:48

Ministro Alexandre de Moraes avalia estragos após vandalismo no STF no 8 de janeiro
Ministro Alexandre de Moraes avalia estragos ap�s vandalismo no STF no 8 de janeiro (foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF - 11/1/23)
“Cinco dias em Londres” (Jorge Zahar Editor), de John Lukacs, narra os bastidores do governo brit�nico entre 24 e 28 de maio de 1940, dias que decidiram o destino da Inglaterra e a sorte dos Aliados na Segunda Guerra Mundial. No decorrer da crise pol�tica que se instalou no gabinete do ministro Neville Chamberlain, sob a lideran�a de Winston Churchill, o Gabinete da Guerra decidiu que a Inglaterra n�o assinaria nenhum acordo de paz com Hitler, derrotando a tese de Lord Halifax, o ministro de Rela��es Exteriores, que negociava um acordo de paz da Inglaterra com a Alemanha.

Desde a invas�o da Bo�mia e da Mor�via, 15 de mar�o de 1939, pelas tropas alem�s, o ent�o chanceler brit�nico buscava um acordo. A antiga Tchecoslov�quia, rec�m-unificada, n�o fora capaz de resistir ao avan�o alem�o, sendo ocupada durante seis anos. “Lord Halifax expressou o desejo do povo britannico de um entendimento sincero e leal com a Allemanha”, publicou o antigo O Jornal, ent�o o porta-voz dos Di�rios Associados, em 9 de junho de 1939, no Rio de Janeiro. Menos de um ano depois, Neville Chamberlain perderia o cargo de primeiro-ministro.

John Lukacs conta em detalhes o colapso do gabinete liderado por Chamberlain. �ntegro e respeitado, Churchill era considerado velho para a tarefa que lhe era pedida, enfrenta a desconfian�a do governo, do presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt e do pr�prio povo ingl�s. Al�m disso, bebia muito. E havia o temor da queda da Fran�a, �nica aliada da Inglaterra na Europa, que acabaria mesmo invadida por Hitler.

Foram cinco dias dram�ticos. O pr�prio Adolf Hitler n�o acreditava em sua sorte ao combater os ingleses e ordenou uma tr�gua de dois dias em sua marcha para o litoral. Nesse �nterim, Halifax tentou se aproximar de Mussolini atrav�s do embaixador italiano Bastianini; P�tains e Weygang, her�is franceses da Primeira Guerra Mundial, desistiram de lutar contra o Ex�rcito alem�o. A rendi��o da B�lgica alarmou ainda mais a Inglaterra.

Mesmo assim, no dia hist�rico de 28 de maio de 1940, uma ter�a-feira, Churchill decidiu n�o assinar acordo algum com Hitler e lutar at� o fim para defender a Inglaterra e os Aliados. Foi uma decis�o muito dif�cil, porque os ingleses estavam encurralados em Dunquerque. Lukacs explica a import�ncia do fato de Churchill ter mantido suas tropas no litoral, uma decis�o muito impopular, mas que resultou no atraso das tropas alem�s, o que seria fundamental para a vit�ria dos Aliados em 1945, apesar da retirada dram�tica que se seguiu.

Apaziguamento


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes se inspirou nesse epis�dio para definir sua postura em rela��o aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro. O fato de quase 1.400 envolvidos nas invas�es do Pal�cio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo j� terem sido denunciados e o avan�o das investiga��es para identificar seus mandantes, nas quais o ex-ministro da Justi�a Anderson Torres est� muito enrolado, confirmam o que Moraes prometera na abertura dos trabalhos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em fevereiro passado.

“A democracia n�o suportar� mais a ign�bil pol�tica de apaziguamento, de ‘deixa pra l�’, de ‘vamos aceitar que eles podem melhorar’. Essa pol�tica fracassada de apaziguamento j� foi amplamente afastada na hist�rica tentativa de acordo de Chamberlain com Hitler”, disse Moraes. Era uma refer�ncia a postura de Chamberlain em rela��o � Hitler em 1938, que permitiu a anexa��o da regi�o dos Sudetos, pela Alemanha e, depois, o avan�o nazista sobre a Pol�nia. Com isso, a Segunda Guerra Mundial se tornaria inevit�vel.

Segundo Moraes, todos os envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de janeiro ser�o investigados e, se responsabilizados, devidamente punidos, n�o s� por vandalismo, mas tamb�m pela instiga��o ou coniv�ncia com o golpismo, como j� est� acontecendo com mais de mil pessoas presas no acampamento defronte ao quartel-general do Ex�rcito. Pelo risco que o Brasil correu, Alexandre avisou que n�o haver� negocia��o com criminosos, terroristas e golpistas e resgatou a fase famosa de Churchill: “O apaziguador alimenta o crocodilo esperando ser o �ltimo a ser devorado”.

Sua posi��o continua dur�ssima: “Todos os envolvidos ser�o responsabilizados civil, pol�tica e criminalmente. Inclusive pela dolosa instiga��o ou coniv�ncia, por a��o ou omiss�o motivada por ideologia, dinheiro, fraqueza, covardia, ignor�ncia, m�-f� ou mau-caratismo”. Para Moraes, “a defesa da democracia e das institui��es � inegoci�vel. Muito mais do que um compromisso, essa defesa � raz�o de exist�ncia da Justi�a Eleitoral”, alertou.
 

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