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Estado de Minas ENTRE LINHAS

Lula prop�e um pacto comercial verde-amarelo-azul celeste com Argentina

Nossa ind�stria perde mercado para a China na Argentina. Para recuperar, o governo pretende promover exporta��es


27/06/2023 04:00 - atualizado 27/06/2023 08:07
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Lula recebeu Fernández em busca soluções para a crise argentina
Lula recebeu Fern�ndez em busca solu��es para a crise argentina (foto: SERGIO LIMA/AFP)

A rivalidade entre o Brasil e a Argentina perdeu o sentido desde a Guerra das Malvinas, quando os Estados Unidos apoiaram o Reino Unido. Resultado: os ingleses foram beneficiados pelo apoio log�stico norte-americano, enquanto os argentinos n�o obtiveram a assist�ncia de que necessitavam da pot�ncia que consideravam seu “aliado principal”. Ao contr�rio do que imaginava o ent�o presidente da Argentina, general Leopoldo Galtieri, a primeira-ministra brit�nica Margaret Thatcher n�o quis saber de negocia��o e resolveu o assunto pela for�a, exibindo o poder naval e a hegemonia militar do Reino Unido no Atl�ntico Sul.

Foi um golpe de morte na ditadura militar argentina, desmoralizada na guerra. No Brasil de 1982, vigia ainda o governo militar, sob a presid�ncia do general Jo�o Baptista Figueiredo. O tema das guerras recebia aten��o especial dos dois governos. Historicamente, o Ex�rcito argentino era o advers�rio principal na hip�tese de emprego de nossas For�as Armadas numa guerra convencional. Os dois pa�ses tinham doutrinas militares parecidas, inclusive para a guerra contra insurgentes, contra movimentos armados de oposi��o a ambos os regimes militares.

Al�m de p�r fim ao regime militar argentino e sepultar a velha “doutrina de seguran�a nacional” dos nossos militares, norteada pela guerra fria, a Guerra das Malvinas aproximou o Brasil da Argentina. O ex-presidente Jos� Sarney foi o grande patrono dessa mudan�a, tanto do ponto de vista diplom�tico como militar, estreitando a coopera��o entre os dois pa�ses. Entretanto, durante o governo Bolsonaro, desde a elei��o do presidente Alberto Fern�ndez, um peronista moderado, as rela��es entre os dois pa�ses se deterioraram muito. Bolsonaro nem � posse do colega foi, quebrou uma tradi��o do Mercosul.

O pa�s vizinho era o nosso terceiro parceiro comercial, agora � o quarto. Mesmo assim, continua sendo o parceiro mais importante para a nossa ind�stria de autom�veis e de eletrodom�sticos. Nosso segundo parceiro comercial s�o os Estados Unidos, que est�o em guerra comercial com a China, o maior destino das nossas exporta��es. Ontem, o presidente Luiz In�cio Lula da Silva recebeu com honras de “visita de Estado” o presidente Alberto Fern�ndez. Ambos tenta recuperar o tempo perdido.

Durante o encontro, Lula afirmou que � preciso "maior integra��o financeira" entre os dois pa�ses. “Estamos trabalhando na cria��o de uma linha de financiamento abrangente das exporta��es brasileiras para a Argentina. N�o faz sentido que o Brasil perca espa�o no mercado argentino para outros pa�ses porque esses oferecem cr�dito e n�s n�o”, disse.

Muito do prest�gio de Maradona se deve � vit�ria da Sele��o argentina contra os ingleses, na Copa do Mundo do M�xico, em 1986, quando fez dois gols, um com a “m�o de Deus” e o outro, numa arrancada em linha reta, driblando todos os ingleses � sua frente. Lavou, em campo, a alma de uma Argentina humilhada. � mais ou menos o que o presidente Alberto Fern�ndez tenta fazer nessa viagem, com um olho no colapso da economia argentina e o outro na pr�pria reelei��o.

Parceria estrat�gica

A Argentina precisa da ajuda do Brasil para enfrentar sua crise econ�mica. Lula tenta socorrer Fern�ndez n�o s� porque se trata de um aliado hist�rico. H� reais interesses econ�micos do Brasil.  “Precisamos avan�ar nessa dire��o, com novas e criativas solu��es que permitam maior integra��o financeira e facilitem nossas trocas. Entre as op��es, est� a ado��o de uma moeda de refer�ncia espec�fica para o com�rcio regional, que n�o eliminar� as respectivas moedas nacionais", disse Lula.

Os dois pa�ses v�o adotar um plano com "quase 100 a��es". A Argentina � o terceiro maior parceiro comercial do Brasil no mundo, depois da China e dos Estados Unidos. Na Am�rica do Sul, a Argentina � o principal. Um dos projetos � o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES) para a constru��o do gasoduto N�stor Kirchner, que ligar� o campo de g�s Vaca Muerta, em Neuqu�n, � localidade de Salliquel�, na prov�ncia de Buenos Aires.

H� mais de 10 anos, o nosso principal parceiro comercial � a China. No primeiro semestre de 2020, o Brasil exportou mais de US$ 34 bilh�es para o pa�s. No mesmo per�odo, a importa��o de produtos chineses foi de US$ 16,7 bilh�es. Vendemos soja, �leos brutos de petr�leo, min�rios de ferro e seus concentrados, pastas qu�micas de madeira e carnes desossadas de bovino congeladas, principalmente. Compramos plataformas de perfura��o ou de explora��o, flutuantes ou submers�veis; componentes para aparelhos receptores de radiodifus�o, televis�o etc.; para aparelhos de telefonia/telegrafia; c�lulas solares em m�dulos ou pain�is; e celulares.

Entretanto, nossa ind�stria perde mercado para a China na Argentina. Para recuperar o mercado argentino, o governo pretende promover as exporta��es de produtos brasileiros para a constru��o do gasoduto; financiar a exporta��o de blindados Guaranis; promover um acordo de vigil�ncia epidemiol�gica para a detec��o antecipada de riscos � sa�de p�blica”; e acordar plano de trabalho com a��es coordenadas e/ou conjuntas para a preven��o e o combate do racismo, da xenofobia e formas correlatas de discrimina��o no ambiente esportivo. O governo brasileiro tamb�m pretende manter apoio aos "direitos leg�timos" da Argentina na disputa com o Reino Unido pelas Malvinas, Ilhas Ge�rgia do Sul e Sandu�ch do Sul.


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