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Estado de Minas MARCO ANT�NIO VILLA

Bolsonaro sinaliza que ele � o principal elemento de perturba��o da ordem

'A irresponsabilidade presidencial atingiu todas as esferas de governo'


postado em 14/08/2019 06:00 / atualizado em 14/08/2019 09:08

(foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
(foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil)


Jair Bolsonaro � uma fonte inesgot�vel de problemas. � caso �nico na hist�ria republicana brasileira. Suas declara��es desastradas e inconsequentes geraram crises de todos os tipos. Nos �ltimos dias tem se esmerado em criar situa��es constrangedoras n�o s� para seu governo, mas, principalmente, para o Brasil. A sucess�o de ataques violentos aos seus advers�rios internos e externos acabaram produzindo rea��es que poder�o levar a m�dio prazo ao isolamento pol�tico. E sempre foi ele o agente agressor.
 
� prov�vel que aja desta forma como um plano estrat�gico. Seria uma forma de esconder o fracasso econ�mico da sua gest�o – j� estamos tecnicamente em recess�o – e falar para sua base de apoio, para os mais radicais, os neofascistas. Mantendo o �nimo dos seus “camisas negras” tenta potencializar o apoio que ainda possui em setores extremistas. Acredita que assim mant�m-se no primeiro plano da cena pol�tica. J� pensa, inclusive, em ser candidato � sua pr�pria sucess�o.
 
Construiu um mundo � parte. Delira. E ao se descolar do real, acaba sinalizando aos setores respons�veis da pol�tica e da economia de que ele � o principal elemento de perturba��o da ordem. As recentes declara��es dos senadores Tasso Jereissati e Simone Tebet pedindo para que ele se cale, evitando assim prejudicar a tramita��o da PEC da Previd�ncia no Senado, s�o evid�ncias de que a paci�ncia para com as a��es do presidente da Rep�blica est� pr�xima do fim.

Hoje ele � identificado tamb�m como um perigoso elemento perturbador do equil�brio entre os poderes, basta recordar a manifesta��o do decano da Suprema Corte, o ministro Celso de Mello. O desafio ser� suportar Jair Bolsonaro por mais 3 anos e 4 meses � frente da Presid�ncia da Rep�blica. E pelos acontecimentos da �ltima quinzena a probabilidade de que termine o governo no prazo constitucional � remota.
 
O aprofundamento da crise pol�tica � produto tamb�m do fracasso econ�mico. Deve ser recordado que em 2017 e 2018, apesar da heran�a maldita petista, o pa�s cresceu, em cada ano, 1,1%, um bom resultado especialmente se recordarmos os p�ssimos indicadores dos anos 2014-2016, o pior tri�nio econ�mico da hist�ria republicana. Sendo assim, o desastre deste primeiro semestre – n�o custa repetir, estamos tecnicamente em recess�o – � produto desta gest�o, � produto do ministro Paulo Guedes.

� mais um caso curioso, tipicamente brasileiro. O economista foi apresentado ao Brasil, em 2018, como um g�nio da economia. N�o tinha escrito nenhum livro, nenhum ensaio. N�o participou do debate econ�mico dos �ltimos 30 anos no Brasil. Mas era chamado de g�nio. G�nio de que? Sem produ��o acad�mica, desconhecido do p�blico que acompanha as pol�micas econ�micas, era um p�ria entre os seus pares. Mas foi al�ado � categoria de salvador do Brasil. Ficou conhecido por ter assessorado um animador de audit�rio que pretendia ser candidato � Presid�ncia da Rep�blica.

Algo t�pico de um pa�s que vive uma grave crise de lideran�a. Subitamente embarcou na canoa de Jair Bolsonaro e foi transformado por este em elemento de respeitabilidade junto ao “mercado.” Quando foi efetivamente testado na gest�o da economia, a verdade veio � tona. E sem saber o que fazer, resolveu identificar no passado a raz�o do malogro. Disse, nesta semana, que a crise � produto de 30 anos de social-democracia! Qual social-democracia? Do que est� falando o Pacheco do minist�rio da Economia?
 
A irresponsabilidade presidencial atingiu todas as esferas de governo. Todas, sem exce��o. Como numa razia, atacou sem piedade as bases da estrutura estatal. Desmoralizou pol�ticas p�blicas exitosas. Est� isolando o Brasil frente � comunidade cient�fica internacional. N�o satisfeito, atrelou a nossa pol�tica externa aos interesses dos Estados Unidos. O Pal�cio do Planalto se transformou em puxadinho da Casa Branca. O Itamaraty perdeu autonomia. Hoje � uma simples reparti��o do Departamento de Estado norte-americano. Vociferou nestes dias contra a Alemanha, a Fran�a e a Noruega.

N�o satisfeito, resolveu atacar a Argentina, nossa mais importante parceira comercial. Comparou Alberto Fernandez, virtual presidente da Rep�blica, a Chavez, Maduro e Fidel Castro! Disse que milh�es de argentinos v�o abandonar o pa�s ap�s a posse do peronista. E que o Rio Grande do Sul vai se transformar em Roraima, tendo de receber milhares de refugiados.
 
Jair Bolsonaro tamb�m abusou na utiliza��o de express�es vulgares, como nos casos do meio ambiente e da libera��o de licen�as em �reas ind�genas. N�o cabe aqui repeti-las em respeito aos leitores. Levou ao m�ximo a desmoraliza��o do cargo de Presidente da Rep�blica. Nunca assistimos a um espet�culo t�o baixo. E para piorar, fez uma defesa entusi�stica da tortura. Sim, da tortura. Disse que o torturador Carlos Brilhante Ustra � um her�i. O que nessa hora diriam Os�rio, Caxias e os pracinhas da FEB?

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