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Estado de Minas HIST�RIA DE UMA PAR�QUIA

Criando novos jardins

Se foi um encantamento o nascimento de um templo carmelitano nas terras de Minas Gerais, imagine como foi quando tudo aconteceu na Terra Santa'


18/07/2021 04:00 - atualizado 18/07/2021 08:53

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Ao longo dos s�culos, a Ordem do Carmo deu ao mundo in�meros tesouros, como Santa Teresa de �vila, S�o Jo�o da Cruz e Santa Teresa de Lisieux, os tr�s doutores da Igreja carmelitanos. Deu o escapul�rio, uma das mais antigas devo��es marianas. Ergueu templos, abriu conventos e mosteiros, santu�rios, levou a f� aonde a f� precisava chegar, aben�oou pessoas com dores e louvou a alegria, a bem-aventuran�a.

Foi em 16 de julho de 1251 que S�o Sim�o Stock teve a vis�o da Virgem rodeada de anjos, revestida de resplendor, trazendo nas m�os o escapul�rio, ficando para sempre o dia de Nossa Senhora do Carmo marcado no 16 de julho, como foi nessa sexta-feira. Quando aqui se instalou em BH o bairro se chamava do Mendon�a. Naturalmente, foi virando Carmo, o nome aportuguesado de Carmelo, o conhecido nome da Festa de Nossa Senhora do Carmo em todas as igrejas. Os moradores acharam melhor deixar que Nossa Senhora conduzisse o caminho. Perseverando na f�, os carmelitanos levaram 17 anos para erguer a par�quia.
 
Em 4 de maio de 1941, um novo sino repicou alegre chamando todo o bairro para celebrar com missa festiva a inaugura��o da nova igrejinha e da casa paroquial. Dr. Ildeu Aguiar, arquiteto e engenheiro, assistia e orientava a obra com seus criativos imprevistos, como foi a mudan�a da posi��o da igreja, apesar da constru��o j� estar adiantada. No in�cio da obra, a maior rua era a Gr�o Mogol, por onde passava o bonde e por onde seria a entrada do templo. Eis que o boato de que iria passar pelo “fundo do quintal” a nova estrada para o Rio de Janeiro. N�o tiveram d�vidas. A nova igreja deveria ter a sua fachada virada para a nova avenida. Como? Dr. Ildeu deu a ideia de encher o v�o com lixo dos altos-fornos da Belgo Mineira, de modo que, no futuro, haveria uma leve descida da entrada at� o presbit�rio. E assim, al�m da fachada e do nome da igreja (foto), a avenida ganhou tamb�m o nome de Nossa Senhora do Carmo.

Se foi um encantamento o nascimento de um templo carmelitano nas terras de Minas Gerais, imagine como foi quando tudo aconteceu na Terra Santa. Elias subiu ao cume do Carmelo e por sete vezes pediu ao criado: “Sobe e olha para o lado do mar”. O criado voltou dizendo: “N�o h� nada”. S� na s�tima vez afirmou: “Vejo que sobe do mar uma nuvem pequena como a palma da m�o”. Elias manda avisar a todos que vem chuva. Logo depois o c�u escurece e come�a a chover. � nesse monte, onde o profeta v� chuva numa nuvenzinha, que s�culos depois nascia a Ordem do Carmo. Os eremitas chegaram, se instalaram na mesma gruta de Elias, usaram a mesma fonte e erigiram uma capela.

Transformaram um local venerado desde a alvorada do cristianismo em um ponto visitado por pessoas de todos os confins da Terra. Foi um monte criado para ser sagrado: viu a gl�ria de Deus vencer 450 falsos profetas, chover depois de tr�s anos de seca e viu eremitas silenciosos, na simplicidade da vida, em ora��o e louvor ao Pai. O monte Carmelo nasceu para orar. Hoje, � uma cadeia de montanhas de rocha calc�ria debru�ada sobre o deslumbrante azul do Mar Mediterr�neo. O nome Carmelo significa jardim, mas � um belo jardim, com uma flora rica e variada, com murtas, cedros e alfarrobeiras.

O Monte Carmelo sempre me encantou desde a primeira vez em que fui � Terra Santa. No atual mosteiro e santu�rio, o Stella Maris, minha pausa maior � no nicho no altar com a imagem de Nossa Senhora do Carmo e, por baixo, a gruta. O mosteiro parece ter sido feito para que a alma se acalme e a mem�ria n�o se desfa�a. A Ordem do Carmo, �nica ordem contemplativa nascida fora da Europa, tem um passado que n�o passa. � um passado sempre presente como fonte criadora de tudo.

Fugindo da persegui��o aos crist�os na Terra Santa, encontramos os eremitas na Inglaterra. Dali seguiram para o mundo todo. No Monte Carmelo, jardim, essa hist�ria come�ou e no monte eu volto. Para louvar a Flor do Carmelo, esplendor do c�u. E imaginar a nuvenzinha vinda do mar e fertilizando os campos. Que uma nuvem pequena como a palma da m�o sempre frequente nossos gestos e palavras, nos fazendo criar jardins tranquilos pelo caminho que for.

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