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Estado de Minas Comportamento

O que fazer de nosso tempo?

"Apesar do cansa�o, eu adorava ir � escola"


31/01/2021 04:00 - atualizado 31/01/2021 12:34

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

 
Um professor universit�rio exp�s-me uma preocupa��o em rela��o ao momento em que as aulas virtuais forem substitu�das pelas presenciais, momento t�o desejado por muitos. “Imagine – indagou-me ele – quando aquele aluno que demora uma hora e meia para chegar � faculdade e tempo semelhante para retornar para casa, vindo muitas vezes em um �nibus lotado ap�s um dia inteiro de trabalho pesado, chegar perto de mim e questionar: ‘Professor o que voc� vai me apresentar agora que exige minha presen�a aqui?’.”
 
Lembrei-me de meu tempo de escola de comunica��o social na PUC-Minas, d�cada de 1980, aulas noturnas durante a semana e aos s�bados pela manh�, exatamente depois de um dia de trabalho intenso, em p� no �nibus tanto na ida (por estar lotado) quanto na volta (por medo de adormecer e perder o ponto de descida). Algo havia que, apesar do cansa�o, eu adorava ir � escola. A fome eu matava com aqueles salgadinhos enormes e engordurados da cantina (com mais massa que recheio) enquanto gargalhava com os colegas ou colocava alguma discuss�o tem�tica em dia.
 
Adorava sentar-me nas fileiras da frente, posi��o que s� me foi poss�vel desejar naquela �poca pois, anteriormente, nos tempos de col�gio, me sobrava apenas as cadeiras do fundo devido � minha altura. Na faculdade eu n�o cobria a vis�o de ningu�m, pois as cadeiras, colocadas em ordem umas atr�s e ao lado das outras, distanciadas milimetricamente, eram relocadas no primeiro minuto, bastava entrar o primeiro aluno. Novos pontos de vista s�o sempre bem-vindos no ambiente universit�rio.
 
Eu mesma me sentava na frente, por�m virada para o lado, de forma que pudesse dar aten��o devida ao professor e ao quadro ao mesmo tempo que aos colegas posicionados ao lado e atr�s. E assim discut�amos as mat�rias e todo e qualquer assunto considerado necess�rio, mesmo que n�o t�o importante. Afinal, n�o �amos �s aulas apenas pelos ensinamentos did�ticos, tese comprovada pelo fato de que os corredores eram os grandes centros de produ��o de saber, ou melhor, de sabedoria.
 
Compreendo e compartilho a preocupa��o do amigo professor, pois ele � do tipo que ama o magist�rio, e est� de fato preocupado na transmiss�o do saber, vindo principalmente atrav�s da exposi��o de suas experi�ncias por d�cadas na profiss�o que exerce. Transforma��es profundas e necess�rias est�o acontecendo na educa��o, a custo de um per�odo marcado por muitas perdas que v�m atingindo principalmente escolas e alunos sem estrutura para promover um ensino a dist�ncia de qualidade.
 
De certa forma, teremos que repensar os ganhos e as perdas de tudo o que � pre- sencial. O isolamento imposto nos est� fazendo questionar como melhor aproveitar nosso tempo e nossa presen�a, onde quer que vamos, onde quer que estejamos. Depender� de cada um de n�s fazer valer nossas vidas enquanto pulsam.

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