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Estado de Minas Comportamento

Precisamos falar sobre a morte

"Esta caindo por terra o mito da salva��o"


11/12/2022 04:00

Médico
(foto: Pixabay)

 
Enquanto o Brasil se ocupava de acompanhar os jogos da Copa do Mundo, nos deparamos com a not�cia de que Pel�, cujo reinado tem liga��o estrita com a competi��o, estava desenganado e como tal passara a receber cuidados paliativos.
 
Lembro-me de ter tomado conhecimento dessa especialidade m�dica h� poucos anos, quando me ocupei de acompanhar e apoiar uma cunhada em seu processo de partida. Como vejo a morte como uma parte importante, ainda que dolorosa, da vida fiquei satisfeita em ver que mesmo a passos lentos, est� caindo por terra o mito de que a salva��o que cabe � medicina seja impedir a morte, muitas vezes a um “custo” muito alto, incluindo acreditar que isso seja poss�vel.
 
Nem todos os hospitais t�m paliativistas, como s�o chamados os m�dicos e demais profissionais de sa�de dessa especialidade. A dificuldade come�a pelo fato de que s�o pouqu�ssimos hospitais e cl�nicas de psicologia que oferecem este tipo de resid�ncia e quando o fazem h� apenas uma ou duas vagas.
A oferta de pessoal qualificado � infinitamente menor que a demanda de necessitados, mas esta lacuna pode ser explicada pelo fato de que temos muita dificuldade de falar sobre a morte e nos recusamos a viv�-la como dever�amos.
 
Lembro-me de que, quando meu pai estava vivendo seus �ltimos dias agarrado a uma quantidade enorme de aparelhos sofisticados ap�s sofrer um infarto, questionei por que ainda mantinham determinado tipo de medicamento. Sou totalmente contra a eutan�sia, assim como insistir por lutar contra a finitude e a certeza de que n�o h� mais o que fazer. A natureza precisa seguir seu curso.
 
Uma paliativista que ouviu minha observa��o me disse que a fam�lia precisava pedir a interven��o da equipe de cuidados paliativos. S� assim poderiam agir, mostrando ser tamanha a resist�ncia por parte dos demais m�dicos a um tratamento que busca principalmente promover a qualidade do que resta de vida ao paciente desenganado, assim como a condu��o afetiva da dor que toma conta de quem fica. A ideia � buscar o al�vio sem que se “morra antes e muito menos depois da hora”. Isso quer dizer para muitos “morrer com dignidade”.

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