H� um bom tempo comprei um �culos para fazer maquiagem. Ele tem lentes basculante que na teoria possibilitam que se enxergue com um olho enquanto se maqueia a p�lpebra do outro. Digo na teoria porque na pr�tica acabei n�o me acostumando ao uso dele. N�o me desfiz dele porque � de fato uma pe�a muito estilosa e, como gosto de dar multiuso para muita coisa, porque ent�o n�o us�-los no dia a dia?
Ali�s acho que at� hoje n�o me adaptei nem aos �culos dos quais n�o consigo me separar. Quando crian�a sofri de estrabismo. Tenho lembran�a de minhas arma��es pesadas as quais, segundo me contam, eu tentava a todo custo destruir. Me assentar sobre elas era o m�todo preferido, por�m n�o o suficiente para chegar a contento. Para minha sorte, o estrabismo foi logo resolvido alternando �culos e tamp�o.
N�o sei o que me fez pensar que jamais precisaria usar �culos novamente at� que h� uns oito anos minha vista cansou. C� estou eu de �culos e muitas vezes me vejo batendo na cara pra ver se os estou usando. Na maioria das vezes estou.
Tentei lentes de contato por duas vezes. Da �ltima, h� uns tr�s anos, testei a bifocal. Tampava um olho com a m�o para ler e o outro pra andar na rua. Talvez inconscientemente achei que tampar um dos olhos pudesse ser novamente a solu��o. Longe de ser.
Preciso estar com os dois olhos bem abertos pra enxergar alguma coisa. Confesso que invejo quem consegue, mas conclui que lentes de contato n�o s�o para mim a come�ar pela dificuldade de colocar e tirar. Cheguei a arranhar um olho de tanto procurar a lente que j� tinha ca�do sem que eu percebesse.
Me resta curtir trocar de �culos para mudar de cara. Adoro procurar arma��es antigas em ferinhas mundo afora. J� encontrei preciosidades como uma de metal t�o fininho parece n�o estar usando nada. Nada como se adaptar com leveza �s necessidades que os anos nos trazem.