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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

A maternidade � a linguagem do afeto, seja positivo ou negativo

Neste percurso dif�cil de gerar, criar, sustentar e educar, muitas fracassam delegando sua cria a terceiros, mas outras lutam como leoas


31/10/2021 04:00 - atualizado 31/10/2021 07:57

Ilustração mostra mulher ninando um bebê
Um filho abala a vida da mulher, sempre despreparada, porque nunca estamos prontas para o que vir� na vida

A maternidade � a linguagem do afeto. Seja positivo ou negativo, ele nos afeta desde o ber�o. J� pensaram o alcance do acolhimento de uma m�e na subjetividade do beb�? Claro que sabem disso, pois � �bvio pela experi�ncia de nossa vida e nos resultados. Na somat�ria do que nos tornamos, percebemos tra�os dela que, algumas vezes at� indesej�veis, nos surpreendem.

A viv�ncia da maternidade � algo de tamanha magnitude na vida de uma mulher que � dif�cil descrever: um amor enorme, um forte temor e at� a rejei��o que transforma a vida, de m�e e filho, em um caminho de dor. Um filho abala a vida da mulher, sempre despreparada, porque nunca estamos prontas para o que vir� na vida. Como disse Voltaire, o presente � “gr�vido de futuro”, isto �, antecipamos imaginariamente o que vir� tentando controlar o amanh�. Fonte esta de inesgot�vel ansiedade.

Parece que hoje falo dos �bvios, mas n�o s�o eles dif�ceis de encarar? Negadores que somos, queremos simplesmente evitar tudo que nos aborrece sonhando com a vida ideal, como deveria ser e relegando o que � como se n�o fosse importante. O real fica encoberto por uma pel�cula protetora. A lucidez excessiva � deprimente para a maioria de n�s.

N�o sabemos exatamente o que � ser m�e, uma boa m�e, uma m�e que atende as necessidades, principalmente quando em dificuldades e sozinha. A s�rie “Maid”, da qual falei na �ltima semana e que vem sendo muito comentada, mexeu com as mulheres. Comoveu, indignou, algumas n�o conseguiram ir at� o final por ser forte, triste, pesada. � o real.

Outras foram at� o fim e, em muitos pontos, se lembraram de suas hist�rias, das dificuldades das fam�lias, das m�es e dos pais para sustentarem este broto de gente tenro que � uma crian�a.

E neste percurso dif�cil de gerar, criar, sustentar, educar – uma das tarefas imposs�veis, segundo Freud –, muitas fracassam preferindo delegar sua cria a terceiros – que far�o o trabalho �rduo por elas – e outras lutam como leoas.

Digamos que aquelas que recusam e rejeitam suas crias provavelmente levar�o esta d�vida como remorso e culpa para sempre, pois, mesmo as que lutam para alcan�ar o poss�vel tamb�m, elas t�m falhas e sempre se indagam se podiam ter sido melhores.

Em muitos casos, desejam ser melhores naquilo que j� viveram ou do que conhecem em suas experi�ncias pessoais em suas ra�zes. E d�o conta mesmo que repitam tra�os negativos independente de sua vontade. “� mais forte do que eu”, dizem m�es que se sentem insuficientes. E qual delas n�o se sente assim? Poder�amos perguntar!

E n�o sentem temor somente no primeiro filho, mas em cada um porque cada um � um e nasce com inclina��es e tend�ncias singulares. Cada maternidade de um filho � �nica, sejam eles um, cinco ou 10. Mas para perceber cada um ser� preciso um olhar atento e uma escuta amorosa.

De alguma forma, a s�rie “Maid” moveu c�us e terras no sentimento das mulheres, m�es, filhas, pois retrata a vida de todas n�s, a luta que � fazer de um beb� uma pessoa, sustentar integralmente um ser dependente que veio de nossas entranhas e que � absoluta responsabilidade nossa.

Quem � m�e sabe disso, e muitas vezes sentindo o peso de criar sozinha um filho – situa��o muito comum ainda na nossa cultura, a fam�lia monoparental –, mesmo temendo n�o ter como prover o amanh�, ela continua sua luta apesar da inseguran�a ao carregar em seus bra�os algu�m que pariu. 

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