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Estado de Minas EM DIA COM A PSICAN�LISE

Somos finitos, mas isso n�o torna mais f�cil perder quem amamos

O doutor Jeferson Machado Pinto vive em cada lembran�a, na leitura de seus escritos e nos momentos em que suas palavras ecoarem nas mem�rias que dele teremos


17/04/2022 04:00 - atualizado 17/04/2022 01:07

Ilustração mostra o rosto deJeferson Machado Pinto

 
Este m�s, grande parte da comunidade de psicanalistas, clientes, alunos, amigos e fam�lia se despediram com grande lamento do querido doutor Jeferson Machado Pinto. Foi grande a perda, pois ele fez parte da vida de tantas pessoas.
 
Ensinou por anos na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, al�m de suas aulas ador�veis, contribuiu com in�meros textos e artigos que agregavam a seu ensino grande valor e contribui��o a colegas que puderam usufruir dessa escrita e aos estudantes do curso de psicologia, nas disciplinas da psican�lise.
 
Sua vasta cl�nica de muitos pacientes – que se beneficiaram de seu modo meigo, firme e carinhoso, de sua escuta atenta e rigorosa e de suas palavras generosas – mostrava-nos que estava bem ciente de que ali lidava com leveza e respeito com a dor de cada um que vinha demandar lugar em seu div�.
 
Eu e muitos tivemos o benef�cio de contar com ele em momentos de ang�stia, tristeza, sofrimento. Pudemos ser apaziguados com o bom manejo do analista: sabemos disso todos que passam ou passaram por essa experi�ncia �tica.
 
Estamos em luto por seu falecimento, e isso nos faz relembrar seu rosto, sua voz, seu sorriso, seu olhar meigo, esperto e matreiro. Pensar que perdemos um grande sujeito que fez parte da vida daqueles que trabalharam e conviveram com ele pessoalmente.
 
Sabemos que somos finitos e nosso fim � inevit�vel, mas o fato de saber disso n�o torna f�cil, nem menos triste, tolerar as separa��es e perdas daqueles que amamos. Esta perda tocou o cora��o de muitos colegas, que lhe prestaram uma bela homenagem na UFMG.
 
Tamb�m foram muitas e belas as declara��es publicadas por poetas e escritoras, como Paula Vaz e Lucia Castelo Branco, entre muitas pessoas que se manifestaram e igualmente lamentam e compartilham o vazio deixado por ele.
 
Faremos este luto, cada um o seu, mas sabendo que somos muitos e que sua mem�ria viver� em cada lembran�a, em cada leitura de seus escritos, em cada cita��o e nos momentos em que suas palavras ecoarem nas mem�rias que dele teremos na nossa jornada. Nesta vida que n�o decidimos viver e na qual somos condenados a continuar apesar de tudo, do bom e do ruim.
 
Seguimos. E em n�s, nosso querido Jeferson viver�. Viver� em n�s e na gratid�o de termos tido a oportunidade de passar por ele na nossa breve exist�ncia. Foi sorte nossa ter cruzado com ele no caminho, entre as pedras do caminho.
 
Deixo aqui as palavras de Valter Hugo M�e no livro “M�quina de fazer espanh�is”, da literatura que ele tanto amava e que recebi recentemente de uma leitora. Creio que ele gostaria:
 
“Nunca eu teria percebido a vulnerabilidade a que um homem chega perante outro. Nunca teria percebido como um estranho pode pertencer, fazendo-nos falta. N�o era nada esperada aquela constata��o de que a fam�lia tamb�m vinha do lado de fora do sangue, de fora do amor ou que o amor podia ser outra coisa, como uma energia entre as pessoas, indistintamente, um respeito e um cuidado pelas pessoas todas.”
 
Que sua energia brilhe no universo e ilumine estrelas.

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