
Cada indiv�duo � �nico, por certo o substantivo que o justifica, e cada um reage �s dores e aos desafios mundanos a seu gosto e modo. Abra�ar causas nobres, como filantropia e cuidado de animais, ou aderir a movimentos humanit�rios e ecol�gicos, ajudam o tempo passar mais r�pido ao mesmo tempo em que se preenche o vazio existencial. Por outro lado, aderir a grupos que vivem - e sobrevivem, financeiramente falando - �s custas de teorias da conspira��o, negacionismo cient�fico, manipula��o religiosa e pol�tica e outras porcarias do g�nero, n�o s� n�o cura as feridas d’alma como aprisiona o indiv�duo em bolhas nocivas a si mesmo e ao mundo.
SOCIOPATAS GLOBAIS
Os Antivacinas, por exemplo, organizam-se de modo a criar e acreditar em teses sem quaisquer fundamentos m�dicos ou reais (no sentido de realidade), desesperadamente em busca de aten��o, companhia e algum sentimento de unidade - ou pertencimento -, que preencham a profunda solid�o que sentem. Notem: estar acompanhado n�o impede ningu�m de se sentir s�. Geralmente, o que � ainda pior, essas pessoas se tornam presas f�ceis para charlat�es de toda sorte, e n�o raro doam dinheiro, apoderam (atrav�s de voto ou fama) ‘mitos’ e ‘gurus’, e passam a ser agentes do que h� de pior em um planeta cada vez mais conectado e necessitado de coopera��o global.
Essas bolhas gigantescas est�o presentes no mundo todo, e nos �ltimos anos, infelizmente, a partir do poder de organiza��o advindo das redes sociais e internet de um modo geral, adquiriram for�a, poder (pol�tico e econ�mico) e hoje s�o uma das maiores amea�as � democracia, � sa�de p�blica e ao pacto civilizat�rio, leia-se, combate �s iniquidades sociais, raciais, religiosas, de g�nero, etc. t�o arduamente conquistado durante os �ltimos s�culos, � custa de guerras e conflitos sociais e pol�ticos sangrentos. N�o se enganem, inclusive, aqueles que pensam que igrejas poderosas (crist�, judaica, isl�mica, evang�lica…) n�o fazem parte do problema.
AMEA�A HUMANIT�RIA
Quaisquer movimentos (bolhas) que ameacem os valores universais de direitos humanos e invistam contra a civiliza��o, atrav�s de intoler�ncia, preconceito, discrimina��o, amea�as de quaisquer tipo (f�sica, emocional, moral, sanit�ria, etc.) constituem-se de gente, conforme dito acima, em busca de conforto afetivo e sentimento de pertencimento. Precisam n�o apenas de companhia, mas de um guia, que geralmente cobra caro e transforma a manada de carentes, e crentes!, em fonte de renda e poder. Exemplos? Pastores, padres, rabinos, xam�s, pol�ticos e governantes extremistas (sejam de direita ou de esquerda), gurus de internet, influencers e youtubers da moda.
BOLHAS ASSASSINAS
O bolsonarismo, no Brasil, � a face mais aparente desses movimentos, e engloba n�o apenas antivacinas, terraplanistas e outras aberra��es. � a fonte, ao lado do esquerdismo radical, da cis�o social inaugurada pelo odiento lulopetismo, que hoje aprisiona o Pa�s numa disputa pol�tica entre o desastre moral e sanit�rio de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e a cleptocracia populista de Lula da Silva, o meliante de S�o Bernardo. O bolsonarismo n�o difere de outras seitas pol�ticas, religiosas e raciais. Ao contr�rio. Reza a mesma cartilha, prega as mesmas barbaridades e, muitas vezes, utiliza os mesmos modos. Ali�s, o mesmo ‘modus’ - o ‘operandi’.
Extirpar o c�ncer social que representa Jair Bolsonaro � t�o fundamental e imprescind�vel quanto foi extirpar o c�ncer de 2018 - o lulopetismo. O Brasil, infelizmente, errou na dose e no rem�dio, e produziu um tipo de met�stase ainda mais violenta. A cura para os carentes, com baixa autoestima e necessidade de amor paterno n�o depende do meu ou do seu voto. A cura para os antivacinas e afins, idem. Mas a cura, ou melhor, o in�cio da cura de nossos males pol�ticos est� em nossas m�os, na ponta do nosso dedo indicador. Em 2022, portanto, diga ‘n�o’ aos selvagens - sejam de esquerda ou de direita. Diga ‘sim’ � civiliza��o e � vida. Em frente! Prevaleceremos.