
No Pa�s da idolatria e culto �s pessoas, em detrimento de projetos e ideais, os pol�ticos demagogos, populistas, autorit�rios, messi�nicos e muito mentirosos - pois mentirosos apenas todos s�o - reinam f�cil e d�o as cartas desde sempre por aqui.
At� hoje, cl�s pol�ticos dominam seus ‘currais eleitorais’, numa sucess�o intermin�vel de av� para pai; pai para filho; filho para neto; neto para bisneto. Vejam, como exemplos, o cl� Magalh�es, na Bahia. Ou Sarney, no Maranh�o. Ou ainda, os pr�prios Bolsonaros.
A renova��o na pol�tica brasileira � muito pouca ou quase nenhuma. Quando ocorre, se d� atrav�s de personalidades (artistas, esportistas, blogueiros, youtubers, etc.) sem preparo intelectual, em muitos dos casos, e sem a menor ideia do funcionamento da m�quina.
Vez ou outra, casos como Alexandre Kalil e Romeu Zema, em Minas Gerais, e Jo�o Doria, em S�o Paulo, parecem querer mudar o rumo da prosa, j� que ‘outsiders’, ou no m�nimo iniciantes, mas rapidamente, com rar�ssimas exce��es, n�o vingam em longo prazo.
S�O PAULO VOANDO
A locomotiva do Brasil est� nas m�os dos tucanos desde 1995, com a elei��o de M�rio Covas, no ano anterior. H� 27 anos, portanto, o PSDB se reveza no poder do estado mais poderoso da na��o, executando um belo trabalho, diga-se de passagem.
Se uma parcela minimamente razo�vel - e justa! - dos impostos gerados em SP permanecem por l�, seria, sem d�vida alguma, um ‘pa�s’ de primeiro mundo. Ocorre, contudo, que apenas 11% do que arrecada, retorna, da Uni�o, para seus cofres.
Respons�vel, atualmente, por mais de 40% dos impostos federais, o estado foi o �nico ente da Federa��o que cresceu seguidamente durante estes dois anos de pandemia. N�o fosse S�o Paulo, o estrago no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro seria ainda maior.
Jo�o Doria e o sempre excelente Henrique Meirelles, que trocamos por Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, na Presid�ncia da Rep�blica, realizam uma administra��o de excel�ncia, tanto na Economia quanto na Sa�de; vejam o caso das vacinas contra a covid.
REJEI��O E CANDIDATURA
Apesar de n�meros positivos e expressivos, e apesar do excepcional trabalho durante a pandemia, o governador Doria, hoje, � espetacularmente rejeitado pela popula��o de S�o Paulo. Ali�s, � espetacularmente rejeitado pelo mundo pol�tico, incluindo o pr�prio partido.
Conhecido por sua vaidade insuport�vel, pouco esp�rito de equipe e absoluta falta de fidelidade, al�m de um gosto duvidoso por marketing pessoal, Jo�o, apesar dos bons resultados pr�ticos, atrai muito mais ojeriza que admira��o, inclusive fora do estado.
Como sempre bateu pesado em Lula, o meliante de S�o Bernardo, e no PT (Partido dos Trabalhadores), e ap�s sua ades�o oportunista ao bolsonarismo, em 2018, rapidamente abandonada, JD se tornou um verdadeiro p�ria pol�tico, esmagado pelos extremos.
Insistentemente, apesar de todos os ‘avisos p�blicos’ (partido, capital, interior, imprensa, pesquisas, etc) contra uma poss�vel corrida ao Planalto, Doria peitou o mundo, venceu - sabe-se l� como - as pr�vias do PSDB e se lan�ou pr�-candidato � Presid�ncia do Brasil.
CHOQUE DE REALIDADE
Nesta quinta-feira (31/3), a imprensa de S�o Paulo d� como certa a ren�ncia do governador do estado � disputa nacional de outubro e, possivelmente, novembro pr�ximos. Ao que parece, caiu a ficha de Jo�o Doria, e o ‘cal�a apertada’ ir� abrir espa�o para outro nome.
Neste sentido, volta a ganhar for�a Eduardo Leite, do PSDB-RS. Em pol�tica, meus caros, nada � por acaso. Leite j� renunciou ao cargo de governador; declinou do convite do PSD, de Kassab; e voltou a falar como pr�-candidato, ainda que tenha perdido as pr�vias.
Ou seja, age como candidato, fala como candidato, atua como candidato? Ent�o � candidato, u�! O que, a meu ver, � uma �tima not�cia, pois n�o s� coloca alguma novidade nesta modorrenta polariza��o dos horrores, como traz �nfima possibilidade de mudan�a.
Eduardo Leite, inclusive, poderia compor uma chapa com Sergio Moro, de vice. A�, sim, estar�amos falando em uma terceira via, se n�o verdadeiramente competitiva, ao menos um m�sero sopro de esperan�a dentre aqueles que n�o suportam o quadro atual.
PESQUISAS E C’EST FINI
Doria nunca passou de tra�os nas pesquisas eleitorais. Brasileiros, como dito l� no in�cio deste texto, est�o mais preocupados com as personagens do que com os feitos. Tudo que o governador realizou de (muito) bom, perdeu-se diante de sua imagem p�blica ‘chata’.
Leite, por sua vez, possui dois predicados eleitorais bastante positivos para o momento: � relativamente desconhecido e possui baixa rejei��o. Seu calcanhar de Aquiles, na minha opini�o, tamb�m s�o dois: � tucano e � assumidamente homossexual.
O brasileiro n�o se importa em ver Lula e Geraldo Alckmin, ou Lula e Geddel Vieira Lima, juntos. N�o se importa em ver Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto, ou Bolsonaro e Collor, juntos. Mas se importa - muito!! - de ver Jesus Cristo ao lado de A�cio Neves.
O brasileiro, tamb�m, de modo geral, n�o se importa com corrup��o, mortes, viol�ncia. Ou com sa�de, educa��o e seguran�a. Mas n�o tolera adult�rio, homossexualidade e essas ‘coisas absurdas’, que atentam contra Deus e a fam�lia. Aceitar� um presidente gay?