
H� neg�cios que mais parecem um antro, e h� funcion�rios que mais parecem bilontras. E sim: a rec�proca, desde que inversamente proporcional (patr�es e funcion�rios em perfeita harmonia), � verdadeira, e o caminho para o sucesso coletivo.
Fui s�cio de uma m�dia empresa durante quinze anos - hoje sou um pequeno empres�rio e olhe l� - e posso afirmar que fiz parte do segundo grupo, em que todos buscam o mesmo objetivo e sentem-se recompensados ao final - financeiramente e pessoalmente falando.
Quem disse? Bom, o pr�prio quadro de pessoal, que permaneceu praticamente inalterado durante todo esse per�odo. E os colaboradores que sa�ram o fizeram por motivos alheios � nossa rela��o comercial. Todos, sem exce��o!!, s�o queridos amigos at� hoje.
EXEMPLOS
Eu tive dois gurus ao longo dos meus primeiros anos de trabalho. Um para o bem. O outro para o mal. Com ambos aprendi o que era certo e o que era errado. Aprendi que a famosa teoria marxista, Capital x Trabalho, se n�o fosse equilibrada, resultaria em fiasco.
No lado pessoal, gra�as � minha personalidade e do meu s�cio, o clima de respeito e solidariedade era m�ximo. Al�m disso, por caracter�sticas pr�prias, sempre fomos descentralizadores, o que motivava a todos a busca pelo melhor trabalho.
Tive sorte, tamb�m, no in�cio da minha carreira, de presenciar o nascimento e o fabuloso crescimento de algumas empresas a que atendia - eu era da �rea comercial. Assim, quando fui dono do meu pr�prio neg�cio, apenas reproduzi o modelo delas.
MEGA-SENA
O bol�o milion�rio da Mega-Sena que premiou cerca de quarenta funcion�rios de uma mesma empresa de Santos, no litoral paulista, trouxe, al�m de fortuna aos vencedores, uma crise entre estes e seus colegas, e um abalo � pr�pria companhia em que trabalham.
Os funcion�rios que n�o participaram do bol�o resolveram divulgar os nomes e at� mesmo os telefones dos ganhadores. Por qu�? Sei l�. Al�m disso, absolutamente todos os sortudos deixaram de trabalhar desde ent�o, desfalcando e prejudicando seriamente o neg�cio.
Ainda que n�o tenham ficado ricos para valer, quero dizer, que n�o poder�o simplesmente parar de trabalhar, j� que o pr�mio individual talvez n�o seja suficiente para tanto, o pessoal ‘chutou o balde’ e mandou a empresa e suas respectivas responsabilidades �s favas.
AMBIENTE HOSTIL
Ora, houvesse uma rela��o de respeito e m�nima considera��o pela dire��o da empresa, e houvesse um hist�rico positivo em rela��o �s condi��es de trabalho, ambiente de neg�cios e remunera��o correta, provavelmente isso jamais teria acontecido.
No Brasil, infelizmente, h� extrema precariza��o do trabalho por parte dos empres�rios. Lado oposto, boa parte dos empregados n�o faz por merecer, seja por defici�ncias involunt�rias (baixa escolaridade, pouca produtividade etc) ou mesmo propositais.
Al�m disso, a legisla��o trabalhista, o Minist�rio P�blico do Trabalho e a pr�pria Justi�a, ao lado de sindicatos fisiologistas e aparelhos pol�ticos, contribuem sobremaneira para o caos, pois s�o abusivos, excessivos, autorit�rios, injustos e contraproducentes.
DISCUTINDO A RELA��O
Jogando na defensiva, portanto, esperando sempre pelo pior, muitos empres�rios optam pelo desleixo na rela��o com seus colaboradores, e estes, com certa raz�o, devolvem na mesma moeda, formando um c�rculo vicioso e perverso de ‘perde x perde’.
Se um funcion�rio meu, � �poca, ganhasse na mega-sena, tenho certeza que n�o apenas iria trabalhar - ainda que b�bado, hehe - como faria quest�o de dividir sua alegria com todos. Se iria ou n�o continuar no emprego, a� s�o outros quinhentos milh�es de d�lares.
Agora, se estes trabalhadores de Santos n�o foram, certamente t�m suas raz�es. N�o os culparei ou os condenarei pelo desrespeito a colegas, patr�es e clientes, pois seguramente h� motivos de sobra para tamanho desleixo e falta de considera��o por todos.
DE QUEM � A CULPA
� um caso que deveria servir de li��o, e at� mesmo de ‘benchmarking’, para muitos empres�rios e novos empreendedores. Muito mais que tratar bem um colaborador e lhe dar bom ambiente e boas condi��es de trabalho, a remunera��o justa e adequada � essencial.
Respeito � bom e todos gostam. E viver dignamente e realizar sonhos, tamb�m. Se h� funcion�rios nas empresas que n�o merecem tais premissas, a culpa n�o � deles. � de quem os contratou e, at� ent�o, n�o os demitiu, preferindo pagar pouco e trat�-los mal.
Assim, quando o troco vier � galope, que n�o reclamem. Por fim, antes de sair dizendo que ‘brasileiro � tudo vagabundo’ e tal, saibam que a mesma situa��o se repete com frequ�ncia por todo o mundo. � algo comum aos seres humanos sortudos e milion�rios. Que inveja!