
Me digam: � razo�vel uma sociedade, que representa uma das dez, 11 ou 12 (a depender do momento e do c�mbio) maiores economias do globo, ter que redigir e divulgar uma “carta aberta” em defesa do Estado Democr�tico de Direito? Em defesa de… elei��es livres? Se voc�, amigo leitor e amiga leitora pensam que sim, ent�o, definitivamente, n�o fazemos parte da mesma ala de loucos. Nossa psiquiatria � diferente.
Ok, o movimento � significativo, importante e tal. Mas, na boa, exp�e nossa mediocridade, nossa mis�ria pol�tica e institucional como poucas vezes se viu em Ban�nia. O ocidente democr�tico nos observa e pensa: “Coitados! S�o mesmo incorrig�veis. Mais de 500 anos e continuam 'guerreando' pelo direito de votar e escolher seus governantes”. Eu n�o sei de quem foi a ideia, mas, sinceramente, ainda que necess�ria, � uma vergonha.
At� porque, convenhamos, se carta aberta resolvesse ou garantisse alguma coisa, at� seria f�cil. Eu mesmo j� devo ter escrito umas 250 mil durante a vida. At� o meliante de S�o Bernardo, vulgo Lula da Silva, j� “escreveu” (sim, entre par�nteses, por motivos �bvios) uma. A tal “Carta ao povo brasileiro”, garantindo que n�o daria calote na d�vida, que respeitaria contratos e outras quest�es que jamais deveriam necessitar disso.
Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, desde o in�cio de seu tenebroso e desastroso desgoverno, tenta alijar a democracia de Terra Brasilis. Primeiro, queria fechar o Congresso, mas acabou sentando no colo, com dinheiro e tudo, dos caciques do centr�o. Depois, foi a vez do STF (Supremo Tribunal Federal). Por fim, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ali�s, a imprensa tamb�m! Tudo o que representa a democracia se torna alvo da ira do amig�o do Queiroz.
Por isso, esse movimento esdr�xulo ('marqueteiramente' falando, se � que me entendem) em socorro das institui��es democr�ticas e de Estado. O Brasil, tadinho, precisa escrever, assinar e divulgar que gosta, prefere e pretende ser livre. Ai, ai… �s vezes – ou sempre! –, me lembro daquela m�sica: “Vamos fugir. Deste lugar, baby! Vamos fugir. Pra onde quer que voc� v�, que voc� me carregue. Qualquer outro lugar comum. Outro lugar qualquer. Guapor�”.