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Estado de Minas OPINI�O SEM MEDO

Elei��es 2022: em Juiz de Fora (MG), Bolsonaro tentar� automartiriza��o

Amanh�, em Minas, assistiremos � autoascens�o (jamais confundir com assun��o) de um Messias de araque


15/08/2022 13:51 - atualizado 15/08/2022 16:17

Bolsonaro com rosto de dor no momento em que sofreu o ataque a facada em Juiz de Fora
'Como de costume, atribuir�, sem provas, a tentativa de seu assassinato a uma conspira��o das esquerdas, e se promover� como um enviado de Deus' (foto: RAYSA LEITE/AFP)
Se eu fosse candidato � reelei��o, meu primeiro ato de campanha seria uma apresenta��o detalhada, pormenorizada dos meus feitos. Faria um 'PowerPoint' preciso e indiscut�vel, como aquele da Lava-Jato, escancarando a condi��o de l�der de quadrilha (segundo o MPF) do meliante de S�o Bernardo, ainda que isso me rendesse, no futuro, uma condena��o por mostrar - e demonstrar! - a verdade inquestion�vel dos fatos.

Eu mostraria aos eleitores minhas realiza��es, justificaria meus erros e projetaria, com dados e planejamento, minhas a��es futuras. Ao final, se fosse bem-sucedido em minha comunica��o (minhas satisfa��es, em verdade), receberia o apoio de quem votou anteriormente em mim, na esperan�a de que renove os votos de confian�a. Do contr�rio, seria defenestrado do cargo e aceitaria de bom grado a decis�o soberana.

Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, contudo, prefere iniciar sua campanha de outra forma. O presidente ir� � Juiz de Fora (MG) e realizar� um ato, relembrando o epis�dio da facada que recebeu em 2018. Como de costume, atribuir�, sem provas, a tentativa de seu assassinato a uma conspira��o das esquerdas, e se promover� como um enviado de Deus, que lhe salvou a vida para salvar o Brasil e os brasileiros do comunismo.  

O patriarca do cl� das rachadinhas certamente n�o falar� de seu desgoverno e de seus p�ssimos resultados. N�o tocar� nas 700 mil mortes por covid-19 nem na corrup��o no Minist�rio da Educa��o. N�o abrir� a boca para justificar a infla��o, o desemprego, a fome e a grave crise s�cio-econ�mica pela qual passamos. E se tocar nos assuntos, como de praxe, culpar� a pandemia, a guerra, o PT… a mim! Mea culpa? Sem chance.

Bolsonaro tem aptid�o, ou melhor, predile��o pelo messianismo tosco. Talvez, inclusive, resultado do 'Messias' que carrega no nome. N�o � raro sermos enganados pela sujei��o inconsciente - ou subconsciente - dos significados (sinais, signos…). Eu ouvia do meu pai, quando era crian�a, hist�rias sobre Ricardo Cora��o de Le�o. Isso me influenciou? N�o posso garantir, mas posso, na pr�tica, considerar de alguma forma.   

Sinto em desagradar o 'mito', ou decepcion�-lo, mas o Messias, que segue o Jair, � ant�tese do messias b�blico - ou judaico. Se a salva��o, ou reden��o dos humanos, neste caso, dos brasileiros, dependesse de algu�m como Bolsonaro, � certo que as profundezas do inferno n�o seriam suficientes para abrigar 215 milh�es de amaldi�oados. Em Juiz de Fora assistiremos � autoascens�o (jamais confundir com assun��o) de um Messias de araque.

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