O momento econ�mico do Brasil � p�ssimo, dos piores do mundo, mas a bem da verdade, j� foi ainda mais terr�vel para seu povo, principalmente o mais pobre, e h� alguns meses, vem ensaiando ligeira melhora. Al�m disso, o saco de bondades estatal foi aberto com louvor haja vista a PEC Kamikase, a isen��o de impostos, o aumento do Aux�lio Brasil, enfim, as medidas eleitoreiras, endossadas pelo liberal de araque Paulo Guedes.
Ainda assim, o patriarca do cl� das rachadinhas e das mans�es milion�rias, compradas com panetones e muito dinheiro vivo, n�o sai do patamar de 30% a 35% das inten��es de voto. Seu desgoverno tamb�m n�o � de todo mal em outros setores, bem como sua prega��o ideol�gica e o uso desavergonhado da religi�o - e dos cofres p�blicos -, juntos e somados, deveriam ser capazes de al��-lo a uma condi��o melhor na disputa.
o amig�o do Queiroz n�o decola ou ao menos n�o sobe um pouco?
� pra l� de conhecida a frase, que se tornou chav�o, e a hist�ria de James Carville, assessor pr�ximo e estrategista de campanha de Bill Clinton, que disputava a elei��o americana de 1992 contra George H. W. Bush: “It’s the economy, stupid”. Ou: � a economia, est�pido! Trocando em mi�dos, a chave para a vit�ria eleitoral est� na economia. Ora, por que diabos, ent�o, Bem, porque h� uma outra vari�vel, talvez muito mais importante, que, no caso, chama-se Jair Bolsonaro. O devoto da cloroquina � o maior cabo eleitoral do chef�o petista. Ningu�m, no Brasil, atrai mais �dio e rejei��o que o “mito”. Suas falas abjetas, seu comportamento asqueroso, sua exist�ncia miser�vel em todos os aspectos fazem dele um ser odiento e odiado, pouco importa os resultados que apresente - que tamb�m n�o s�o grande coisa.
O Aux�lio Brasil de 600 reais n�o apaga o “e da�?, n�o sou coveiro”. A queda do desemprego n�o apaga suas agress�es contra as mulheres. O pre�o mais baixo dos combust�veis n�o apaga seu autoritarismo golpista. Se para uma gigante parcela da popula��o, Bolsonaro � o Messias, para outra, ainda maior, ele � o Anticristo em pessoa. Se o sal�rio m�nimo dobrasse amanh�, ainda assim Lula venceria entre os mais pobres.
O excelente Eduardo Oinegue, da Band, formulou um brilhante coment�rio neste sentido, e deu como exemplo o ex-governador de S�o Paulo Jo�o Doria, que, a despeito de um governo muito bom e de ter trazido as vacinas, foi defenestrado n�o apenas pelo eleitorado, mas pelos companheiros de partido. JD, a pessoa f�sica, destruiu JD, o pol�tico. Eis a sorte e o maior ativo do ex-tudo (ex-condenado, ex-presidi�rio, ex-corrupto, ex-lavador de dinheiro) Lula da Silva. Por pior que fa�a, sua imagem n�o se deteriora como a dos demais.