
Considero o ex-juiz federal e ex-ministro da Justi�a um tipo de her�i, algu�m que, pouco importam os motivos pessoais, interrompeu, no peito e na ra�a - com certos abusos, � verdade! -, o per�odo mais corrupto de nossa sempre corrompida hist�ria.
Considero-o, tamb�m, um sujeito de extrema coragem, j� que mandou para a cadeia os maiores e mais poderosos criminosos do Pa�s, de traficantes internacionais a corruptos do colarinho branco, igualmente bandid�es internacionais.
Mais ainda: trancafiou o chefe da maior quadrilha pol�tica (sim, quadrilha, pois aquilo n�o era um partido) que o Brasil j� conheceu, o Partido dos Trabalhadores (PT), haja vista a quantidade de tesoureiros e outros filiados presos por corrup��o.
Moro jamais deveria ter aceitado o convite de Jair Bolsonaro, o verdugo do Planalto, e deixado sua carreira de magistrado para se aboletar no desgoverno que a� est�. Pior. Uma vez aceitando, t�o logo se deparou com o que viu, deveria ter ca�do fora.
O marreco, contudo, n�o apenas correu para o antro da perdi��o como, uma vez diante da “putaria” que ali imperava (e impera), continuou. S� pulou fora, ou melhor, foi “pulado” fora, quando j� n�o lhe restava outra alternativa. Ali�s, j� n�o restava alternativa nenhuma.
Em seguida, saiu da pior forma poss�vel: pelos fundos e atirando. Foi o que bastou para se transformar no p�ria n�mero 2 do Brasil, odiado por bolsonaristas e lulopetistas. O n�mero 1? F�cil. Bolsolula, a dupla formada pelo mensaleiro e o rachador.
No limbo pol�tico-eleitoral, restou ao marido da “conja” ser feito de joguete pelos tubar�es profissionais. Ouviu o canto da sereia do Podemos e se deparou com um partido nanico, sem estrutura nacional e sem dinheiro. Desencantado, deu tchau!

A sorte lhe sorriu e o eleitor paranaense, mais ainda. Moro desbancou seu padrinho pol�tico, �lvaro Dias, e foi eleito no domingo passado. Como pau que nasce torto, morre torto, l� foi o ex-desafeto de Bolsonaro declarar apoio a… sim, Bolsonaro!
Enxovalhado pelo patriarca do cl� das rachadinhas e das mans�es milion�rias em dinheiro vivo e pelo s�quito fan�tico que o idolatra, o “mulher de malandro” poderia se declarar contra o chef�o do petrol�o, sim, mas se manter, digamos, neutro. Mas n�o.
Ao mesmo tempo, o marid�o da Micheque - apelido popular da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, por causa dos 90 mil reais em cheques do miliciano Queiroz - poderia ignorar o apoio de seu bibel�. Mas n�o. Ambos ensaiam os primeiros passos do novo acasalamento.
Dois anos e meio depois da troca p�blica de tapas, vem a troca - n�o t�o p�blica - de beijos. Bolsonaro disse: “n�o tenho nada desabonador para criticar Sergio Moro. Est� superado tudo, � daqui pra frente. Todos n�s evolu�mos”. Haja omeprazol, n�o � mesmo?
Eis a� o motivo pelo qual tenho verdadeiro asco e desprezo por 99.999% dos pol�ticos do Pa�s. Essa gente � de uma sem vergonhice anormal, de uma falta de respeito pelo eleitor atroz. Junte todos e n�o ir�o equivaler a um grama de estrume da pior qualidade.
Adeus, Moro! Continuarei eternamente grato pelo que voc� fez. Provavelmente, continuarei gostando e aprovando a maioria de suas pautas. Mas minha prateleira reservada aos bons ganhou novo espa�o, e minha coxia para picaretas, um novo membro. Babac�o!